Descida do Espírito Santo (EPDC 6)

DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO
(Esclarecendo pontos da doutrina católica, 6)

Miguel Carqueija

O livro dos Atos dos Apóstolos, escrito por São Lucas, dá conta exata de como a Igreja Católica surgiu, o momento exato, que foi a efusão do Espírito Santo aos apóstolos e discípulos (inclisive a Virgem Maria), algum tempo após a morte e ressurreição do Redentor. De fato, após a Ascensão de Jesus, contam os Atos (At 1, 12-13): “Voltaram eles então para Jerusalém do monte chamado das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, distante uma jornada de sábado. Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão o Zelador e Judas, irmão de Tiago (Nota: Judas Tadeu, não o Iscariotes, que traiu Jesus e se suicidou). Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele” (nota: primos, que eram chamados de irmãos; em nenhum momento a Escritura fala de Maria como Mãe, senão de Jesus Cristo, e os nomes dos “irmãos”, aliás numerosos, são mencionados nos Evangelhos inclusive com esclarecimento de origem em alguns casos; morrendo na cruz, Nosso Senhor confiou Maria a um dos Apóstolos, João Evangelista, o que seria ilógico se ela tivesse outros filhos).
Então, no capítulo 2, eis o que se narra: “Chegando o dia de Pentecostes (ou quinquagésimo dia após a Páscoa) estavam todos (sic) reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceram-lhes então uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram e repousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do espírito santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At 2, 1-4)
Nessa ocasião São Pedro, que Jesus instituíra seu sucessor como chefe da Igreja, isto é, o primeiro Papa, e até então tido como um pescador ignorante, ergueu-se e pronunciou um admirável discurso (cf. At 2, 14-36) que resultou na conversão imediata de 3.000 pessoas.
A teologia católica identifica esse momento extraordinário como o início efetivo da Igreja, ou quando ela foi de fato operacionalizada.
Note-se que foi Jesus quem fundou a Igreja ao congregar os apóstolos e os discípulos que formaram o núcleo inicial. Mas ao se despedir, após a Ressurreição, Ele revelou: “Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo.” Profecia amplamente realizada, pois não há praticamente país ou continente sem cristãos, sem a presença, mesmo perseguida, da Igreja.
Portanto, os Apóstolos e os Discípulos (no segun do caso, homens e mulheres) ficaram aguardando até o dia de Pentecostes, a manifestação do Espírito Santo. E quando ela se deu, começaram imediatamente a pregar e ministrar os sacramentos.
A Igreja de Cristo começava seu caminhar glorioso pelo mundo.
NOTA: a figura da pomba é pura iconografia, pois o Espírito Santo, que é o Amor de Deus (Terceira Pessoa da Santíssima Trindade) não tem forma. É preciso explicar tudo, pois os adversáros da Fé Católica nos acusam por coisas que não professamos.

Rio de Janeiro, 22 de junho de 2018.



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