A VIDA NA SARJETA

EXPLICANDO O SALÁRIO DA SUBCLASSE

Em 2014 foi publicado no Brasil o livro “A Vida na Sarjeta”, de Theodore Dalrymple, um psicólogo inglês que atende num hospital psiquiátrico da Inglaterra. Portanto os seus clientes vivem o mundo cão, com esposas espancadas, mulheres e jovens estupradas, assassinos confessos, bandidos, assaltados, coitados, gente desprezada e alguns desprezíveis. Um hospital psiquiátrico não é um hospital normal, mas é o lugar onde casos vistos pela justiça são mandados, como o marido que matou a esposa e o juiz o manda ser consultado para tentar descobrir, através de um profissional, se ele é maluco ou não.

Ele inicia o livro falando que um espectro assombra o mundo ocidental: a subclasse. Essa subclasse não chega a ser exatamente pobre, pelos padrões que prevaleceram muito tempo. O pobre ocidental de hoje em dia, tem geladeira, micro-ondas, televisão, máquina de lavar, celular e emprego. Alguns tem até faculdade. A questão parece ser a renda que é ganha mensalmente, que o deixa numa subclasse, que podemos chamar de classe média. No Brasil temos subdivisões de classe média. A base de ser pobre miserável é não ter renda alguma, ou menor que o salário mínimo, sendo insuficiente para viver dignamente. O comércio dá vantagens para o pobre comprar alguns bens à prestação, assim o pobre miserável de ontem, com os anos pode acumular alguns bens e ter geladeira, um carro velho e até TV a cabo na sua classe. A esse não se pode chamar exatamente de pobre, classificam-no então de classe média – o que é apenas uma ilusão linguística. Há subdivisões de classe média, como classe média baixa, com renda até uns três salários mínimos, classe média, com renda até uns oito ou dez salários mínimos e a classe média alta, que é gente com renda de oitenta a quinhentos salários mínimos, mais ou menos. Essa última classe média está beirando a riqueza, note isso.

No Brasil nós temos dados que nos dizem que o salário mínimo deveria dar para pagar o aluguel, agua, luz, telefone, um salário mínimo só pra alimentação, a compra de um sapato por mês, restaurante uma vez por semana, a compra de um livro por mês, cinema uma vez por mês e outros dados que perfazem hoje entre quatro a cinco salários mínimos. Ou seja, o salário mínimo real deveria ser hoje, em 2018, no Brasil, mais ou menos de R$ 3.500 por pessoa, com o salário mínimo um pouco mais de R$ 900.

Essa somatória explica também a subclasse que o Dalrymple acusa na Inglaterra, onde o pobre não é o mesmo pobre do deserto negro da África, ou da índia. Esse pobre, ou essa subclasse, está numa linha máxima de três salários mínimos pagos pelo governo, que não dão um salário mínimo real.

DE QUEM É A CULPA DO PECADO?

Essa situação narrada anteriormente, que vai deixando parcelas enormes da população de um país numa subclasse, foi notada pelo médico no campo das ideias. Como ele diz o comportamento humano não pode ser explicado sem fazer referência ao significado e às intenções que as pessoas dão aos p´roprios atos e omissões; e todos possuem uma visão de mundo, sabendo ou não disso. As ideias dos seus pacientes, como ele diz, se orna patente até na linguagem que empregam. As locuções de passividade são um exemplo claro disso. Um alcoólatra ao explicar o vicio, diz que “a bebida é forte”, ou “a cerveja pega”. Um usuário de craque dirá que “está tudo dominado pelo craque”, como se a cerveja bebesse o alcoólatra, ou a droga entrasse à força no drogado.

Outras frases simplesmente possuem uma função justificativa e representam a negação do agente e, portanto da responsabilidade pessoal. O assassino alega que a faca entrou, ou que a arma disparou. O homem que ataca a parceira diz que “perdeu a a cabeça”, como se fosse vitima de uma espécie de epilepsia, da qual o dever do médico é curá-lo. Até a cura, entretanto, é claro, ele deve continuar maltratando a parceira, pois na suam ente é a parceira a causadora da surra que ela leva e ele é a verdadeira vítima, pois “ela o obrigou a bater nela”. Como aponta o autor do livro, isso é uma desonestidade e autoengano. O abusador acredita que é a vítima nessa equação.

Existe aqui a questão que todos nós somos culpados pelos nossos atos, bons ou maus. No livro de Darlymple está apontado ligeiramente que um homem lhe disse que ele se deixa levar pela violência e quando vê já a praticou. Isso gera vantagens psicológicas e sociais a ele, que se engana imaginando não ser o culpado pelos seus atos, na manutenção dessa farsa. Culpa quem apanhou de ser merecedora de apanhar, ou quem morreu de ter merecido isso.

