Abertos a novidade da sabedoria.
E ninguém deita vinho novo em odres velhos; de outra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão; Mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão. (Lucas 5:37,38). Aqui Jesus prepara um caminho para mente dos que o ouviam. A religiosidade no simples cultuar traz consigo algo estagnante, pois há uma espécie de paixão pelo antigo. O problema com os ortodoxos da época era que todo ensinamento de Jesus era tão chamativamente novo que simplesmente não podiam entender e nem habituar-se a ele.
O interessante é que a mente quando deixa de ser investigativa ou se fecha para o novo perde logo a qualidade da elasticidade e deixa de conceber novas ideias. E Jesus trazia a boa nova de Deus, e esta boa nova já havia sido anunciada pelos profetas, mas os ortodoxos não a aceitavam e nem tão pouco investigavam, somente a relegava. Porque preferiam caminhar em seus velhos eitos, preceitos e preconceitos.
E Jesus em sua sabedora lança mão duas ilustrações. Disse: “Ninguém tira um pedaço de veste nova e o põe em veste velha….” O tecido novo forte só fará que o velho se rompa mais. Na Palestina se usavam odres de pele para armazenar o vinho, e todo vinho novo fermenta e produz gás. Se o odre era novo tinha certa elasticidade e cedia à pressão; mas se era velho com a pele ressecada e endurecida este rompia-se.
Então parafraseando o que Jesus disse: “Não deixem que suas mentes se convertam em odres velhos. E perdendo a elasticidade fique endurecida e morra na inercia.” Toda a passagem mostra a Jesus alertando sobre o perigo da mente fechada e pedindo aos ouvintes que não rechacem as novas ideias. A história nos ensina isso. Galileo foi famoso como herege quando sustentou que a terra se movia ao redor do Sol. Lister teve que lutar para que suas técnicas antissépticas fossem utilizadas nos procedimentos cirúrgicos. Tenhamos claro que quando as novas ideias nos ofendem tão somente demonstramos que nossas mentes já estão velhas e perderam sua elasticidade.
E o que aprendemos aqui? Há um conservadorismo sábio e outro néscio. Tomemos cuidado de não nos atermos em pensamento e ação reacionários obstinados quando teríamos que ser, como Cristãos, graciosos aventureiros, sempre com a alma aberta para ver o novo. Pois ser Cristão é viver em novidade de vida numa constante transformação aos molde de Cristo Jesus. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre árbitro de nossos corações.
(Molivars).