NUNCA FUI UM ESCOLHIDO
No mundo atual pensar desta forma não parece ser errado, porque quando olhamos a nossa história percebemos que nada nela deu certo, que tudo deu errado e que todos os caminhos percorridos não nos levaram aonde acreditamos que deveríamos estar. Todos nós temos rituais, por isso alguns irão dizer que a vida foi muito injusta, outros que o destino não os ajudou e ainda teremos aqueles que dirão que são verdadeiros azarados. Ainda neste tempo é preciso perceber que começamos algumas ações e não as concluímos; conversas foram iniciadas, mas não terminadas; batalhas começaram a ser travadas, mas desistimos, pedimos a ajuda de Deus, mas no final consultamos mesmo foi à pitonisa de En-dor – I Sm 28.
Ao ler a introdução deste texto é quase certo que alguns se veem neles, outros é claro tiveram um outro tipo de história que ficará para outros textos, mas neste vemos os Sauls, homens e mulheres que até tiveram a oportunidade, mas que as lançaram fora, como diz o ditado popular – “Eles estavam com a faca e o queijo na mão” – mas não souberam aproveitar. Isto gerou tristeza, rancor, dor e ciúmes. Porque não consideraram a presença de Deus, não a viram como essencial em suas vidas, não a tiveram como auxílio. Saul não foi escolhido pelo povo, o povo pediu um rei, pois estava negando o governo de Deus, o que Deus fez? Deu-lhes um rei – ““Porque o SENHOR revelara isto aos ouvidos de Samuel, um dia antes que Saul viesse, dizendo: Amanhã a estas horas te enviarei um homem da terra de Benjamim, o qual ungirás por capitão sobre o meu povo de Israel, e ele livrará o meu povo da mão dos filisteus; (...) E quando Samuel viu a Saul, o SENHOR lhe respondeu: Eis aqui o homem de quem eu te falei. Este dominará sobre o meu povo.” - (1Sm 9:15-17).
Deus nos escolheu, nós é que fizemos as escolhas erradas. As linhas de nossa história não foram escritas por ninguém senão por nós mesmos – “...Você rejeitou as ordens de Deus, ..., e por isso ele também o rejeitou como rei de Israel” – I Sm 15.26. Nunca fui um escolhido! Mentira, Deus chamou a todos; Deus tem um chamado na vida de todos; Deus tem uma obra na vida de todos e para isso não precisamos de profetas para nos dizer. No entanto, posso dizer, por exemplo, que eu já dificultei muito, NUNCA FUI a Pitonisa de En-dor, mas quando olho para trás vejo que rumei por muitos caminhos e que alguns deles não eram para eu ter percorrido. Como o Rei Saul, errei por desobediência, indisciplina, revolta e independência.
Quantas vezes o lamento vem a nossa porta e nos lembramos daqueles que em vez de nos ajudar foi uma verdadeira pedra de tropeço, a tendência é colocar a culpa nele. Contudo, o maior culpado de nossos erros somos nós mesmos, nunca foi o futuro Rei Davi, o substituto; nossas lutas nunca foram tratadas com os outros, mas com a gente mesmo, Jacó quase perde a sua benção, por causa do famoso jeitinho; Moisés não viu a terra prometida por sua desobediência; Pedro sofre a dor de negar a Jesus por causa de sua precipitação e afobação; Judas trai Jesus.
Quantos começaram bem a sua caminhada, mas caíram no meio do caminho, não aguentaram as pedras de Simei – “Ele atirava pedras em Davi e em todos os conselheiros do rei, embora todo o exército e a guarda de elite estivessem à direita e à esquerda de Davi. Enquanto amaldiçoava, Simei dizia: “Saia daqui, saia daqui! Assassino! Bandido!” – II Sm 16.6,7. O quadro aqui é terrível, mas em vez de se fazer de coitadinho dizendo: Nunca fui um escolhido! Davi prefere se esconder em uma caverna a ter que ir a alguém que não tem Deus e que fala em nome dos demônios. E, é nesta caverna que Davi compõe Salmos lindos que nos deixam impressionados, pois como pode um homem como ele depois de ter sido expulso de seu palácio por seu próprio filho poder deitar, dormir e acordar em paz? – Sl 4.8 e Sl 5.3.
A frase do tema deste texto nos estimula a ficar fazendo o papel de coitadinho, quando na verdade Deus nos quer de pé, firmes, constantes, e não de cabeça baixa e lamentando. Confesso que já pensei e citei esta frase, mas todas as vezes que a escutei Deus olhava para mim e dizia: “...Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome" – At 9.15,16. É pensando e meditando neste texto que todos os dias prossigo para o alvo, pois eu sei de onde vem o meu socorro, ele vem do Senhor, que fez o céus e a terra. Portanto, Ele não permitirá que os meus pés vacilem, aquele que me guarda não tosqueneja, ou seja, Ele não dorme. O guarda de Israel está sempre tomando conta de seus filhos – Sl 121.
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“Minhas palavras, meu púlpito”