O que me fez escrever esse texto é a questão do impulso que fez com que o violento atacasse novamente. Não se pode justificar uma atitude violenta de forma alguma, principalmente havendo vítimas, fatais ou não. Tente explicar para quem perdeu a filha, que o marido a matou num momento de ciumes, ou de crise. Isso não justifica nada.

Darlymple é um homem cético, ateu, seguidor confesso de Shakespeare. Seus livros, que a principio foram tidos como filosofia, o colocou como um filósofo atual. Mas seus livros não são filosofia, mas anotações de um psiquiatra que tem um hospital psiquiátrico, com homens e mulheres sem cultura, violentos, presos da justiça, ou futuros presos, como clientes. O que Darlymple não enxerga é que o Diabo tenta a todos e ele é o causador da miséria no mundo, seja ela qual for. Onde houver uma desgraça o Diabo e seus anjos caídos ali estarão. A Bíblia é clara ao dizer que cabe ao homem dominar seus pensamentos perversos. (Uma fala de Deus quando Caim estava próximo a matar o seu irmão Abel).

É real esse impulso para a malignidade. É patente, existe e não se combate isso com psiquiatria. O homem sempre vai se justificar. Adão praticamente disse que a culpa do seu pecado era Deus, que fez uma mulher para ele e essa mulher o fez pecar, como se ele, Adão não tivesse culpa alguma e fosse a vítima em toda a história, não era. Quem bate nunca é a vítima, quem traí não é a vítima, quem mata não é vítima. Nós já ouvimos a desculpa esfarrapada que a culpa da menina ser estuprada é a maneira como ela se veste. Ou seja é a vítima que é a culpada.

ARREPENDIMENTO

O meu arrependimento é a confirmação da minha culpa. O arrependimento é o culpado afirmar que ele pecou. Sou eu, eu fiz isso ai, eu pequei, eu bati, eu roubei, eu fumei, eu fugi, eu falei. Fui eu. Arrependimento é o reconhecimento do mau feito.

Eu demorei um pouco, mas aprendi a lógica de ganhar pessoas para Cristo. As pessoas chegam até nós com os mais diferentes pedidos de oração, mas sempre pergunto se ele, ou ela já aceitou a Jesus como seu salvador, se não há um processo, se sim, há outro processo, mas não tenho deixado a pessoa passar por mim sem saber algumas coisas.

A respeito do não crente pedindo oração, eu só oro por ele se ele aceitar a Jesus, senão não posso orar por uma pessoa que não é crente. Deus é Deus de cristãos e não de não cristãos. Mas antes disso o caminho é o seguinte: Primeiro, devemos levar o não crente a entender que ele precisa se arrepender dos seus pecados perante Deus, senão Deus não vai ouvi-lo. É preciso um Evangelho de cconfrontação ao não crente. É necessário mostrar que foi ele quem praticou, quem comprou, quem fez. Ele precisa antes de qualquer coisa saber que precisa se arrepender. E arrepender é se comprometer perante Deus a não praticar mais o mau.

Essa etapa de levar o pecador a se arrepender foi muito dificultada pelas Igrejas que oferecem um Evangelho fácil a qualquer um. Chegamos ao ponto de darmos Ceia a todos os que chegam na Igreja, mesmo que não tenha nenhum compromisso com Deus. Baratearam o Evangelho por causa dos dizimos e ofertas. Vale tudo – dizem alguns – para tirar o dizimo do bolso dos irmãos, mesmo que o irmão não seja irmão, isso importa pouco, o que importa é o seu dizimo. Se o irmão é convertido ou não, isso é outra coisa – dizem alguns.

Após o arrependimento, devemos levar a pessoa a aceitar a Jesus e só depois as portas do Evangelho se abrem para ele e não antes. O pior é que isso é a mais pura verdade, mas voltamos ao Evangelho barateado, oram por qualquer um, até o que não é cristão. Oferecer a benção a quem não quer compromisso com Deus, é reafirmar que ele pode pecar e ir para a Igreja ficar um pouquinho e voltar ao seu pecado. Isso é um engano enorme.

Até hoje eu sinto a falta de uma amiga virtual, que visitava um site de poesias e fotos que eu tinha. A amizade continuou até que eu critiquei num texto a idolatria da Igreja Católica. Deem a desculpa que quiserem, mas idolatria ainda é idolatria. Quando falei sobre essas coisas perdi a amiga. Notei que ter amizade com um cristão professo é bom, desde quando ele não toque em alguns assuntos, quando ele assim o faz a amizade é desfeita. A pessoa ilude-se em andar junto, fazer amizade ou querer a benção de Deus, sem querer o Deus da benção. Isso é ilusão.

Um não crente quer oração? Eu o levo ao arrependimento - com todas as letras vou perguntando o que ele fez de tão grave na vida, até ele entender que não dá pra continuar assim -, demonstro que ele precisa de salvação, senão é o próprio Deus quem se virará contra ele. Ai eu oro pedindo as bençãos para o arrependido que aceitou a Jesus. Antes dessas estapas não oro mais.

