Cristo Edificou Igreja, não um Estado - Mateus 16.18
1. Jesus Cristo lançou as bases verbais (teoricamente) para edificar a Sua Igreja, porque a parte prática, começaram com os profetas do VT, inclusive com a transição de João, o Batista, com os apóstolos e também com suas próprias ações e ensinos + as Epístolas do NT.
2. Ele lançou as bases teóricas da Igreja, não de um Estado como é o Vaticano. (Jesus não se admitiu ser nem mesmo sindicalista ou juiz secular, que repartem as heranças, os direitos trabalhistas, os bens móveis e imóveis entre partes demandantes em juízo ou sindicatos. (Coteje-se Lucas 12.13, 14). Esta recusa dEle se deu em âmbito social (numa sociedade pequena, onde haveria muitas lutas e conflitos), quanto mais no âmbito mundial! Aí a coisa pega muito mais! Ou seja, fica mais longe da verdade ou do que Ele pretendia e pretende! Cuidar de uma horta com alguns canteiros já dá trabalho, o que se dirá de todas as “hortas” do mundo inteiro!
Quando ordena que Simão deve, para demonstrar que ama a Cristo, precisa apascentar as suas ovelhas e cordeiros (João 21.15-17). Mas não todas as suas ovelhas, ou seja, do mundo inteiro. Ninguém consegue administrar no mundo inteiro pessoas! É absurdo! Haja vista que nas salas de aula – todos sabemos, há um limite de 15 pessoas para cada educador de cada vez! Tanto é verdade que tal incumbência ficou dividida com os bispos (Ato 20.28) também e com os presbíteros (1ª Pedro 5.1-2). E assim mesmo, sem autoritarismo ou hierarquia (1ª Pedro 5.3 e Mateus 20.20-28), “pois todos vós sois irmãos” (Mateus 23.8). As Escrituras ensinam, nestes três (03) últimos textos citados, a isonomia entre seus discípulos, apóstolos e seguidores! Hierarquia só existe (e bem colocada) no mundo secular que não quer freio para nada! É um mundo bestiavélico, sem rédeas, sem leis e sem Deus, para ficar mais fácil ainda para superar os fracos e desvalidos!
3. Essa Igreja foi primeiramente edificada em Jerusalém, depois, Samaria, em seguida Antioquia, depois foram surgindo as demais e então é que surgiu a de Roma, cheia de fé e que mereceu os elogios do Apóstolo dos Gentios (Paulo), consoante se vê na Epístola aos Romanos (Rm 1.8).
4. O princípio se deu em Jerusalém, cf podemos observar por dois (02) textos: um histórico (Atos 1.12 – 8.3), quando, teimosamente os apóstolos ficaram ainda por 30 anos naquela cidade, desobedecendo à ordem de Cristo que os havia enviado a ir “por todo o mundo” e, o outro exegético-interpretativo (o Evangelho de João 12.24-26), de onde se depreende que Jesus falava de si mesmo, inaugurando a sua Igreja nas plagas jerosolimitanas.
O grão de trigo que caiu em terra e morreu, foi Ele mesmo. Cristo fala dEle aqui por metáfora. Morreu, foi sepultado, ressuscitou e frutificou. Todos esses fatos ocorridos em Jerusalém. Ali, no cenáculo, onde foi realizada a PRIMEIRA CEIA – com a ausência de Maria e inclusive com a ausência do dono do Cenáculo, uma COMUNHÃO RESTRITA, pois Jesus só tinha em sua companhia os seus doze (12) apóstolos originais. Ali, no cenáculo – em Jerusalém, nasceu a PRIMEIRA IGREJA CRISTÃ DO MUNDO INTEIRO.
Essa Igreja já não mais existe, porque seus fundadores originais morreram, mas seus ensinos estão revelados e registrados em sua inteireza em todo o Novo Testamento. Uma Igreja – dizem os teólogos coerentes – só é neotestamentária quando seus ensinos (doutrinas) se coadunam com este Novo Testamento, composto por vinte e sete (27) livros canônicos. Não foi e nunca será a que for a mais antiga! (Pode-se ser antigo, mas incoerente!)
Tal como já dito anteriormente, a PRIMEIRA (a de Jerusalém) já não mais existe! Qualquer outra que queira ser continuadora, guardadora ou primeiríssima, mas cujos ensinos não se coadunam – repita-se, com os do NT, apenas delira ou então é política e autoritária mesmo, querendo impor a ferro e fogo, à força de muque, sua hegemonia que não existe, pois o poder Absoluto está nas mãos de Cristo! O que passa disto é conversa solta sem importância alguma!
5. A Rocha é Cristo, pois sobre Ele (Rocha) foi edificada a Sua Igreja. (Atos 4.11; Rm 9.33; Efésios 2.20; 1 Coríntios 3.11; 10.4; 1ª Pedro 2.4-8; Mateus 21.42; Marcos 12.10, 11; Lucas 20.17 e Isaías 28.16). (Sendo Atos 4.11 e 1ª Pedro 2.4-8, um depoimento do próprio apóstolo confundido com a Rocha, Simão Pedro). Leia com atenção para perceber que o próprio depoente depõe contra uma realidade que não se coaduna com ele, mas com seu Mestre Jesus! Ele mesmo diz que a Rocha é Cristo! Interessante, não é? Inspirado pelo Espírito Santo, ele diz que a Rocha é Cristo e ainda nos aparecem quem diz outras coisas!
