O tempo certo de Cristo.
Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui, e vai para a Judeia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. (João 7:3). Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo sempre está pronto. Aqui nesta passagem que inicia no versículo um e se estende até o versículo nove. Veremos que Jesus sempre escolhe agir no tempo certo e com sabedoria.
Há algo interessante nesta passagem que não podemos deixar de lado. Quando Jesus diz: Subi vós a esta festa; eu não subo ainda a esta festa, porque ainda o meu tempo não está cumprido. (João 7:8). Era comum Jesus referir-se ao seu tempo ou à sua hora. Em João (2:4; 7:30; 8:20; 12:27;), Ele usa a palavra do grego ‘hora’). Esse tempo ou hora é algo não mutável, era inevitável, era preciso aceitá-lo sem discussão porque era o momento em que o plano de Deus tinha decidido que algo devia acontecer. Mas nesta passagem a palavra que se emprega não é hora, e sim “kairós”. Kairós: traz o significado: De o tempo oportuno é derivado de kara "cabeça” referindo-se a coisas chegando ao auge do amadurecimento para aproveitar ao máximo. Ou seja, o melhor momento, a oportunidade mais adequada para fazer algo ou agir com sabedoria.
O que Jesus diz é que o momento não era aquele que daria a Jesus a oportunidade que estava esperando. Se Ele acompanha-se os irmãos já no início da festa seria exposto demais e perderia a oportunidade de agir com sabedoria. De e maneira que adiou sua ida até a metade da festa porque o fato de chegar quando a multidão já estava reunida e expectante lhe dava uma oportunidade muito melhor.
O que aprendemos aqui?
1 – Aprendemos que não podemos forçar a mão de Jesus. Seus irmãos trataram de forçá-lo a ir a Jerusalém. De fato, foi o que podemos chamar um atrevimento e um desafio. De algum modo tinham razão de um ponto de vista humano. Mas era um tempo impróprio para o agir de Cristo Jesus. Porque Jerusalém era a pedra de toque. Os irmãos de Jesus podiam ter justificado sua insistência; mas não se pode forçar a mão de Jesus. Jesus faz as coisas, não no nosso tempo, e sim no de Deus. A impaciência humana deve aprender a esperar na sabedoria de Deus. O mundo segue o tempo de Deus, não o nosso.
2 – Aprendemos que é impossível tratar a Jesus com indiferença. Não importava que dia os irmãos de Jesus fossem a Jerusalém. Qualquer dia dava no mesmo, posto que ninguém notaria sua presença. Não havia nada que dependesse de sua ida a Jerusalém; podiam ir em qualquer momento, sem que fizesse nenhuma diferença. (O mundo não vos pode odiar, mas ele me odeia a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más. João 7:7). Mas com Jesus era algo muito diferente. Por que? Porque os irmãos de Jesus formavam parte do mundo, seus interesses estavam no mundo, estavam em sintonia com o mundo, não incomodavam o mundo e este não tinha nenhuma queixa contra eles.
Por fim, quando Jesus entra na vida de alguém há um agir de um inquietante e dinâmico poder. Sua simples presença é uma condenação de nosso modo de vida. Sua presença é um desafio a nosso egoísmo e nossa letargia. Jesus tinha que escolher o momento, porque quando ele chega algo acontece e tudo muda. Então abramos a porta de nossos corações para que Jesus o visite e faça a real mudança que o amor pode fazer. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).