A certeza filosófica da existência de Deus
A CERTEZA FILOSÓFICA DA EXISTÊNCIA DE DEUS
Miguel Carqueija
A teimosia dos ateus é algo que desafia a compreensão. A existência de Deus e dados básicos sobre a sua natureza e atributos estão ao alcance da razão natural, sem que precisemos sequer reccorer à Revelação Cristã. Efetivamente, a existência do Universo é a grande prova da existência do Criador. Se Deus não existisse não haveria mais nada, por falta de suporte.
O universo é composto por matéria, energia, tempo e espaço. Os dois últimos itens formam o arcabouço dos eventos, ou seja, a transformação de matéria e energia. Pela compreensão trazida pela Ciência do século XX encaramos a matéria como energia concentrada, e a energia como matéria difusa. De qualquer modo não há um átomo sequer que possa explicar a sua existência por seu próprio mérito. Todos os seres do universo são contingentes e só podem ser justificados mediante um Ser Supremo, criador e mantenedor do Cosmos, um ser estupendo que exista por si mesmo, o “existente em essência” (Sandro Grimani, “O invisível na harmonia lógica do cognoscível”).
Isto só pode acontecer com um ente espiritual, que não é constituído por partes. Sabemos que Deus é único, pois a existência de vários “deuses” — êrro comum das antigas mitologias, deturpação religiosa — implica em imperfeições, limitações. Repugna, porém, à ideia do ser divino, que Ele possua limitações. O conceito de divindade em sua pureza assim o exige: Deus é eterno, necessário, onipotente, onisciente, sumamente perfeito e sumamente bom.
Não é à toa que os “deuses” da mitologia greco-romana e outros são repletos de paixões humanas, inclusive paixões das mais rasteiras.
Os ateus militantes gostam de excogitar complicados sistemas para explicar o inexplicável, isto é, o seu “universo sem Deus”. Pretendem, por exemplo, a eternidade da matéria. Entretanto uma sucessão infinita de seres contingentes não seria mais que uma soma de zeros, e jamais daria respaldo á realidade do universo. Quanto ao “big bang”, é uma teoria lançada pelo sacerdote belga e astrônomo Georges Lemaitre, em 1931. Mesmo que o Cosmos atual (sic) tenha surgido da chamada “grande explosão inicial” (ou “grande expansão”), permanece a pergunta: e antes? Pois havia alguma coisa que explodiu no Big Bang; e quem a criou?
A Cristandade vota uma singular estima à Ciência. Através dos séculos muitos dos maiores cientistas e intelectuais da humanidade foram religiosos, como Santo Alberto Magno, Nicolau Copérnico, Frei Cristóvão Clavius, Roberto Landell de Moura, Gregor Mendel, Abade Moreux etc. Poderíamos acrescentar os leigos católicos que se dedicaram às letras e às pesquisas e invenções — como o brasileiro Gustavo Corção, que além de grande escritor, tendo patenteado o órgão eletrônico entre outras coisas.
Para o católico — ou para o cristão de modo geral — o Universo é a Criação de Deus no plano físico ou material e, como tal, merece ser reverentemente estudado. Ora, esse estudo é a Ciência. Assim se explica a profunda simbiose existente entre a Fé Cristã e a Ciência.
O materialista tem aí um campo fértil para refletir. Ele costuma negar a Deus com a questão do sofrimento e do mal. Sabemos, porém, desde crianças, que existe dano nesse mundo em que habitamos. Pelos motivos atrás mencionados não há dúvida de que o Ser Supremo existe e é pessoal; e não há dúvida alguma de que este ser inefável é sumamente bom, perfeito e justo. Portanto — e é isso que os materialistas precisam entender — o problema do mal deve ser encarado à luz desses fatos. A explicação para a ocorrência do mal e do dano não pode excluir a verdade anterior de Deus e dos atributos divinos. O mal, em suma, é consequência do livre-arbítrio. Deus criou seus seres racionais e livres, podendo até escolher renegar o seu Criador. Ninguém é mais democrático do que Deus. A escolha pelo mal, porém, gera consequências funestas.
Enfim, a opinião tão repetida (até de forma enjoativa) de que, se Deus existisse, não permitiria isso e não permitiria aquilo, não tem a menor consistência. A existência do mal e do sofrimento não podem enfim depor contra a existência de Deus porque essa existência já está garantida numa instância anterior que é a própria existência do universo.