Mas alguém dirá: Ah! Estes textos acima bem atestam que a Rocha é Cristo, mas em Mateus 16.18 não é! É Pedro! Ora, então uma regra de hermenêutica é quebrada! A tinta preta só é preta onde eu quero que ela seja preta?
Então, eu posso construir uma porteira só com uma régua? Eu posso remar um pequeno barco (batel) só com um remo e continuar na mesma direção, com a mesma velocidade e com menos cansaço como se estivesse usando dois remos? (O que é um contrassenso!) Eu posso construir um edifício só com uma pedra? Eu posso elaborar uma doutrina só com um texto? Em todas as perguntas a resposta é NÃO! Se tenho somente um suposto texto, pior ainda! Esta é a regra no mundo inteiro: NÃO SE ELABORA UMA DOUTRINA COM UM SÓ TEXTO, principalmente se ele for controvertido! Se, o contexto disser o contrário, aí, mais depressa ainda, eu devo abandonar meu ensino baseado em UM SÓ TEXTO!
E, no caso da Rocha, se interpretada como sendo Pedro, o contexto atesta o contrário! Pois a Rocha é, foi e sempre será Cristo!
Não existe nenhum ensino escriturístico que ateste que a Rocha de que nos aponta o VT como sendo Deus, tenha sido transferido para outro ser humano qualquer! A Rocha era Cristo no VT e continua sendo Cristo por toda a eternidade! (1ª Coríntios 10.4)
6. O texto de Isaías 28.16 diz que a Rocha estaria (e sempre esteve) em Sião. (Sião é a cidade de Jerusalém, onde se encontra encravado o Monte Sião, em Israel). A Jerusalém terrestre é protótipo da celestial. (Apocalipse 21.2, 10). Este texto isailano (Is 28.16) nos fala de rocha e de crer. Que relação tem a fé-crença com a rocha (Rocha é uma enorme pedra, principalmente estando suas jazidas no subsolo). À primeira vista não se vislumbra nenhuma conotação ou nexo entre estes dois termos (rocha
ou pedra grande com fé-crença)! Mas, o apóstolo Paulo nos dá a resposta, conforme consta de Romanos 9.33, no item a seguir.
7. O texto de Romanos 9.33 nos dá conta de que é preciso crer na “Rocha de escândalo”. Ih! Piorou mais ainda! Como isso é possível?
Como se pode crer numa grande pedra?
Resposta: (Graças a Deus, a resposta vai deixar as coisas mais clara ainda!) Eu posso crer na Rocha, quando esta Rocha (ou pedra) não é material bruto, pois esta Pedra (Petra) é uma Pessoa, esta Rocha é Cristo, pois o sentido que Paulo dá a ela, nesta Epístola, é o metafórico. Cristo é a Rocha sempre firme, o fundamento e, concomitantemente, a cabeça da Igreja que Ele mesmo fundou em Jerusalém! Ali foram lançadas as bases de sua Igreja!
As bases da Igreja de Cristo se deu em três (03) tempos: PRIMEIRO, em Mateus 16.18, Ele lança a pedra fundamental, que é a confissão e o reconhecimento do apóstolo Simão, apelidado de Pedro, de que Ele (Cristo) é que é a Rocha, a grande pedra (Petra, no grego, nos termos de Mateus). Isto se comprova, dentre outros textos, mas ficaremos só com o testemunho do próprio apóstolo petrino, em Atos 4.11 e em sua 1ª Epístola (1ª Pedro 2.4-7). EM SEGUNDO LUGAR, nos Evangelhos (Mateus 27; Marcos 16; e Lucas 24), quando ocorreu o FATO mais notório e mais bem e documentado que se conhece na história da humanidade, com fartas testemunhas, desde sua publicação: A RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO HISTÓRICO. FATO ESTE – a ressurreição, que antecede o próximo (a descida do Espírito Santo).
A RESSURREIÇÃO valida todo o poder do cristianismo e todos os ensinos messiânicos e neotestamentários, pois, sem ela (a ressurreição), não haveria mais nada no cristianismo e em vão seria a nossa fé, pois o Ministério de Jesus e do Batista são empoderados exatamente por causa desta verdade e doutrina bíblica: que Jesus é o Messias e que Ele venceu o aguilhão da morte, pela ressurreição. E, EM TERCEIRO LUGAR, quando se deu, na festa do Pentecostes, o derramamento do Espírito Santo (o Consolador, o parákletos, o ajudador), sobre todos os apóstolos, ocasião em que os primeiros cristãos foram comissionados por Jesus Cristo, a fim de continuarem Sua obra de Cristo no mundo todo, seguindo seu exemplo e ensinamentos!
Este ensino vem do VT com os textos (Salmo 118.22; Isaías 28.16; e outros) e não me consta que haja alguma transferência para alguém o simbolismo da Rocha (ou pedra grande) para recair sobre outra pessoa senão sobre Cristo somente!
Sobre Simão, apelidado de Pedro, recaiu, como também a todos os demais apóstolos e a todos cooperam com Deus na propagação do Evangelho, somente a expressão “pedras pequenas, fagulhas de pedras”, mas a ROCHA, a jazida no interior e no exterior da superfície da terra, só mesmo sobre Cristo, a ROCHA DOS SÉCULOS! AMÉM!
Rive (ES), 07 de fevereiro de 2017
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