Um servir sem julgar mostra a glória do amor de Deus.
E, PASSANDO Jesus, viu um homem cego de nascença. (João 9:1). Este versículo faz parte de uma passagem que se estende por todo capítulo. Pois cura aqui efetuada gerou toda uma grande comoção. Mas hoje trataremos de um dos detalhes.
Uma das constantes do Antigo Testamento é que o pecado dos pais sempre pesa sobre seus filhos. Como vemos: E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? (João 9:2). Há algo de certo nisso, devemos ter em mente: que nenhuma pessoa ou ser vive jamais para si mesmo nem morre para si mesmo. Em especial o ser humano quando erra põe em movimento a roda das consequências. Mas aqui vemos Jesus ensinar que nem sempre é isso que a acontece, ou seja, toda regra tem sua exceção. E que jamais devemos julgar as situações com a leviandade de um conhecimento raso, cheio de eitos, preceitos ou preconceitos.
Aquelas pessoas esperavam que ele dissesse que a deficiência era devido a um erro que ele mesmo havia cometido ou que os seus pais tivessem cometido no passado. Tais pessoas estavam escravizadas pelo binômio do certo e errado, do erro e da punição. Mas, para surpresa delas, Jesus responde: Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus. (João 9:3). A resposta soou estranha, aos discípulos, mas por meio dela Jesus coloca as dores da existência em outra perspectiva. Todos nós abominamos as dores e as dificuldades da vida. Procuramos bani-las a qualquer custo de nossas histórias. E até achamos que os que sofrem menos é porque pecam menos, mas se olharmos a nossa volta veremos que isso não é verdade.
Jesus aqui nos ensina que o sofrimento aparente no corpo deveria ser trabalhado e superado no âmago da alma e do espírito. Tal superação transformaria a pessoa deficiente em alguém mais sensível a dor do próximo e então a sua limitação o tornaria uma ferramenta de “glória para o Criador”. E verdade que é difícil superar uma deficiência física ou emocional. Mas as pessoas que superam as suas limitações físicas e emocionais tendo como ajudador o Espírito Santo, ficam mais bonitas, exalam um perfume de sabedoria mostrando que a vida vale a pena ser vivida, mesmo com suas turbulências.
Jesus nos ensinou que era e, é possível ter deficiências e dificuldades e, mesmo assim viver, a vida como um espetáculo gracioso. Um espetáculo que somente pode ser vivido por aqueles que sabem caminhar dentro de si mesmos e ter o amor de Deus como agente modificador de suas histórias. E que jamais julga ou vê a vida com as lentes dos eitos, preceitos e preconceitos, mas sim, com o colorido da vida que Jesus nos ensinou a viver. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro do nosso coração.
(Molivars).