PREGAÇÃO NAS DOBRAS DO TEMPO
Minha mente, curiosa pelos ensinamentos do Mestre Jesus, emaranhou-se nas dobras do tempo. Como a minha vibração procurava sintonizar com as vibrações vindas do Mestre, terminei ouvindo o que Ele dizia em Sua despedida da Terra, do alto de um monte, no lusco-fusco do crepúsculo, assistido por aqueles que, como eu, ansiavam por ouvir a Sua voz, mesmo que não fosse pelos ouvidos, mas que ecoassem nas câmaras do coração. Senti Sua auréola divina atingir os meus sentidos, meus joelhos dobraram em resignada submissão enquanto os olhos úmidos interpretavam o que a mente registrava...
Amados, é tempo de retornar à vida na proximidade com meu Pai, na intimidade do Seu Reino. Enviei meus discípulos mais próximos como ovelhas ao meio dos lobos, e recomendo a todos vocês, que agora me ouvem aqui e através dos séculos, que lhes sigais os passos no caminho escabroso. Depois deles, é a vós que confio a tarefa sublime da redenção pelas verdades do Evangelho. Eles serão os semeadores, vós sereis o fermento divino. Considero-vos os primeiros trabalhadores, os herdeiros iniciais dos bens divinos. Para entrardes na posse desse tesouro celestial, muita vez experimentareis o martírio da cruz e o fel da ingratidão. Em conflito permanente com o mundo, estareis na Terra, fora de suas leis implacáveis e egoísticas, até que as bases do meu Reino de concórdia e justiça se estabeleçam no espírito das criaturas. Negai-vos a vós mesmos, como neguei a minha própria vontade na execução dos desígnios de Deus, e tomai a vossa cruz para seguir-me.
Séculos de luta vos esperam na estrada universal. É preciso imunizar o coração contra todos os enganos da vida transitória, para a soberana grandeza da vida imortal. Vossas estradas estarão repletas de fantasmas de aniquilamento e de visões de morte. O mundo inteiro se levantará contra vós, em obediência espantosa às forças tenebrosas do mal, que ainda dominam as fronteiras. Sereis escarnecidos e aparentemente desamparados; a dor vos assolará as esperanças mais caras; andareis esquecidos na Terra, em supremo abandono do coração. Não participareis do venenoso banquete das posses materiais, sofrereis a perseguição e o terror, tereis o coração coberto de cicatrizes e de ultrajes. A chaga é o vosso sinal; a coroa de espinhos o vosso símbolo; a cruz, o recurso ditoso da redenção. Vossa voz será a do deserto, provocando, muitas vezes, o escárnio e a negação da parte dos que dominam na carne perecível.
Porém, no desenrolar das batalhas, sem sangue, do coração, quando todos os horizontes estiverem abafados pelas sombras da crueldade, dar-vos-ei da minha paz, que representa a água viva. Na existência ou na morte do corpo, estareis unidos ao meu reino. O mundo vos cobrirá de golpes terríveis e destruidores, mas, de cada uma de vossas feridas, retirarei o trigo luminoso para os celeiros infinitos da graça, destinados ao sustento das mais ínfimas criaturas!... Até que o meu reino se estabeleça na Terra, não conhecereis o amor no mundo; eu, no entanto, encherei a vossa solidão com a minha assistência incessante. Gozarei em vós, como gozareis em mim, o júbilo celeste da execução fiel dos desígnios de Deus. Quando tombardes, sob as arremetidas dos homens ainda pobres e infelizes, eu vos levantarei no silêncio do caminho, com as minhas mãos dedicadas ao vosso bem. Sereis união onde houver separatividade, sacrifício onde existir o falso gozo, claridade onde campearem as trevas, porto amigo, edificado na rocha da fé viva, onde pairarem as sombras da desolação. Sereis meu refúgio nas igrejas mais estranhas da Terra, minha esperança entre as loucuras humanas, minha verdade onde se perturbe a ciência incompleta do mundo!...
Amados, eis que também vos envio como ovelhas aos caminhos obscuros e ásperos. Entretanto, nada temais! Sede fieis ao meu coração, como vos sou fiel, e o bom ânimo representará a vossa estrela! Ide ao mundo, onde teremos de vencer o mal! Aperfeiçoemos a nossa escola milenária, para aí seja interpretada e posta em prática a lei de amor do nosso Pai, em obediência feliz à vossa vontade augusta!
Senti o peso da responsabilidade, da voz do Mestre através dos séculos, como se fosse hoje, como se o homem rude do campo fosse hoje, eu, o homem letrado da cidade. Senti o peso da cruz sobre meus ombros, o caminho estreito a seguir, a perversidade dos apupos, da hipocrisia... Senti a solidão do amanhã como se hoje fosse, mas a promessa do Mestre, a esperança e a ventura que brotavam dEle, me fez balbuciar...
