PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 1,45-51)(24/8/18).
Caríssimos, a força do martírio está na total entrega do amor com que a alma se oferece à Deus à ponto de vê-lo infinitamente além da violência de seus algozes. Amar à Deus assim é o desejo de toda alma santa, pois já não se governa à si mesma, mas é governada pela graça do Altíssimo. Somos frutos do Grende Mistério do Amor de Cristo que se ofereceu ao Pai para nos resgatar de nossa condição de mortais, passando ele mesmo pela morte; ninguém jamais nos amou assim.
Na sua carta aos Efésios, São Paulo, nos exorta à termos uma atitude semelhante à de Cristo. Vejamos: "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor." De fato, ao dizer isso ele nos ensina a rejeitarmos toda espécie de pecado, nós que frequentemente sofremos a tentação de nos entregamos às coisas vãs.
A liturgia de hoje celebra o martírio de São Bartolomeu, também chamado de Natanael, que significa dom de Deus; ele, um dos Apóstolos de Cristo, é o único que recebeu do Senhor um público elogio acompanhado por uma revelação: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. Com efeito, por sua vida vivida em tudo na transparência da fé, escutou do Senhor: "Eis um verdadeiro israelita no qual não há fingimento" (Jo 1,47).
Caríssimos, a vida vivida em Cristo transparece sempre Cristo, como dizia São João Batista: "Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado." E para entender ainda mais essa liturgia de hoje, escutemos São Paulo: "Ora, quem se gloria, glorie-se no Senhor. Pois merece a aprovação não aquele que se recomenda a si mesmo, mas aquele que o Senhor recomenda."
São Bartolomeu, rogai por nós!
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.