Amando-se e respeitando-se em Cristo
Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, Remindo o tempo; porquanto os dias são maus. (Ef 5:15,18). Nesta passagem que se estende até o versículo vinte um Paulo ensina o povo da época e a nós como deve ser o agir de um Cristão. Uma caminhada cuidadosa depende de sabedoria, que advêm do conhecimento da vontade do Senhor. Ou seja, somos convidados para vivermos uma vida sensata, rir quando se pode rir, chorar quando for hora de chorar e perdoar e amar independente do tempo.
A frase remindo o tempo (ἐξαγοραζόμενοι τὸν καιρόν). Traz consigo o interessante significado: devemos aproveitar cada segundo de nossa vida, pois a vida é tempo e cada segundo perdido com o ranço amargura, da inimizade, do ódio e assim por diate, é vida que perdemos de viver. E que caminha pelos ventos da impetuosidade do ego se perde e perder-se na vida deixando de vivê-la. E é por isso que ele alerta: Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. (Efe 5:17). E a vontade de Cristo é: O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. (João 10:10).
E ele diz: E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; (Ef 5:18). Sublinhando o contraste entre dois tipos de reuniões: a reunião do povo comum e a reunião Cristã. A reunião comum é propensa a derivar nos prazeres. O interessante é que no tempo de hoje ainda usemos a palavra simpósio para a discussão de um tema por um grupo de pessoas. A palavra grega symposion significa literalmente um encontro em que se bebe. Ou seja, o mundo encontra sua felicidade enchendo-se de vinho e dos prazeres do mundo; o cristão encontra a sua felicidade no fato de que está e busca estar cheio do Espírito.
Assim sendo entendemos que a Igreja enquanto eklesia deve ser um lugar em que os Cristãos enquanto templos do Espírito Santo (Naos), honram-se e respeitam-se mutuamente. Paulo dá a razão para esta honra e respeito mútuos; era porque reverenciavam a Cristo. Não se apreciavam à luz de suas ocupações, profissões e status social; apreciavam-se à luz de Cristo e por isso descobriam a dignidade de cada um, e se respeitavam e se honravam mutuamente com a facilidade que o amor e a comunhão de Cristo pode nos propiciar. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).