Rio de Janeiro, 28 de maio a 4 de outubro de 2011.
imagem pixabay
A CERTEZA FILOSÓFICA DA EXISTÊNCIA DE DEUS
Miguel Carqueija
A teimosia dos ateus é algo que desafia a compreensão. A existência de Deus e dados básicos sobre a sua natureza e atributos estão ao alcance da razão natural, sem que precisemos sequer reccorer à Revelação Cristã. Efetivamente, a existência do Universo é a grande prova da existência do Criador. Se Deus não existisse não haveria mais nada, por falta de suporte.
O universo é composto por matéria, energia, tempo e espaço. Os dois últimos itens formam o arcabouço dos eventos, ou seja, a transformação de matéria e energia. Pela compreensão trazida pela Ciência do século XX encaramos a matéria como energia concentrada, e a energia como matéria difusa. De qualquer modo não há um átomo sequer que possa explicar a sua existência por seu próprio mérito. Todos os seres do universo são contingentes e só podem ser justificados mediante um Ser Supremo, criador e mantenedor do Cosmos, um ser estupendo que exista por si mesmo, o “existente em essência” (Sandro Grimani, “O invisível na harmonia lógica do cognoscível”).
Isto só pode acontecer com um ente espiritual, que não é constituído por partes. Sabemos que Deus é único, pois a existência de vários “deuses” — êrro comum das antigas mitologias, deturpação religiosa — implica em imperfeições, limitações. Repugna, porém, à ideia do ser divino, que Ele possua limitações. O conceito de divindade em sua pureza assim o exige: Deus é eterno, necessário, onipotente, onisciente, sumamente perfeito e sumamente bom.
Não é à toa que os “deuses” da mitologia greco-romana e outros são repletos de paixões humanas, inclusive paixões das mais rasteiras.
Os ateus militantes gostam de excogitar complicados sistemas para explicar o inexplicável, isto é, o seu “universo sem Deus”. Pretendem, por exemplo, a eternidade da matéria. Entretanto uma sucessão infinita de seres contingentes não seria mais que uma soma de zeros, e jamais daria respaldo á realidade do universo. Quanto ao “big bang”, é uma teoria lançada pelo sacerdote belga e astrônomo Georges Lemaitre, em 1931. Mesmo que o Cosmos atual (sic) tenha surgido da chamada “grande explosão inicial” (ou “grande expansão”), permanece a pergunta: e antes? Pois havia alguma coisa que explodiu no Big Bang; e quem a criou?
A Cristandade vota uma singular estima à Ciência. Através dos séculos muitos dos maiores cientistas e intelectuais da humanidade foram religiosos, como Santo Alberto Magno, Nicolau Copérnico, Frei Cristóvão Clavius, Roberto Landell de Moura, Gregor Mendel, Abade Moreux etc. Poderíamos acrescentar os leigos católicos que se dedicaram às letras e às pesquisas e invenções — como o brasileiro Gustavo Corção, que além de grande escritor, tendo patenteado o órgão eletrônico entre outras coisas.
Para o católico — ou para o cristão de modo geral — o Universo é a Criação de Deus no plano físico ou material e, como tal, merece ser reverentemente estudado. Ora, esse estudo é a Ciência. Assim se explica a profunda simbiose existente entre a Fé Cristã e a Ciência.
O materialista tem aí um campo fértil para refletir. Ele costuma negar a Deus com a questão do sofrimento e do mal. Sabemos, porém, desde crianças, que existe dano nesse mundo em que habitamos. Pelos motivos atrás mencionados não há dúvida de que o Ser Supremo existe e é pessoal; e não há dúvida alguma de que este ser inefável é sumamente bom, perfeito e justo. Portanto — e é isso que os materialistas precisam entender — o problema do mal deve ser encarado à luz desses fatos. A explicação para a ocorrência do mal e do dano não pode excluir a verdade anterior de Deus e dos atributos divinos. O mal, em suma, é consequência do livre-arbítrio. Deus criou seus seres racionais e livres, podendo até escolher renegar o seu Criador. Ninguém é mais democrático do que Deus. A escolha pelo mal, porém, gera consequências funestas.
Enfim, a opinião tão repetida (até de forma enjoativa) de que, se Deus existisse, não permitiria isso e não permitiria aquilo, não tem a menor consistência. A existência do mal e do sofrimento não podem enfim depor contra a existência de Deus porque essa existência já está garantida numa instância anterior que é a própria existência do universo.
Rio de Janeiro, 28 de maio a 4 de outubro de 2011.
imagem pixabay