O agir do amor na vida de cada um.
Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo. E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar. Aqui vemos um desfecho triste na vida de alguém que andou com o mestre dos mestres Jesus, mas pouco apendeu sobre o amor.
Quando estudamos o Evangelho com intuito de entendermos o agir do amor na vida de cada apóstolo. Veremos o contraste entre erros semelhantes em pessoas diferentes, ou seja, a traição de Judas e a negação de pedro.
Judas Iscariotes era moderado, dosado, discreto, equilibrado e sensato. Do que podemos observar nos quatro relatos do evangelho de Jesus, tirando o relato que vemos em (João 12:6), nada há que desabone o comportamento de Judas. Não há elementos que indiquem se era tenso, ansioso ou inquieto. Não há relatos de que tenha ofendido alguém nem que tenha tomado uma atitude agressiva ou impensada. Aparentemente, ele era o que mais pensava nos outros, o mais moralista e sensível dos discípulos. Era, provavelmente, o mais culto, o mais esperto, o mais eloquente e o mais polido dos apóstolos. Não dava escândalos nem tinha comportamentos que perturbassem o ambiente. Agia silenciosamente. Ou seja, exteriormente era perfeito, mas em seu interior trazia guardado algo que o destruiria.
Já Pedro era inculto, iletrado, intolerante, ansioso, irritado, agressivo, inquieto, impaciente, indisciplinado, impulsivo, repetia os mesmos erros com frequência e não suportava ser contrariado. As características de Pedro demonstram que ele era hiperativo e detestava a rotina. Se ele vivesse nos tempos de hoje, certamente seria um aluno que todo professor gostaria de ver em qualquer lugar do mundo, menos em sua sala de aula. Era auto suficiente. Mas ele também era uma pessoa simples, humilde, sincera. Tinha uma enorme capacidade de aprender. Era rude, mas tinha a emoção de um menino: singela e ingênua. Cria com facilidade nas palavras de Jesus. Sob seu comando, atirou a rede ao mar sem questionar, num lugar onde havia pescado a noite toda sem nada pegar. Sob as palavras de Jesus, teve a coragem de caminhar sobre a superfície do mar. Embora fosse ansioso e agitado, não era superficial.
E aqui vemos a diferença do agir de cada um, Judas quando se deu conta do seu erro fugiu para longe das vista de Jesus, buscando a morte, Jesus mesmo sabendo que ele o trairia jamais o abandonou. E aqui entendemos que a pior característica de Judas era que ele não era uma pessoa transparente. Antes de trair Jesus, traiu a si mesmo. Traiu sua sabedoria, traiu seu amor pela vida, sua capacidade de aprender, seu encanto pela existência. O maior traidor da história foi o maior carrasco de si mesmo. Ele não soube perdoar a si mesmo, ou seja, não foi capaz de buscar o perdão do olhar amoroso de Jesus.
A negação de Pedro não foi menos séria do que a traição de Judas. Por que eles seguiram caminhos tão distintos diante de erros tão graves? O interessante é que temos algo a aprender no dramático suicídio de Judas e nas lágrimas incontidas de Pedro. Pedro não fugiu de Jesus ele o acompanhou mesmo depois de errar. Pedrou encarou o seu erro frente a frente quando se deparou com o olhar de Jesus, que não era um olhar zangado, mas sim o olhou com tristeza. Pedro poderia ter suportado que Jesus se voltasse e o tivesse repreendido; mas esse olhar silencioso e carregado de tristeza atravessou seu coração como uma espada, e abriu uma fonte de lágrimas. O castigo do pecado não é enfrentar a irritação de Jesus, e sim o olhar que vertia o perdão da compreensão e do amor perdoador.
E aqui fica a lição preciosa para cada um de nós, na vida ninguém está livre de errar, e nem tão pouco a fortaleza está em um exterior aparentemente forte. A verdadeira força vem de reconhecermos os nossos erros e fraquezas e de pô-las diante de Cristo para que Eles nos capacite a vencermos as nossas fraquezas e de perdoarmos a nós mesmos perdoando a outrem. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).