O DISPENSACIONALISMO

O ARREBATAMENTO – 2 PARTE

INTRODUÇÃO

O nosso intuito aqui é entender a doutrina Pentecostal que diz muitas coisas a respeito dos tempos finais, observando os argumentos deles, para ver se batem com a Bíblia. Até aqui, os versículos de Mateus 24, que tentam provar que Jesus vai vir de forma secreta para a Igreja, não dizem nada de vinda secreta, dividida em duas partes, a primeira para a Igreja e a segunda com a Igreja. Aliás Mateus 24 não fala nada parecido.

Porém me parece que a questão dos versículos usados para tentarem provar a vinda secreta de Jesus, tanto o que fala que Jesus virá como um raio que brilha do oriente ao ocidente e o outro que fala que o ladrão vem de noite, são versículos aleatórios, ou seja, a questão não é ser purista nos versículos, mas sim no ensino que tenta nos dizer que a Igreja não vai passar pela Tribulação e a partir dessa idéia, usa-se qualquer versículo para provar o ensinamento. Então, a questão dos versículos que não batem, de forma alguma, não são tão importantes, quanto entender quais são as raízes onde afirmam de forma categórica que a Igreja não vá passar pela Tribulação.

Mas antes de chegar nisso, me disseram que eu não entendo a Era da Igreja, ou seja, o ensino que diz que um dia a Igreja cessará e o tempo dos judeus irá voltar. Ou seja, Israel durou até Cristo, ai tudo virou Igreja, menos Israel, que segundo eles é um povo diferenciado. E segundo o ensino Pentecostal quando a Igreja for arrebatada, de forma invisível, pré-tribulacional – o que até agora não encontramos base bíblica alguma para dizer isso – então Deus volta a tratar com os judeus de novo o que fere diretamente a Bíblia que diz em Efésios 2 que não existe dois povos, mas um agora em Cristo, chamado Igreja.

A impressão que eu tenho, é que hoje em dia vivemos mais tempo combatendo os erros doutrinários, ou heresias e seus apóstolos, bispos e outros, do que avançando no ensino da Bíblia. Deus tem uma mensagem para esse tempo, vinda do Trono Dele, mas estamos tão enrolados com ensinos não provados, que a Igreja não consegue avançar.

O ensino Pentecostal como está, baseado em John Darby e na visão da irmã, alastrou-se no mundo, porque muitos cristãos não querem gastar tempo em descobrir e aceitar a verdade, que a Igreja vai passar sim pela Tribulação e isso não é a questão de se gostar ou não do assunto, é questão de ler a Bíblia e interpretar corretamente. A minha defesa, aqui, do Evangelho, e lendo e estudando com cuidado os ensinos atuais Pentecostais, que agora diga-se estão até nas Igrejas antigas. O ensino está alastrado e muitos o estão pregando como a verdade bíblica. Mas vamos aos fatos e às comprovações bíblicas, se houver. Já que me disseram que o meu problema é que eu não entendo o que chamam de Era da Igreja, vamos estudar o assunto, partindo da idéia de que nenhuma doutrina bíblica existe, a não ser que a Bíblia fale sobre ela. Então para estudar a Era da Igreja, precisamos observar se as dispensações são reais e se tem base bíblica para dizer que o mundo é dividido em tempos e eras. Darby achou oito dispensações. Se elas existem e se são oito mesmo, vamos descobrir.

AS DISPENSAÇÕES

Usando uma chave bíblica, só encontrei cinco versículos falando sobre dispensação.

Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada. Efésios 3:2

Da qual eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir a palavra de Deus. Colossenses 1:25

De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra. Efésios 1:10

E por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada. 1 Coríntios 9:17

Mas ao sétimo a dispensarás e deixarás descansar, para que possam comer os pobres do teu povo, e da sobra comam os animais do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival. Êxodo 23:11

Os três primeiros versículos falam a mesma coisa, os dois últimos não falam sobre o assunto e serão descartados. A Dispensação da Graça é a era da Graça, ou seja, estamos na Graça desde que Jesus veio à Terra e continuaremos para sempre nessa Graça. A dispensação de Deus que Paulo fala, pode muito bem ser interpretado como: “Eu fui feito ministro segundo A VONTADE de Deus.” Então esse versículo também será descartado. Sobra então A Dispensação da Plenitude dos Tempos, que é a mesa coisa que a Dispensação da Graça. Aqui temos um acréscimo, um novo dado, é a Graça avançando pelo tempo afora e vindo na época determinada, chamada de Plenitude dos tempos, ou no momento que seria propicio Cristo vir, onde sabemos que foi a época romana, onde a língua era praticamente uma só no mundo todo.

Então Plenitude dos Tempos e Graça, são a mesma coisa, nos ensinos de Paulo.

