O Mestre do amor nos ensinou a amarmo-nos nas diferenças.
E fez-lhe Levi um grande banquete em sua casa; e havia ali uma multidão de publicanos e outros que estavam com eles à mesa. E os escribas deles, e os fariseus, murmuravam contra os seus discípulos, dizendo: Por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos. (Lucas 5:29-31). Aqui vemos algo que deveria inquietar muitos de nós hoje em dia. Jesus não somente chamou Mateus para ser seu seguidor, como também sentou-se à mesa junto com homens e mulheres que eram como Mateus, publicanos e pecadores notórios.
Estes são um dos raros momentos em que os escribas e os fariseus estiveram de acordo. Os escribas tinham os seus interesses em difamar Jesus, já os fariseus (separados), não podiam permitir sequer que alguma parte de sua túnica tocasse em uma pessoa como Mateus, porque os consideravam imorais. A resposta de Jesus foi simples e verdadeira: Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento. (Luc 5:32). A palavra grega traduzida o chamar é (καλεω kaleo), que entre os seus significados, tem o de: gritar, tendo um propósito.
E o propósito divino é a “medicina da amorosa salvação”. Jesus declarou que só os doentes precisam de médico; gente como Mateus e seus amigos eram os que mais o necessitavam. Seria bom que no decorrer de nossas vidas parássemos para olhar ao pecador como um doente e não como um criminoso; e olhar aquele que se equivocou não como a alguém que deve ser rechaçado e condenado mas sim como a alguém que necessita de amor e ajuda para encontrar o caminho correto.
O mestre Jesus respeitava e apreciava as diferenças. A Ele se interessava em irrigar a alma deserta com a água da vida e do amor e os levarem ao arrependimento (μετανοια metanoia; de μετανοεω metanoeo), que significa: mudar a mente para melhor, corrigir o coração do pesar dos pecados passados, ou seja, transformar e avivar a alma e a personalidade. Pois o amor corrige rotas, apazigua a emoção, traz lucidez ao pensamento, rompe a estrutura do egoísmo. O amor nos faz iguais mesmo sendo diferentes. Eis o real poder do amor.
Hoje vemos o ser Cristão divido pelos ismos, bom seria se pudéssemos sentarmos juntos a mesa num banquete de amor. Jesus jantava na casa de um fariseu ou de um coletor de impostos. Ele valorizava os éticos e dava especial atenção aos amorais. Ou seja, Ele amava pessoas tão diferentes! E este é o dever de todo aquele que se diz Cristão. É comum vermos as pessoas debocharem ao ouvirem sobre o amor que advém de Deus. Mas falar de Jesus Cristo sem o amor e do seu amor, é falar de um jardim sem flores e de uma mesa posta sem alimento. Que ao amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).