PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA
(Mc 6,45-52)(09/01/19).
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Caríssimos, o fazer de Deus difere infinitamente do fazer humano, porque em Deus tudo é eterno e Supremo Bem; todavia, quando o fazer humano é um fazer para Deus há sempre uma recompensa em tudo o que faz, porque não busca a própria vontade, mas sim a vontade do Senhor. É isso o que meditamos na primeira leitura de hoje, onde São João nos exorta: "Caríssimos, se Deus nos amou assim [nos dando o seu único Filho], nós também devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado entre nós."
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Com efeito, o fazer de Jesus no Evangelho de hoje, nasce precisamente de sua comunhão com a vontade do Pai pela oração. Desse modo, "a oração para Jesus não é um dever, não é um rito, nem um hábito, mas, é como o oxigênio que respira," de modo que, todas as suas ações nascem desse seu encontro com o Pai, por isso, não exita permanecer com Ele a noite toda num colóquio santo.
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Porquanto, quando o Senhor caminha sobre o mar, esse sinal é uma revelação de quem Ele é e o poder que exerce sobre as leis naturais, porque tudo nele nasce da graça desse encontro com o Pai em sua oração. Certa feita, com o povo da Antiga Aliança aconteceu um fato extraordinário, que foi a passagem do mar vermelho, onde Moisés, obedecendo ao Senhor, bateu três vezes com o bastão nas águas e elas se dividiram ao meio permitindo o povo eleito passar à pé enxuto rumo à terra prometida.
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Ora, o que isso significa? Significa que quando vivemos o tempo que temos como encontro com o Senhor pelo o dom da oração, tudo o que nos acontece tem como fundamento a realização de Sua Vontade em nossa vida; como Ele mesmo nos ensinou: "Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos." (Jo15,7-8).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.