- Sim, Mestre, eis-me aqui!
Minha mente, curiosa pelos ensinamentos do Mestre Jesus, emaranhou-se nas dobras do tempo. Como a minha vibração procurava sintonizar com as vibrações vindas do Mestre, terminei ouvindo o que Ele dizia em Sua despedida da Terra, do alto de um monte, no lusco-fusco do crepúsculo, assistido por aqueles que, como eu, ansiavam por ouvir a Sua voz, mesmo que não fosse pelos ouvidos, mas que ecoassem nas câmaras do coração. Senti Sua auréola divina atingir os meus sentidos, meus joelhos dobraram em resignada submissão enquanto os olhos úmidos interpretavam o que a mente registrava...
Amados, é tempo de retornar à vida na proximidade com meu Pai, na intimidade do Seu Reino. Enviei meus discípulos mais próximos como ovelhas ao meio dos lobos, e recomendo a todos vocês, que agora me ouvem aqui e através dos séculos, que lhes sigais os passos no caminho escabroso. Depois deles, é a vós que confio a tarefa sublime da redenção pelas verdades do Evangelho. Eles serão os semeadores, vós sereis o fermento divino. Considero-vos os primeiros trabalhadores, os herdeiros iniciais dos bens divinos. Para entrardes na posse desse tesouro celestial, muita vez experimentareis o martírio da cruz e o fel da ingratidão. Em conflito permanente com o mundo, estareis na Terra, fora de suas leis implacáveis e egoísticas, até que as bases do meu Reino de concórdia e justiça se estabeleçam no espírito das criaturas. Negai-vos a vós mesmos, como neguei a minha própria vontade na execução dos desígnios de Deus, e tomai a vossa cruz para seguir-me.
Séculos de luta vos esperam na estrada universal. É preciso imunizar o coração contra todos os enganos da vida transitória, para a soberana grandeza da vida imortal. Vossas estradas estarão repletas de fantasmas de aniquilamento e de visões de morte. O mundo inteiro se levantará contra vós, em obediência espantosa às forças tenebrosas do mal, que ainda dominam as fronteiras. Sereis escarnecidos e aparentemente desamparados; a dor vos assolará as esperanças mais caras; andareis esquecidos na Terra, em supremo abandono do coração. Não participareis do venenoso banquete das posses materiais, sofrereis a perseguição e o terror, tereis o coração coberto de cicatrizes e de ultrajes. A chaga é o vosso sinal; a coroa de espinhos o vosso símbolo; a cruz, o recurso ditoso da redenção. Vossa voz será a do deserto, provocando, muitas vezes, o escárnio e a negação da parte dos que dominam na carne perecível.
Porém, no desenrolar das batalhas, sem sangue, do coração, quando todos os horizontes estiverem abafados pelas sombras da crueldade, dar-vos-ei da minha paz, que representa a água viva. Na existência ou na morte do corpo, estareis unidos ao meu reino. O mundo vos cobrirá de golpes terríveis e destruidores, mas, de cada uma de vossas feridas, retirarei o trigo luminoso para os celeiros infinitos da graça, destinados ao sustento das mais ínfimas criaturas!... Até que o meu reino se estabeleça na Terra, não conhecereis o amor no mundo; eu, no entanto, encherei a vossa solidão com a minha assistência incessante. Gozarei em vós, como gozareis em mim, o júbilo celeste da execução fiel dos desígnios de Deus. Quando tombardes, sob as arremetidas dos homens ainda pobres e infelizes, eu vos levantarei no silêncio do caminho, com as minhas mãos dedicadas ao vosso bem. Sereis união onde houver separatividade, sacrifício onde existir o falso gozo, claridade onde campearem as trevas, porto amigo, edificado na rocha da fé viva, onde pairarem as sombras da desolação. Sereis meu refúgio nas igrejas mais estranhas da Terra, minha esperança entre as loucuras humanas, minha verdade onde se perturbe a ciência incompleta do mundo!...
Amados, eis que também vos envio como ovelhas aos caminhos obscuros e ásperos. Entretanto, nada temais! Sede fieis ao meu coração, como vos sou fiel, e o bom ânimo representará a vossa estrela! Ide ao mundo, onde teremos de vencer o mal! Aperfeiçoemos a nossa escola milenária, para aí seja interpretada e posta em prática a lei de amor do nosso Pai, em obediência feliz à vossa vontade augusta!
Senti o peso da responsabilidade, da voz do Mestre através dos séculos, como se fosse hoje, como se o homem rude do campo fosse hoje, eu, o homem letrado da cidade. Senti o peso da cruz sobre meus ombros, o caminho estreito a seguir, a perversidade dos apupos, da hipocrisia... Senti a solidão do amanhã como se hoje fosse, mas a promessa do Mestre, a esperança e a ventura que brotavam dEle, me fez balbuciar...
- Sim, Mestre, eis-me aqui!