O ARREBATAMENTO EM SUAS DIFERENTES INTERPRETAÇÕES
Sobre o arrebatamento da Igreja existem pelo menos três posições mais conhecidas, que dividem opiniões no meio cristão protestante. Trata-se do (Pré-Tribulacionismo, Meso-Tribulacionismo e Pós-Tribulacionismo). Não existe um consenso sobre o assunto, pois desde os primeiros séculos da história do cristianismo o tema em questão já era muito debatido pelos pais da Igreja. Contudo, é muito importante lembrar que, se por um lado ambas visões discordam quanto a "cronologia" deste tão aguardado evento, por outro lado, as três concordam que Cristo voltará para arrebatar a Sua Igreja. Dessa maneira, pretendo abordar de forma resumida cada uma das diferentes interpretações sobre o arrebatamento da Igreja!
Pré-Tribulacionismo
Esse ensino é assim chamado por entender que a Igreja, será arrebatada "secretamente", antes do surgimento do Anticristo e da Grande Tribulação. Todavia, o ensino de um arrebatamento secreto pré-tribulacional é uma doutrina que nunca existiu antes de 1830. Esse ensino foi introduzido recentemente, ou seja a menos de 200 anos na teologia cristã. Vale destacar também que, a primeira pessoa a ensinar essa doutrina foi uma jovem chamada Margaret Macdonald. Ela não era teóloga nem expositora bíblica, mas uma profetiza da seita Irvingita "a Igreja Católica Apostólica". Os adeptos da visão pré-tribulacionista, defendem que a volta de Cristo será dividia em duas etapas, completamente distintas:
Em primeiro lugar, Cristo virá de modo “secreto”, ou seja quando ninguém o verá para ressuscitar os salvos e depois disso arrebatar “secretamente” a Igreja (1Ts 4.17). Em segundo lugar, depois de sete anos Cristo, então, voltará novamente, só que desta vez em glória e "visivelmente" a todos para salvar Israel das mãos do Anticristo, após o período de Grande Tribulação (Ap 19), e estabelecer o milênio na terra.
A visão pré-tribulacionista, está diretamente ligada ao sistema teológico conhecido como, "Dispensacionalismo Clássico", e ao método futurista e literal de interpretação do Apocalipse. Os que defendem essa visão entendem que há uma completa “distinção” entre Israel e a Igreja. Esse grupo diz em seus ensinos que Jesus veio para os judeus, mas eles o rejeitaram como Messias, então, Deus fechou as portas para os judeus, ou seja, adiou temporariamente Seus planos para Israel, e assim nesse intervalo de tempo surge a Igreja, como uma espécie de um "feito separado" de Deus na história. Dessa forma, o pensamento pré-tribulacionista entende que existe distinção entre dois povos: Israel e Igreja. Segundo essa visão, na Grande Tribulação, Deus irá tratar com Israel e demais nações gentílicas, e como a Igreja não tem nada a ver com isso, ela não pode estar na terra nesse momento de grande aflição, mas terá sido arrebatada “secretamente” antes desses acontecimentos. Para o sistema teológico pré-tribulacionista, a Grande Tribulação dará início a septuagésima semana de Daniel, capítulo 9, com o surgimento do Anticristo em (Ap 13).
Alguns dos textos mais utilizados pelos pré-tribulacionistas para defenderem a sua tese de um arrebatamento secreto da Igreja, são: (1Co 15.51,52; Ap 3.10; 1Ts 1.10; 4.13-1). Também é muito comum ver este grupo dizer que, após o capítulo 3, do livro do Apocalipse, a palavra “Igreja” não é mais mencionada por João, então, este seria um motivo a mais para acreditar que a Igreja não passará pela Grande Tribulação, mas estará no céu com o Senhor Jesus, para ser julgada, participar das Bodas do Cordeiro e receber os galardões.
Meso-Tribulacionismo
Muito similar ao pré-tribulacionismo, o meso-tribulacionismo, acredita que a Igreja será arrebatada no meio da Grande Tribulação. A idéia central que define esse posicionamento é a seguinte: Haverá um período de tribulação, de três anos e meio, de falsa paz. Após isso, o iníquo será revelado, então haverá mais três anos e meio de muita aflição – chamado Grande Tribulação. A diferença principal para o sistema pré-tribulacionista, é que, os meso-tribulacionistas, defendem que o arrebatamento da Igreja ocorrerá quando os três anos e meio de falsa paz terminar, quando então, finalmente o Anticristo irá perseguir a Igreja. Para sustentar a sua tese, o meso-tribulacionismo apoia sua teoria na cronologia do texto de (2Ts 2.1-3). Na visão deles a ordem dos próximos eventos é a seguinte:
Apostasia, revelação do Anticristo, e o Dia de Cristo. A visão meso-tribulacionista ensina que o Anticristo não será revelado decisivamente até “a abominação de desolação” conforme (Mt 24.15), que ocorrerá na metade da Tribulação (Dn 9.27). Esse grupo defende o “Dia de Cristo” como o arrebatamento, por isso, a Igreja não será arrebatada ao céu até o Anticristo se manifestar. O sistema meso-tribulacional aponta o arrebatamento da Igreja em (Ap 11), antes da sétima trombeta tocar em (Ap 11.5), quando em fim a Igreja será arrebatada ao encontro de Cristo nos ares, e então os cálices da ira de Deus serão derramados sobre a terra – Apocalipse, capítulos 15 e 16, no período conhecido como Grande Tribulação. De acordo com essa visão, a Igreja passará pela primeira metade da Tribulação, mas será poupada da grande aflição que ocorrerá nos últimos três anos e meio.
Pós-Tribulacionismo
O sistema pós-tribulacional defende que o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo tratam-se de um único evento, e que ocorrerá após período de Grande Tribulação. De acordo com essa visão, a Igreja passará sim pela Grande Tribulação, mas que não precisa ser necessariamente um período de sete anos. O pós-tribulacionismo ensina que o arrebatamento da Igreja ocorrerá no final de todas as coisas e após a tribulação final. Os principais argumentos para sustentar essa posição são os seguintes:
Em seus sermões escatológicos, Jesus deixou claro que voltará “depois da Grande Tribulação” (Mt 24.29; Mc 13.24; Lc 21.27). De acordo com o ensino de Paulo em (2Ts 2.3), o Anticristo se manifestará “antes de Cristo voltar”. O capítulo 3, da segunda epístola de Pedro, fala da vinda de Cristo como um evento único. O livro do Apocalipse, menciona apenas uma vinda do Senhor e isso ocorre após a Grande Tribulação, capítulos 19 e 20. Ainda de acordo Apocalipse 13.7 e 20.9, os santos estarão na Grande Tribulação, o que reforça ainda mais a visão de um arrebatamento pós-tribulacional. “Logo depois da aflição daqueles dias... Ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos dede os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” (Mt 24.29,31).
Particularmente, defendo a visão pós-tribulacional do arrebatamento da Igreja, pois entendo que esse ensino está amparado pelas Escrituras. Entendo que existem muitos textos bíblicos que comprovam que a Igreja vai passar pela Grande Tribulação "período este que será governado pelo Anticristo" e que Cristo só virá arrebatar a Sua Igreja depois da terrível "aflição" daqueles dias.
JESUS FAZ A DIFERENÇA.