Por que reclamamos da vida?
Publicado no Jornal do Commercio
Caminhos da Fé
19.08.2018
O desconhecimento da real finalidade das nossas vidas leva-nos não raro, aos queixumes das vicissitudes pelas quais passamos. O questionamento é válido, fazendo parte das incertezas do ser humano.
Contudo é imprescindível estudo e reflexão para desbravarmos os incontáveis mistérios que nos circundam. A Doutrina Espírita é sem dúvida o porto seguro no qual podemos ancorar no oceano das dúvidas em que estamos mergulhados... Se avaliarmos que a vida ficando restrita ao período do berço ao túmulo não tem sentido, chegaremos a conclusões que nos darão alento a essa inquietude.
Partindo do princípio de que somos Espíritos e estamos provisoriamente em um corpo perecível, entenderemos certamente que além da vida corpórea, o Espírito permanece em outra dimensão, conforme inúmeras provas e esclarecimentos encontrados na vasta literatura espírita. Como seres perfectíveis cada caminhar reencarnatório faz parte do cumprimento da Lei do Progresso por Ele decretada. A misericórdia Divina premia-nos ao conceder essas oportunidades, permitindo nossa evolução contínua pela depuração das nódoas espirituais que abrigamos.
As Bem-Aventuranças anunciadas por Jesus constituem-se em verdadeiro código moral sendo, também a “essência” do Reino de Deus. À luz desses ensinamentos e com a Fé fortalecida, deveremos compreender Suas palavras, de acordo com João 18:36: ”(...) O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui”.
Ainda nesse entendimento, segundo João 14:6, Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai se não for por mim”. Essas sábias palavras leva-nos a conclusão de que sendo Ele é o caminho que deveremos seguir, não restará dúvida de que o nosso Reino também não é deste mundo...
Encontramos ainda na questão 920 do Livro dos Espíritos: “Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra? R - “Não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação”. Dele, porém depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra”.
Com uma boa reflexão deveremos aceitar os percalços da vida com coragem, paciência e resignação, visto que as agruras que nos fustigam correspondem aos ajustes necessários à purificação do nosso Espírito enfermo.
O livre arbítrio faculta-nos o caminho a escolher, valendo salientar que a vida não é um “trilho” e sim, constituída de inúmeras “trilhas”, cabendo a nós o discernimento para seguir a que nos aprouver, porém estando sempre conscientes da colheita obrigatória daquilo que plantamos...
Descabido, pois o nosso desapontamento e as constantes reclamações da vida. Pensemos nisso! Em um Planeta de provas expiações, não podemos esperar felicidade plena, mesmo porque, ainda não alcançamos os méritos para tal. (A dor irresignada é a porta de entrada para o sofrimento).
Luiz Guimarães Gomes de Sá
Trabalha no Centro Espírita Caminhando Para Jesus