A humanidade espiritual vem conversar com a humanidade corporal e diz:
Nós existimos, logo, o nada não existe. Eis o que somos e o que sereis. Vós sois o que seremos. O futuro vos pertence como a nós. Caminhaveis nas trevas, pois viemos clarear-vos o caminho e traçar-vos o roteiro. Andaveis ao acaso, pois viemos apontar-vos a meta. A vida terrena era para vós tudo, porque nada vieis além dela. Viemos dizer-vos mostrando a vida espiritual, que a vida terrestre é parte da vida. A vossa visão se detinha no túmulo, nós vos desvendamos para que possais ver um esplendido horizonte. Não sabieis por que sofrieis na Terra, agora, no sofrimento vedes a justiça de Deus. O bem nenhum fruto aparente produzia para o futuro além túmulo. Doravante ele terá outra finalidade e constituirá uma necessidade. A fraternidade que não passava de bela teoria assenta, agora, numa lei da natureza.
Sob o domínio da crença de que tudo acaba com a morte e a imensidade é o vazio, o egoísmo reina soberano entre vós, e a vossa palavra de ordem é: cada um por si. Com a certeza do porvir e que os espaços infinitos se povoam ao infinito, em parte alguma há o vazio e a solidão para o espírito. A solidariedade liga todos os seres, aquém e além da tumba. É o reino da caridade sob a divisa: um por todos e todos por um. Enfim, ao termo da vida dizieis eterno adeus aos que vos são caros, agora, dir-lhe-eis: até breve.
Palavras no livro “A Gênese” de Alan Kardec.