Mas também oro pelos crentes. Se ele já aceitou a Jesus eu pulo a etapa do arrependimento e da aceitação por Cristo, mas entra no lugar a necessidade de santificação. Eu vou falar de santificação e da necessidade urgente que a pessoa tem disso. Santificação significa a necessidade de pedir perdão a Deus pelos pecados cometidos. Na duvida peça perdão e comprometa-se a não fazer mais. Ai eu oro pela pessoa. Acabou o Evangelho barato.

A NÃO COMPREENSÃO É UM AUTOENGANO

Eu tenho visto uma justificação corrente sobre o pecado no meio dos cristãos. Alguns cristãos velhos na fé, falam palavrões, namoram, divorciam-se, praticam sexo, brigam e até bebem. A impressão que alguns me dão é que ele deixou a fé em algum canto, mas vive se enganando, pensando que ainda é crente, não é, não age como tal. Temos muitos cristãos carnais nos nosso meios ultimamente e até alguns carnais no pulpito. Dói dizer isso, mas a um engano no meio cristão que Deus está ouvindo a todas as nossas orações e Ele não está. Um irmão da Cristã do Brasil está sendo acusado pela justiça de ter roubado muitos equipamentos médicos, que beiram dois milhões de reais, a Igreja é culpada? é lógico que não, mas ele é um assíduo frequentador da Igreja. O mesmo irmão trocou a esposa por uma menina uns trinta anos mais nova. Agora são muitos os irmãos que tenho notado que estão vivendo maritalmente sem casar. Um amigo de uma Igreja, crente a muitos anos foi preso em flagrante por ter roubado um carro. Está preso em São Paulo.

Eu culpo muitas coisas que acontecem no nosso meio por causa desse Evangelho barato e interesseiro no dinheiro dos fiéis. Muitos pastores não estão interessados na salvação das almas. Mas independente do pastor, ou da Igreja, a pessoa deve ser real consigo mesma e saber que não existe Evangelho barato e que o barato pode sair muito caro.

Um amigo não entende porque tudo o que faz dá errado, mesmo ele sendo um cristão antigo. O problema está na qualidade do cristão que ele está apresentando e não enxerga. Ele é um cristão que não liga se praticar seus negócios um pouquinho fora da presença de Deus, se falar palavrões, se brigar, ser carnal, ir ocasionalmente uma vez por ano na Igreja, assumir que não quer ir a Igreja alguma, que não tem gostado mais dos crentes, que não dá o dizimo e nem oferta, que não ora, não lê a Bíblia, onde diz que a sua fé em Deus está abalada, mas quer a benção de Deus, mesmo com tudo isso ai. O irmão não sabe que encostou a sua vestimenta de fé em algum canto da Igreja e largou ela lá. É gente que está apoiada no pincel e nem sabe disso. Alguém tirou a escada do pintor de paredes, quando ele estava lá no alto e ele está firmado, numa situação incomoda no pincel e não mais na escada. Tem gente agarrado no pincel na parede, sem escada, imaginando e cobrando, porque o seu negócio não dá certo. Por que será?

Ontem ouvi uma pregação onde o irmão lembrava o texto onde diz que Deus não quer que hajam pobres no meio de Israel. Isso está no Antigo Testamento. Mas porque eles existem? A benção, sempre, com Deus é condicional e a base da provação. Deus não quer a pobreza do pobre e nem a morte do pecador. Se justificar, dizendo que o seu pecado é por causa do outro é um engano bobo que não nos leva a crescer. Culpe-se o homem do seu pecado.

O REMÉDIO

A benção de Deus é dada a todos livremente e grátis a todos que cumprirem as condições: Arrependimento, aceitar a Jesus, ou voltar a Jesus, pedir perdão, santidade, obediência. Não é preciso ficar subindo no monte, ou vivendo em jejuns eternos, misericórdia quero e não sacrifício, diz Deus. Tem gente que quer a benção de Deus? Ela está disponível, mas você tem a sua parte, e eu tenho a minha. Irmãos queridos, precisamos parar de nos enganar e sair de cima do muro. Não se engane, se você não se arrepender, nem adianta orar. E arrepender é prometer a Deus e a si mesmo, não praticar mais o mau. É arrepender de verdade. As Igrejas tem falhas? É lógico que sim, mas precismos adorar a Deus em algum lugar e não é dentro de casa. Deus está pronto a curar, salvar, prosperar e fazer mais do que pedimos, mas tudo tem um preço. A Bíblia tem condições. Siga as condições e logo você estará de pé, sendo abençoado de novo. O problema do homem resume-se na frase de Jesus: Convertei-vos e vivei.

Amém

Paulo Sérgio Lários

pslarios
Enviado por pslarios em 11/12/2018
Código do texto: T6524465
Classificação de conteúdo: seguro