Homilia do 23°Dom do tempo comum (Mc 7,31-37)(09/9/18).
A prática da fé é também prática da vida, assim, vida e fé se unem ao amor para dar o verdadeiro testemunho da ressurreição do Senhor. A vida de fé exclui todo tipo de descriminação, porém, não é conivente com nenhuma prática invasiva que contradiz suas normas, ou seja, não aceita a mentalidade que nega a veracidade de suas convicções. Desse modo, é justa por não descriminar, mas também por não aceitar ser desacreditada em seu testemunho.
A vivência da fé é graça de Deus que nos faz experimentar a sua presença e o seu auxílio em nossas necessidades. No Evangelho de hoje, a fé daqueles que seguiam Jesus se estentende à um surdo mudo em forma de intercessão, ao que Jesus logo atende, todavia, os orienta para não divulgarem seu feito, pois a importância estava em atender o necessitado e não em divulgar a graça que fora concedida. Ora, isso mostra a gratuidade divina e ao mesmo tempo o poder da fé em vista do bem feito ao próximo.
De fato, a fé é um testemunho autêntico do que somos em Deus, do que fazemos por amor à Ele e das graças que por Ele nos são concedidas. Ela é também uma antecipação da felicidade eterna do Reino dos Céus, bem como meditamos na Carta aos Hebreus: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." Por isso, o justo vive da fé, porque viver da fé é obedecer a Deus, é amá-lo acima de todas as coisas e estender esse amor ao próximo como vimos no Evangelho de hoje.
Caríssimos, chamo a atenção para um detalhe muito importante narrado no Evangelho que meditamos hoje; Jesus, ao atender o pedido que lhe fora feito, saiu do meio da multidão e em um lugar à parte usou a própria saliva, os gestos e a oração para curar e libertar o surdo mudo. Ora, isso significa que os meios usados para a nossa cura e libertação, são humanos e divinos; por exemplo, os médicos, os procedimentos cirúrgicos, os remédios e em especial a confiança inabalável no poder de Deus, que põe tudo isso à nossa disposição para nos livrar de todo o mal. Portanto, o milagre é o bem que fazemos por amor ao Senhor. É como Ele mesmo nos ensinou: "O que fizestes ao menor dos meus irmãos foi à mim que o fizestes."
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.