Homilia do 4°Dom do Advento (Lc 1,39-45)(23/12/18)
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Caríssimos, a vida natural é um encaminhar-se para a eternidade; ora, isso significa que tudo aqui é brevíssimo se comparado com a eternidade que teremos pela frente; porém, não podemos esquecer que é aqui que definimos o nosso devir, ou seja, o nosso vir a ser eterno. Todavia, precisamos entender também que a graça de Deus para isso não nos falta, haja vista que a cada ano que passa ela se renova para nós com a lembrança do nascimento de Jesus, nascido da Virgem Santíssima como um de nós, para nos tornar eternos como Ele.
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Com efeito, a liturgia de hoje trata exatamente dessa lembrança profética que aponta o nascimento do Messias esperado, como a fonte inesgotável de nossa libertação em meio à temporalidade que vivemos. Eis o que diz o Profeta Miquéias à respeito de sua vinda: "Ele não recuará, apascentará com a força do Senhor e com a majestade do nome do Senhor seu Deus; os homens viverão em paz, pois ele agora estenderá o poder até os confins da terra, e ele mesmo será a Paz."
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A segunda leitura de hoje revela que cessaram todos os sacrifícios expiatórios de animais, como constatamos atualmente, dando lugar ao sacrifício cruento de Cristo, único sacrifício capaz de apagar realmente os pecados da humanidade, como está escrito: "Tu não quiseste nem te agradaram vítimas, oferendas, holocaustos, sacrifícios pelo pecado” – coisas oferecidas segundo a Lei – ele acrescenta: “Eu vim para fazer a tua vontade”.
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Com isso, suprime o primeiro sacrifício, para estabelecer o segundo. É graças a esta vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas."
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Conclusão: Caríssimos, o Evangelho de hoje é a realização de tudo o que foi profetizado sobre Jesus. O encontre entre Maria e Isabel, tem como chave de leitura o Novo e o Antigo Testamentos que se encontram em cumprimento das profecias messiânicas; já o encontro entre Jesus e João Batista, revela que Deus realiza o seu plano de salvação no silêncio sagrado das almas que o recebem com a mesma alegria que João recebeu Jesus.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.