A oração como meio que nos capacita a vencer.

Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito; E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis. (Mat 21:21,22). Está passagem encerra ocorrido com a figueira que não dava frutos e também nos ensina algo sobre a oração.

1 – Aqui Jesus nos ensina que a oração nos prove da capacidade de fazer. A oração jamais foi ou é uma escapatória fácil, jamais significa passar as coisas a Deus para que Ele as faça por nós. A oração não significa pedir a Deus que faça algo, e sim lhe pedir que, por meio de seu poder, nos capacite de fazê-lo. A oração não significa seguir o caminho fácil, mas sim é a forma de receber o poder para escolher e seguir pelo caminho mais difícil. A oração é o canal através do qual recebemos o poder para enfrentar e tirar as montanhas de dificuldades por nossos próprios meios, com a ajuda de Deus. Portanto, ninguém pode orar e depois sentar-se e esperar; deve orar e levantar-se e seguir em frente na lida.

2 – A oração nos dá a capacidade de aceitar e, ao aceitar, de transformar. O objetivo da oração não é libertar a alguém de uma determinada situação, e sim dar a capacidade de aceitar a situação e transformá-la. Na bíblia vemos vários exemplos disso um deles é o de Paulo. Orou com desespero para que Deus o libertasse do espinho em sua carne e de todo o mal que este provocava. Não foi libertado da situação, mas recebeu de Deus a capacitação de aceitá-la e nessa mesma situação encontrou a força que se aperfeiçoou em sua fraqueza e nessa força e nessa graça não só aceitou a situação, mas também a transformou em algo glorioso (2 Co 12:1-10). Sempre devemos lembrar que a oração não nos liberta de uma determinada situação, mas sim nos capacita a conquistá-la. Ou seja, a oração não é um meio para escapar de uma situação, mas sim um meio para enfrentá-la com valentia.

3 – A oração nos capacita a suportar o insuportável. É muito natural e inevitável que, em nossa necessidade e com nosso coração e fraquezas humanas, haja coisas que sentimos que não podemos suportar. Há situações que se desenvolvem de certa forma; quando algo trágico aproxima-se de maneira inevitável; quando uma tarefa que nos parece que exigirá de nós mais do que podemos dar. Em momentos assim, nosso sentimento inevitável é que não podemos suportar algo semelhante. E, é aqui que a oração não faz desaparecer a tragédia, ela não nos dá uma escapatória, nem nos exime da tarefa, mas nos capacita a suportar o insuportável, de enfrentar o que nos parece impossível. E na oração que Deus nos capacita a vencer o ponto de ruptura e não fracassar, ou seja, é na oração que conhecemos a verdadeira resiliência.

Sendo assim se considerarmos a oração como uma forma de evadir-se dos problemas, a única coisa que obteremos será um amargo desengano. Mas quando vemos a oração como o caminho para a conquista e como a dinâmica divina, e como obediência a vontade de Deus, então tudo começará a acontecer, e o impossível se fará possível dentro de nossas vidas. E o conforto mais caloroso do amor que é Deus se fará presente. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.

(Molivars).