Na liberdade do amor que gera vida.
No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor. (1João 4:18). A humanidade sempre teve algo a temer, nos primórdios havia o medo das feras selvagens, depois o medo das guerras, da escravidão e nos de hoje o medo de tudo e de todos. Hoje olhamos para vida e o medo advém, medo das pessoas, medo das circunstancias e na maioria das vezes buscamos segurança nas coisas materiais, mas elas se deterioram e junto vamos nós.
João neste versículo nos dá a receita para vencermos o medo que tanto nos aflige, pois o mundo tenta nos constranger pelo medo, enquanto Deus sempre buscou nos constranger pelo amor. Nós as vezes somos tentados a perguntar por que criou Deus este mundo? Onde a desobediência, a rebeldia, a falta de resposta dos seres humanos resulta um contínuo pesar para Ele. Por que Deus quis criar um mundo que não lhe daria senão desgostos? E a real resposta é que Deus criou este mundo porque a criação é essencial à própria natureza de Deus. Se Deus é amor, não pode existir em triste solidão.
E ainda ha outro questionamento, por que Deus deixa a humanidade agir livremente se este agir sempre traz mas consequências? Eis a explicação do livre arbítrio, a menos que o amor seja uma resposta em liberdade, não é amor. Não pode haver amor que não seja espontâneo. Se Deus tivesse crido títeres ou para um teatro mamulengos não haveria vida em plenitude. E consequentemente jamais poderia ter havido nenhuma possibilidade de uma relação pessoal entre Deus e o ser humano. O amor é por necessidade uma escolha livre e uma resposta igualmente livre, do coração; e, portanto, antes que alguém possa amar a Deus em qualquer sentido da palavra, suas decisões devem ser livres.
Quando entendemos que Deus é um pai que se ocupa em ensinar o real valor da vida para um filho entendemos que jamais estamos só na dura lida, pois o amor de Deus está ao alcance de todos basta escolhemos como meta de vida. Se Deus fosse simplesmente Criador ou um juiz não nos restaria nada além de viver nossas vidas fugazes, e morrer para sempre. O ser humano seria somente um sopro breve diante da imensidão do universo, só seria outra flor que a geada da morte teria murchado ao nascer do sol. E o medo seria a força motriz de uma vida que caminha para morte. Mas precisamente porque Deus é amor, nem o acaso nem as voltas da vida têm a última palavra, mas sim, o gracioso amor de Deus que reajusta o equilíbrio da vida gerando vida além da vida tem e terá poder sobre a vida.
E, é para este amor que somos convidados todos os dias, e a todo momento. Um tipo de amor que vai além da possessividade da paixão, mas nos constrange para uma vida onde amar se faz mais importante que possuir, onde servir é mais nobre do que ser servido; onde dar, se faz mais rico que receber. Eis o doce aperfeiçoamento no amor, pois o amor só se aperfeiçoa quando nos espelhamos no amor que é Deus, e o poder de Deus nos livra de todo medo trazendo brilho e liberdade para o nosso viver. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).