Passaporte da vida
Publicado no Jornal do Commercio
Caminhos da Fé 22.07.2018
Em cada reencarnação recebemos o “passaporte” da vida corpórea. A princípio sob o abrigo uterino, e logo depois, no convívio direto com os demais terráqueos, iniciamos a nossa trajetória previamente programada. Lamentavelmente nenhum de nós percebe no começo da vida que o tempo de permanência na terra já começou a ser contado. Quando comemoramos os nossos aniversários e recebemos os parabéns por mais um ano de vida, na verdade trata-se de menos um ano de vida no plano físico.
Se ao longo do desenvolvimento do corpo pudéssemos avaliar a importância do crescimento espiritual, certamente enfrentaríamos mais encorajados e confiantes os desafios que encontramos em nossas incontáveis caminhadas.
A falta desse conhecimento nos leva a sérios desconfortos por não compreendermos que essa vida no Orbe terrestre, assim como em outras moradas é passageira.
Após o desencarne a verdadeira essência segue seu rumo na dimensão espiritual e sendo o espírito imortal, habitará várias casas do Pai agregando carimbos no “passaporte” de nossas vidas...As viagens terrenas são planejadas com antecedência e sabemos data e hora da largada. Contudo a viagem obrigatória e sem data prevista é deixada em plano secundário, por valorizarmos mais a vida corpórea que é efêmera, do que a espiritual que é eterna.
Ao se extinguir o corpo físico surgem as transformações próprias das leis naturais, restando o Espírito que terá muitas outras vidas nessa caminhada incessante até que um dia possamos todos, sem exceção, desfrutar da almejada angelitude. Nossa permanência na terra é tal qual um “estágio”, onde temos oportunidade de aprimorar o nosso desenvolvimento intelectual e moral. Em cada capítulo da nossa existência passamos por diversas provas para depuração das nossas imperfeições, cujo mérito será somente nosso. Acrescemos o que reza em Mateus 16.27: “Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus anjos; e então dará a cada um segundo suas obras”.
A presente colheita é o fruto daquilo que foi semeado sendo esse processo constante, até que nos despojemos por completo dos equívocos praticados nas diversas viagens existenciais. Nessa ótica, devemos buscar o entendimento para tudo que se reporta ao mundo espiritual, plantando boas sementes para que as próximas colheitas sejam promissoras. Ressaltamos o contido em Gálatas 6:8: ”Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna”.
Jamais deveremos esquecer de que a verdadeira vida reside no Espírito, sendo o desencarne o portal das inúmeras moradas que deveremos conhecer conforme as sábias palavras de Jesus, segundo João 14:2: ”Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar”.
Luiz Guimarães Gomes de Sá
Trabalha no Centro Espírita Caminhando para Jesus