PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA
(Lc 21,1-4)(26/11/18)
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Caríssimos irmãos e irmãs, a vida natural é uma obra prima divina composta no tempo em vista da eternidade; é por isso que somos esse misto de carne e espírito, e é também por isso, que tanto aspiramos as coisas eternas, uma vez que as naturais não nos satisfazem devido o seu fim temporal. De fato, estamos aqui, mas não somos daqui, porque aquele que nos criou, nos criou para Si.
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Ora, com a vinda de Cristo Jesus, as portas do céu, do Reino de Deus nos foram abertas, pois tinham sido fechadas por causa do pecado; mas, por sua infinita misericórdia, o Senhor leva a bom termo essa sua obra prima que somos. Por isso, seguir a Cristo, é ser um só com Ele; essa unidade nos foi dada por Deus no batismo, por meio do Seu Espírito, como nos ensinou São Paulo: "Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos."
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Na liturgia de hoje, o Senhor nos revela, por meio de São João, o Mistério que nos envolve e de como será o nosso devir. Ora, essa nova condição dos redimidos vem acompanhada de todas as graças recebidas e postas em prática por eles quando de sua estadia neste mundo. São essas, então, algumas das virtudes eternas dos filhos de Deus: "caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança."
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Conclusão: Caríssimos, quem tem como fundamento de sua vida as coisas que passam, tende ao desespero, pois a vida natural sem o estado de graça advindo da comunhão com a vontade de Deus, gera um profundo vazio existencial, pois somente em Deus a vida humana encontra a realização e o sentido eterno de ser.
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Portanto, não viva sem esse sentido eterno, porque "Deus criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça divina é imortal."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.