SEPULTAMENTO COLETIVO

Já que os mortais nasceram condenados a morrerem, e isso é uma lei, muitos querem ter uma sepultura e sepultamento com honra, com direito a epitáfio e outras exéquias. Entretanto, apesar de isso ser desejo de muitos, certamente que não é e nem será direito de todos.

Alguns Faraós tiveram esses desejos cumpridos, e têm até hoje o local de sepultura. Mas a vaidade deles levou-os a serem despojados de seus túmulos, e saqueados os tesouros com os quais foram sepultados, e cuja glória pereceu quando foram confinados em seus túmulos. Com a morte deles muitos foram condenados à morte, e foram sepultados vivos por ocasião do sepultamento daquele a quem serviram em vida. Isso devido à crendice que havia entre esses antigos de que poderiam e precisavam ser servidos no mundo dos mortos, do mesmo modo como haviam sido servidos quando habitaram o mundo dos vivos. E enquanto dezenas de servos choravam e faziam rituais de sepultamento, outros servos, à mando de sacerdotes supersticiosos, fechavam a entrada dos túmulos e pirâmides, fazendo um sepultamento coletivo, de pessoas vivas. Achados arqueológicos têm evidenciado isso.

Mas têm havido várias formas de sepultamento coletivo. Alguns por algumas razões, outras por outras. E a pior delas, penso ser quando ela ocorre contra a vontade da pessoa e quando esta se encontra ainda com vida.

Diz uma escritura de Salomão, o grande sábio, que se uma pessoa, ao morrer não tiver sepultura, que é pior do que um aborto. Ec. 6:3.

Os reis do povo de Israel, que foram havidos dignos, foram sepultados com honras, tiveram queima de incenso nos seus funerais, e foram enterrados em Jerusalém, sede do reino daquele povo ou nação. Mas outros não, por não serem havidos dignos.

Também alguns, mesmo como príncipes e líderes, não tiveram essa honra, ou sofreram o vexame ou vergonha de ficarem insepultos, ou terem sepultamento coletivo. Saul foi morto no monte Gilboa, segundo relato bíblico, e foi exposto a execração pública em terra dos filisteus, povo inimigo do povo de Israel. O líder rebelde Coré, Datã e Abirão, foram sepultados vivos, devido se terem insurgidos contra Móisés. E isso não foi por ação de Moisés, mas a própria terra abriu-se e os tragou vivos, juntamente com a sua casa, mulher e filhos.

E ainda hoje muitos têm sido sepultados assim. Em caso de terremotos, avalanches, naufrágios, vulcões, etc. Outros, devido as circunstâncias, elevado número de mortos, são sepultados coletivamente. E ainda ocorrerá um grande sepultamento, ou sepultamento coletivo em vários lugares, quando for aberto o quarto selo previsto na escritura, veja:

E, havendo aberto o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal, que dizia: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra. Ap. 6:7 e 8.

Ali diz que o inferno o seguia. E o inferno é uma palavra do latim, a qual significa sepultura; donde inferimos que os que forem mortos naquele tempo ainda serão sepultados. Mas, devido à quantidade, certamente não terão sepultura individual.

Também quando a serpente mandar gente como água atrás da mulher em fuga no deserto, a terra abrirá a sua boca e irá tragar aquela gente, sepultando-os, veja:

E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias. Ap. 12:6.

E quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho homem. E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente. E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar. E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca. Ap. 13:16.

Para quem é leigo em interpretação bíblica, é necessário que eu diga que, a mulher é a igreja de Deus; a serpente é Satanás; água é gente ou povo; deserto é o ermo ou solidão; tempo é ano; um tempo, dois tempos e metade de um tempo, são três anos e meio, período de tempo em que a mulher será retirada para passar a grande tribulação.

Assim, a terra irá acudir a mulher (igreja) e irá tragar o povo que pretender perseguí-la naquele tempo, sepultando-os vivos e coletivamente.