O amor de Deus é um privilégio com deveres.
Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis. Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros, e não buscando a honra que vem só de Deus? (João 5:43,44).Era próprio dos ortodoxos da época e ainda hoje isso se dá conosco desejar o louvor diante das pessoas. Os escribas e os fariseus vestiam-se de tal maneira que qualquer um pudesse reconhecê-los. Oravam de maneira que todos os vissem. Sempre escolhiam os primeiros assentos nas sinagogas. Encantavam-se com as saudações respeitosas que as pessoas lhes fazia na rua. E este encantamento com o externo tapavam-lhes os ouvidos para as coisas espirituais e de Deus.
Porque enquanto nos julgarmos a nós mesmo em comparação com os outros de semelhantes pensar, nos sentiremos satisfeitos. Enquanto buscarmos receber o respeito e o louvor dentre os eitos, preceitos e preconceitos humanos, nosso objetivo será curto como também será a nossa visão.
Pois a mais real indagação que devemos fazer a nós mesmos não é: “Será que sou tão bom como este ou aquele?” Mas sim: “Será que sou tão diante do amor Deus?” Pois a questão não está em se os nossos conhecimentos ou a nossa piedade são maiores que os de outras pessoas ou o quanto o mundo possa nos honrar. Porque para o Cristão o verdadeiro apreço está em quanto pareço com Cristo diante dos olhos de Deus.
Sendo assim enquanto nos julgarmos pelo termômetro da visão humana provavelmente nos sentiremos satisfeitos conosco mesmos, e o triste é que a satisfação própria é o fermento do orgulho e o orgulho mata a fé, porque a fé surge a partir do sentimento de humildade. E a humildade vem quando nos comparamos com Jesus Cristo e com o seu imensurável amor, através dEle, com Deus, sentimo-nos humilhados até o pó, e então fortalece a fé, porque não fica mais remédio que confiar na misericórdia de Deus.
E quando Jesus afirma: Não cuideis que eu vos hei de acusar para com o Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem vós esperais. (João 5:45). Aqui fica traçada a verdade maior ao que fora dado grande privilégio, também será cobrado a altura. Ninguém pode condenar alguém que jamais teve uma oportunidade; ninguém pode condenar uma pessoa que sempre esteve imerso na ignorância. Mas os recebem o conhecimento e não o empregam bem, isso se tornará sua condenação. Sempre devemos lembrar que quanto maior seja nosso privilégio, maior será a condenação. Quanto mais oportunidades tenhamos para aprender, maior será a condenação se não aprendermos e se não compartilharmos o que aprendemos. Pois cada direito adquirido vem com um dever embutido, ou seja, responsabilidade sempre é a outra cara do privilégio. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).