A PLENITUDE DOS TEMPOS

Mas vamos observar os versículos anteriores, ou seja o contexto onde Paulo fala da Plenitude dos Tempos.

Que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência; Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra. Efésios 1:8-10

E Deus descobriu o mistério da sua vontade, segundo a sua bondade, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus, como as que estão na terra, na dispensação da plenitude dos tempos. Ou seja, o homem pecou e o pecado criou uma divisão, uma inimizade com Deus e na vinda de Cristo, chamada aqui pelo apóstolo de Dispensação da Plenitude dos Tempos, Cristo reuniu todas as coisas que o pecado dividiu. E essa é a época da Igreja, ou o tempo da manifestação da Igreja. Até aqui tudo tranqüilo, mas a partir de John Darby, em 1870 – sempre ele -, criou-se uma nova doutrina, que nunca tinha sido ensinada antes, que o mundo divide-se em dispensações. Claramente isso foge do escopo pensado por Paulo. De cara a teoria – errada – das dispensações já falham na raiz.

Ai o Darby enchergou 7 ou 8 dispensações e outros enxergaram 37. Ou seja, a partir de um ponto de partida, onde enxergam 3 dispensações, como mínimo e 37 como o máximo, ciraram as dispensações.

AS TRÊS DISPENSAÇÕES E AS SETE DISPENSAÇÕES

As principais são 3 e são 7.

Observe bem o pensamento Pentecostal. Efésios 1.10 diz mesmo que existe a Dispensação da Plenitude dos Tempos - que como vimos devemos entender como o tempo onde Cristo reuniu o que havia sido dividido pelo pecado e que devemos entender que será eterno, a partir de então, não havendo nova divisão. De cara eu quero dizer que entendo haver só uma dispensação, ou o tempo chegado de Cristo reunir, ou fazer convergir tudo para ele, trazendo paz entre Deus e os homens. Então, entendo que dispensação é o tempo chegado de Cristo trazer a paz entre Deus e os homens. Então a palavra dispensação pode ser lida como tempo.

Partindo da idéia que existe a Dispensação da Plenitude dos Tempos, ou o tempo da Graça, criou-se a idéia da Dispensação da Lei e da Dispensação que se inicia no Milênio e segue pela eternidade. Ai a nova configuração ficou assim:

DISPENSAÇÃO DA LEI DISPENSAÇÃO DA GRAÇA DISPENSAÇÃO DA PLENITUDE DOS TEMPOS

Ai encontraram versículos para poderem confirmar a teoria. Entretanto a gente observa que a Dispensação da Graça e a Dispensação da Plenitude dos Tempos é a mesma coisa, mas deturparam o ensino e criaram mais uma dispensação. Essa leitura então é ficicional e irreal. Não devemos interpretar a Bíblia, dizendo o que ela não diz. A Bíblia não diz que existe uma Dispensação da Lei, em lugar algum, mas se quiserem distorcer versículos, irão enxergar isso onde não existe e não se há o que fazer.

Para poderem confirmar a Dispensação da Graça, sendo algo diferente da Dispensação da Plenitude dos Tempos, então criaram a idéia que a Graça vai acabar, ou o tempo da Igreja vai acabar. Mas na contagem deles isso deveria ocorrer imediatamente antes do inicio do Milênio, ou seja na Segunda Vinda de Cristo. Para solucionar a questão dividiram a Segunda Vinda de Cristo em duas partes, sendo que a Igreja iria subir, antes do inicio da Tribulação e Cristo voltaria no fim da Tribulação. Está assim criada a Doutrina – errada – da Volta de Cristo dividida em duas partes.

Ou seja, desvirtuaram o que Paulo queria dizer sobre Dispensação da Graça, ou Tempo da Graça e Dispensação da Plenitude dos Tempos, ou Tempo da Plenitude dos Tempos, ou o Tempo de Cristo convergir tudo Nele e criaram uma doutrina de uma vinda de Cristo dividida em duas partes.

Se a Dispensação da Graça acaba imediatamente antes da Dispensação da Plenitude dos Tempos, segundo eles, então a Igreja vai passar pela Tribulação, o que não era aceitável. Além disso essa idéia tem outro furo, que é o Milênio. Não há um consenso correto do que seja o Milênio e nem exatamente como irá ocorrer. Se os eventos da Dispensação da Plenitude dos Tempos, ou, no pensamento deles, a Plenitude será o tempo na Eternidade além da Bíblia, porque iniciaram no Milênio e não no fim da Bíblia? A resposta é uma só, a falha e fraca doutrina da Dispensação da Graça, no pensamento pentecostal das dispensações, que segundo eles, um dia vai acabar. Se a Dispensação da Graça vai acabar, antes da Dispensação da Plenitude dos Tempos, ou seja antes do porvir, ou o futuro em Deus, que ninguém sabe como será, então a conta não fecha. Ai para a conta bater, divididam a segunda volta de Jesus em duas partes e “ajustaram” o tempo para poder bater certinho.

