A paz que advém da plenitude do amor.
Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos cada um para sua parte, e me deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo. Tenho vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. (João 16:32,33). Quem transcreveu tal discurso? João. O amado e íntimo discípulo estava velho, no fim da vida, quando resgatou essas passagens e as escreveu. Mais de meio século já havia se passado desde a morte de Jesus. Os demais discípulos já haviam morrido, muitos tinham sido perseguidos e martirizados, entre eles Pedro e Paulo. João agora estava só e foi nessa fase que ele escreveu. E Nestes versículos Jesus nos ensina quatro coisas sobre o amor e o dom de amar.
1 – A vencer a solidão; as pessoas o abandonariam, mas Ele tinha firma confiança de que jamais estava sozinho porque tinha a Deus. Ninguém está sozinho em uma causa justa, sempre está com Deus, ou seja, Deus nunca abandona o aquele que ama e prática o amor. São nos momentos de solidão que percebemos o caráter amoroso de Deus, e se voltarmos a atenção ao nosso redor veremos quanta beleza e variedades de vidas estão a nos acompanhar. E se invés de nos desesperarmos usarmos a situação como motivadora valorizando as pessoas e os amigos daremos um passo a mais na direção de entendermos o amor.
2 – Sobre o perdão; Ele sabia que seus amigos o abandonariam e no entanto, não os desprezou antes do ato nem mostrou ressentimento depois. Amou e ama as pessoas com todas as suas fraquezas; Ele as via e as amava tal como eram. O amor ser consciente. Se idealizarmos a alguém, ou pensamos que não tem nenhum defeito, estamos condenados a nos sentir defraudados. Não devemos amar a perfeição na pessoa, mas amá-la como ela é. Frágil e com propensão a errar, por que assim também o somos. Pois só busca perfeição nos outros aqueles que não conhecem a si mesmo.
3 – A simpatia empática de Jesus; está parte está ligada um dom direto de Jesus, dom que todo Cristão deveria buscar como meta de vida. “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim.” Se Jesus não tivesse predito a fraqueza dos discípulos, quando estes percebessem mais tarde que tinham falhado com o mestre ao o abandonar poderiam ter caído no desespero. No entanto, ele os, advertiu antes que acontecesse. Parafraseando o que Ele disse: “Sei o que acontecerá; mas isso não mudará o amor que sinto por vocês. E quando pensarem nisso mais adiante não se desesperem.” Aqui vemos a piedade e o perdão divino. Jesus não pensou na própria dor, mas sim no que sofreriam aqueles homens. Ah! Se as vezes pensássemos menos na dor que nos infligiram e, ocupássemos mais o nosso tempo em produzir o perdão em nosso coração. O mundo seria o paraíso que tanto queremos.
4 – A ter bom ânimo; Jesus sempre nos ensinou a ver o bom e o bem em cada ser ou situação. Em pouco tempo os discípulos veriam que o mundo podia fazer todo o mal de que era capaz a Jesus e, apesar disso, não conseguiria vencê-lo. Veriam o mundo fazendo o pior possível na crucificação; mas veriam que Jesus seria invencível quando ressuscitasse. E mais uma vez parafraseando o que Ele disse: “O triunfo que obterei também pode ser o de vocês. O mundo me fez o pior e saí vitorioso. O mundo e a vida pode e poderá fazer o pior com vocês, mas se mantiverem-se no amor também triunfarão. Porque vocês virão o bom ânimo emanar e o amor vencer a morte na dureza da cruz”.
Aqui aprendemos a vencer a solidão, a perdoar, a entender a fraqueza do próximo e a ter coragem para praticar o caro ensinamento do amor. Pois quem ama e prática o bem jamais está só. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).