PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 19,25-27)(15/9/18).
 
Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Mãe dolorosa, que se encontra aos pés da cruz do seu Filho, Jesus, para oferecê-lo ao Pai em expiação dos nossos pecados. Desse modo, Maria sofreu com seu Filho as dores de seu martírio para que assim se consumasse o desígnio do Pai, "reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra." De fato, fomos redimidos pelo único sacrifício capaz de expiar os nossos pecados e de vencer o maligno para sempre.
 
Com efeito, Maria se encontra dentro do grande mistério do seu Filho, por isso, não tem como pensar a redenção sem essa união entre mãe e Filho, e entre Filho e mãe. Assim, as dores de Cristo são as dores de sua mãe, o amor de Cristo é também o amor de sua mãe; pois não existe divisão em quem o Espírito Santo uniu com a Sua Divina Perfeição. Somente assim entendemos que Deus se fez humano em tudo, menos no pecado, porque é Deus e em Deus não existe pecado.
 
Vejamos, então, a aceitação do sofrimento humano do Senhor: "Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido por causa de sua entrega a Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que sofreu. Mas, na consumação de sua vida, tornou-se a causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem."
 
Portanto, celebrar a memória das dores de Nossa Senhora na hora do martírio do seu Filho, Jesus Cristo, é celebrar também a sua aceitação da vontade do Pai mesmo sem entender à princípio o porquê, mas apenas sofrer com Ele as dores do nosso resgate; pois a via dolorosa de Cristo e de Sua mãe é o preço pago pela nossa redenção, por isso, o Sangue de Cristo tem todo poder sobre o céu e sobre a terra.
 
Paz e Bem!
 
Frei Fernando Maria OFMConv.