CONCLUSÃO – Não dá pra aceitar nada disso como real. Deturparam o que Paulo queria dizer sobre Cristo reunindo Nele todas as coisas e criaram uma nova doutrina, o que é proibido.

UMA NOVA DOUTRINA

Os ensinos de John Darby foram acusados de uma nova doutrina.

“Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas,

Perversas contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.”

1 Timóteo 6:3-5

Se alguém ensina uma outra doutrina... aparta-te dos tais.

“Declaro a todos os que ouvem as palavras da profecia deste livro: se alguém lhe acrescentar algo, Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro.

Se alguém tirar alguma palavra deste livro de profecia, Deus tirará dele a sua parte na árvore da vida e na cidade santa, que são descritas neste livro.” Apocalipse 22:18,19

Se o ensino mínimo das Dispensações Pentecostais inventado por Darby e alastrado por Scofield, que são a Dispensação da Lei, da Graça e da Plenitude dos tempos, não passam pelo olhar mais sério da Interpretação, então acredito que estudar as Sete Dispensações de Darby, que são oito e não sete, ou as 37 Dispensações pensadas por outros discípulos de Darby, são perder tempo. Mas vamos perder um pouquinho de tempo.

AS OITO DISPENSAÇÕES CRIADAS POR DARBY

1. Inocência, Da criação do homem até a queda

2. Consciência, Da queda até o dilúvio

3. Governo humano, Do dilúvio até a torre de Babel

4. Promessa, De Abraão até a lei no monte Sinai

5. Lei, Da lei no monte Sinai até Cristo

6. Graça, Da vinda de Cristo até a sua volta

7. Milênio, Da volta até o fim do Milênio

8. Reino, Do Milênio até a Eternidade

Ai os caras usam o versículo que quiserem para provar as suas idéias. Se a base, como vimos for errada, não dá pra continuar em bases erradas. Conclusão, o que tentamos provar até aqui: Uma volta de Cristo invisível para a Igreja, antes da Tribulação é irreal, isso não existe. Do jeito que fizeram a coisa, podemos dividir Dispensações Ad Infinitum, ou seja para sempre.

DIVIDINDO A DISPENSAÇÃO DA INOCÊNCIA

Do jeito que fazem podemos dividir por exemplo, a tal Dispensação da Inocencia em:

1. Dispensação do Tempo antes da Criação

2. Dispensação da Criação dos Animais

3. Dispensação do homem

4. Dispensação do Homem sem a mulher

5. Dispensação da Criação da Mulher

6. Dispensação do Homem com a Mulher

7. Dispensação da Serpente

8. Dispensação da Descoberta que estavam pelados

9. Dispensação de Deus andando no Jardim

10. Dispensação do Julgamento da Serpente

11. Dispensação do Julgamento do Homem

12. Dispensação do Julgamento da Mulher

13. Dispensação da Promessa para a mulher ter um Filho

14. Dispensação do Suor do Rosto

15. Dispensação da Expulsão do Jardim

16. Dispensação dos Anjos na Porta do Jardim

17. Dispensação dos expulsos Adão e Eva olhando para o Jardim... E isso não tem fim.

CONCLUSÃO

É inaceitável a leitura que fazem da Dispensação Da Graça e da Dispensação da Plenitude dos Tempos, que são a mesma coisa. Como já foi mostrado nesse estudo, cuidado em não acrescentar o que a Bíblia não diz e ensinar outros, deturpando o ensino bíblico. Cuidado em engolir tudo o que te empurram goela abaixo como certo, porém sem provas bíblicas.

Algo que ouvi esses dias a respeito dessa doutrina, é que mesmo que não esteja escrito está implícito e devemos aceitar como verdade. Opa! Acendeu o alarme do Homem Aranha. Se não está escrito eu não posso aceitar. Esse argumento é muito perigoso. Se todo mundo aceitar o que acha certo, não haverá consenso algum na Bíblia.

Infelizmente, o ensino da Volta de Cristo, que é um evento glorioso, esperado e desejado pela Igreja, foi tão deturpado em nossos dias, as pessoas querem acreditar no que querem, mesmo que não seja isso que a Bíblia diz.

A regra hermenêutica continua valendo: Se a Bíblia diz, eu acredito, se a Bíblia não diz, eu não posso aceitar. Seja o ensino que for, de quem quer que seja. Milhões seguem a doutrina de um arrebatamento secreto, mas a Bíblia não fala isso em lugar algum. Opa! Olha o sentido do Aranha de volta. Presta atenção!

Amém.

Paulo Sérgio Lários

pslarios
Enviado por pslarios em 29/07/2018
Reeditado em 29/07/2018
Código do texto: T6403688
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