O amor estilhaçou os preceitos e conceitos.
Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus, Levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhes com a toalha com que estava cingido. (João 13:3-5). Aqui vemos beleza da humildade, Jesus sabia que todas as coisas estavam em suas mãos. Sabia que a hora de sua humilhação estava perto mas também sabia que se aproximava a hora de sua glória. Sabia que não faltava muito tempo para que chegasse a sentar-se no próprio trono de Deus. Esse pensamento e perspectiva no ser humano comum o encheria de orgulho. Mas com Jesus foi diferente um momento, quando Ele poderia ter experimentado um orgulho supremo, Ele demonstrou uma humildade suprema.
Jesus o mestre do amor virou o mundo de cabeça para baixo, estilhaçou todos os preceitos e conceitos que o ser humano poderia ter sobre o Criador. Era de se esperar que Jesus Cristo revelasse um Deus frio, distante, cheio de arrogância que reivindicasse reverência e serviço absoluto, e também exigisse que todos se prostrassem aos seus pés, mas, ao invés disso, Ele serviu e prostrou-se aos pés daqueles que ali estavam, e ainda hoje nos serve em amor e verdade. Ele sempre se importou e se importa com as mazelas humanas, pois jamais esteve distante da humanidade, pois jantou com leprosos, acariciou os miseráveis, tratou os deprimidos, os ansiosos, e trouxe balsamo para os feridos na alma.
Quanto mais estudamos o Evangelho mais entendemos que o mestre da vida, por amar intensamente o ser humano e perceber as falhas contínuas que permeavam sua alma, invés de tecer críticas às pessoas, acolheu calorosamente a todos. Sabia que o ser humano, em sua grande maioria, gostaria de ser paciente, gentil, solidário, amável, mas não tinha estrutura e energia emocional para controlar o si mesmo.
Jesus sabia que o ser humano, apesar de ter capacidade de controlar o mundo à sua volta, não conseguia controlar o seu mundo interior. Quando dizia aos seus discípulos que eles eram homens de pequena fé, na maioria das vezes não se referia a milagres sobrenaturais, mas ao maior de todos os milagres naturais, o auto-controle. Por isso Ele deixou o Espírito Santo para nos Ajudar. A palavra que é traduzida do grego por consolador é parakletos (παρακλητος). Que significa: chamado, convocado a estar do lado de alguém, intercessor, conselheiro de defesa, assistente legal, advogado; num sentido mais amplo, ajudador, alguém que presta socorro.
A beleza de quem escolhe seguir a Jesus é que jamais estará sozinho, pois a luz viva do amor iluminará o seu caminhar. E o Espírito Santo sempre estará pronto para nos ajudar a vencermos o nosso interior, para que possamos amar, perdoar e levar a todos a doce taça da misericórdia. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).