PREGANDO NO COLETIVO
Alguém postou um vídeo no Facebook e pediu que todos opinassem quanto a validade ou pertinência de um pregador, de Bíblia em punho, usando da palavra, em pleno ônibus coletivo. De pronto corri ao Word para rascunhar este artigo, antes de transcrever as palavras abaixo, na minha página no Face, demonstrando minha opinião sobre esse pregador que queria ser ouvido naquele momento e naquele ambiente de viagem, conforme consta adiante.
Eu entendo perfeitamente a vontade e até vislumbro uma certa ansiedade do irmãozinho, expondo a palavra de Deus, tendo como auditório os demais passageiros de um ônibus coletivo. No meu entendimento ele é neófito (um novato na fé) ou não tem muita instrução quanto à hora, ao local e as circunstâncias para se proclamar as verdades bíblicas!
Um gesto de decência ou uma boa ação (ainda que pequena) empreendida por ele em favor de alguém ali, naquele ou noutro momento, vale mais do que as palavras (ainda que sagradas), ditas aos ouvidos dos que não querem ouvir! Talvez, se indagado em voz audível, por alguém a respeito de sua fé ou respondendo com uma pequena frase de cunho bíblico e com uma dose de paciência e amor, talvez teria alcançado melhor êxito com o direito de ser ouvido. Não é prudente e nem sensato fazer os outros “deglutirem” de maneira forçada, aquilo que não querem dar ouvido! Uma situação dessas já foi previsto por Jesus numa certa ocasião (Mateus 7.6 – no sermão do monte), em que Ele ensinou que “não se deve jogar pérolas aos porcos”, ou seja, dar algo de tremendo valor a quem não quer ou não pode aproveitá-lo! Nem todos valorizam o que nós valorizamos!
A meu ver, pelo que já li e conheço deste enfoque, com minha escassa experiência, o ambiente também deve ser favorável para que se pregue a Palavra de Deus! Seria mais viável, somando-se à boa ação acima mencionada, que se entregasse a cada um, apenas um folheto pertinente, ainda que a pessoa não venha a lê-lo naquele momento, mas em casa, tranquilamente! É provável que a moça contestadora já estivesse ali com os demais (ou ainda que tenha chegado depois do início da fala do “palestrante extemporâneo”) ela, como os demais, tem o direito de curtir o silêncio ou a monotonia de uma viagem, sem qualquer impertinência!
Finalmente: eu posso falar, mas é preciso saber por antecipação, se o outro está disposto a ouvir.
Finalizo com um provérbio salomônico: “Como maçãs de ouro em taças de prata, assim é a palavra dita a seu tempo”. (Provérbios 25.11).
Mas é preciso, EM CONTRAPARTIDA, levar em consideração os demais ouvintes (passageiros), que são em número maior, mas, por educação, nada reclamaram, apenas ouviram! (A fé é pelo ouvir e o ouvir, pela a Palavra de Deus” – Romanos 10.17). Se algum deles (um somente) se converter a Cristo – o que é o mais importante, valeu a pena a impertinência do pregador simples e sem muito preparo! A recompensa, no Tribunal de Cristo (a finalidade do juízo das obras no além) será dele (pregador) e, para o reino de Deus, mais uma alma a povoar o céu! Amém! Glória seja dado a Cristo!
Rive (ES), 07 de junho de 2018
Fernandinho do forum