MARCOS 1 – O DESPRENDIMENTO DA VIDA
Assim surgiu João, batizando no deserto e pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados. A ele vinha toda a região da Judéia e todo o povo de Jerusalém. Confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.
João vestia roupas feitas de pêlos de camelo, usava um cinto de couro e comia gafanhotos e mel silvestre. E esta era a sua mensagem: "Depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de curvar-me e desamarrar as correias das suas sandálias. Eu os batizo com água, mas ele os batizará com o Espírito Santo". Naquela ocasião Jesus veio de Nazaré da Galiléia e foi batizado por João no Jordão.
Marcos 1:4-9
Ao iniciarmos o estudo dos Evangelhos, nos deparamos com um personagem inusitado: João Batista. A Bíblia diz que ele foi um precursor, ou alguém que veio antes. Os Evangelhos tratam do nascimento de Jesus, seu ministério, sua morte e ressurreição, dando enfase especial para o ministério de Jesus, que foi curto. O Evangelho de João nos apresenta três páscoas, que eram festas religiosas comemoradas uma vez por ano. Dai convencionou-se dizer que o ministério de Jesus foi de apenas três anos e meio. Mas imediatamente antes de Jesus aparecer no cenário de Israel, veio João Batista.
Depois de um período enorme de quatrocentos anos, onde não se tem um único registro de Deus falando com Israel, ou o aparecimento de nenhum profeta, de nada, de ninguém, onde entendemos esse período como o silêncio de Deus, vem João Batista, sendo sua fala peculiar e seus modos idem. João com seu jeito grosso, grosseiro de falar e se expressar, nos dizeres do pastor Ariovaldo Ramos, uma voz vociferante no deserto, João conseguiu acordar toda a nação, que dormia no pecado, no ostracismo, na religiosidade.
Antes que Jesus aparecesse, João apareceu. Ele veio pregando uma palavra acusadora contra o pecado. Aos gritos ele dizia: “Arrependam-se, pois o Reino de Deus está próximo”. Essa fala denuncia que o arrependimento era urgente, pois da maneira dita, o Reino que estava próximo era o do juízo. O Reino está chegando, para entrar nele é necessário se arrepender. Arrependimento, como compreendemos não é chorar ou se lamentar a respeito do pecado cometido, mas antes andar para outra direção e não na direção do pecado. Se arrepender é seguir outro caminho.
Um fato que acabamos compreendendo a respeito do pecado, é que o pecado é outro reino. Todos que pecam, quando pecam, estão instituindo outro reino. O pecador está com seu pecado afirmando que o Reino de Deus, para ele, não funcionou e ele, pecador, vai fundar outro reino, que funcione para ele. Mas para que o seu novo reino funcione, é necessário retirar, ou destruir o antigo Reino de Deus. Todo pecador carrega em si uma revolta contra Deus. O pecado é de tal modo tão agravante a Deus e a todos no Reino de Deus, que é exigido do pecador a morte. A alma que pecar, essa morrerá. (Ezequiel 18.20)
Se o Reino de Deus, ou o juízo de Deus está chegando, o arrependimento precisa então ser imediato, urgente. A afirmação de que o Reino de Deus está chegando, nos faz notar a responsabilidade ante o perigo iminente de perder a salvação. O arrependimento para salvação se faz urgente. Toda a nação de Israel foi convidada por João Batista a se arrepender. Todos tinham, nos dizeres de João Batista, pecados gravíssimos, que depunham contra eles. Durante quatrocentos anos Israel viveu uma vida religiosa, sem a manifestação de Deus, sem a revelação, sem a Palavra, sem a presença de Deus. João, da sua maneira rude, grossa, com roupas e comidas estranhas, acordou a todos. Deus voltava a falar com o povo e o que ele falava era grave, sério e urgente. Na fala de João, Deus se levantava para acusar a toda a nação de Israel, sem faltar ninguém de pecado. Pecado que invocava o juízo imediato de Deus. O aparecimento de João foi aclamado por uns e temido por muitos outros.
O PREÇO DO MINISTÉRIO DE JOÃO BATISTA
Suas credenciais como escolhido de Deus, já estavam sendo registradas antes mesmo do seu nascimento. O primeiro contato que temos com João, é quando ele é apresentado como bebê, no ventre materno, já cheio do Espírito Santo (Lucas 1.15). Deus tinha um propósito para ele, ser o precursor do Messias. João prepararia o caminho para o ministério de Jesus. João prepararia o caminho da alma de Israel, com a mensagem de arrependimento, juízo e promessa de um novo tempo, um novo Reino. João endireitaria as veredas tortuosas do íntimo das pessoas, para que o Messias pudesse entrar em seus corações.
Porém, mesmo sendo escolhido, ele teve que pagar o preço. Seu ministério exigia renúncia e a sua renúncia custou privilégios e direito adquiridos, pois como filho de sacerdote, sua posição confortável estava assegurada no Templo. Sua linhagem poderia conduzi-lo ao sumo sacerdócio da nação. E pela Lei Levítica, a classe sacerdotal tinha porção das ofertas de animais e alimentos dadas no altar. Além disso, possuíam moradia, vestes especiais, segurança e respeito dos judeus e dos romanos.
Este é um fato que incomoda muito no Evangelho, a renuncia. A ideia que muitos de nós temos a respeito do Evangelho é que teremos de pronto respondidas todas as nossas orações, que seremos curados de todas as enfermidades do corpo e da alma. Pensamos que uma sabedoria superior virá a nós de forma imediata, onde superaremos pelo nosso intelecto a todos ao redor. Pensamos que os nossos dizimos são garantia imediata de prosperidade e acumulo de bens materiais. Imaginamos ainda que nos tornarmos cristãos nos dará status ante a sociedade, pois a nosso modo de ver, nós somos os bonzinhos. Imaginamos que quando vamos pregar, todos vão aclamar a nossa palavra que nunca terá a minima oposição possível.
Entretanto todas essas estruturas caem por terra, uma a uma, paulatinamente. Adquirimos a sabedoria, pois isso é promessa de Deus, mas junto vem os religiosos que não acreditam em nossas palavras, tão presos estão aos seus compromissos e ordenanças. Oramos e oramos e muitas são as vezes que nós chegamos a imaginar que Deus não está nos ouvindo – Ele está, Ele sempre ouve, mas a nossa medida de oração ainda não está cheia, nós ainda não oramos o mínimo suficiente para Deus se manifestar nessa ou naquela questão. Conhecemos crentes que estão doentes e até alguns deles que morreram doentes. Alguns pregadores excelentes não têm oportunidade de crescer, onde pastores medíocres não lhe dando oportunidade de expor o seu ministério, o mata, espiritualmente. Quantas são as vezes que somos testados em dar o dizimo, sendo que contas básicas em nosso lar não estão sendo sanadas. Pensamos que ser cristão nos dará status e o que acontece é que somos perseguidos e malvistos. Estamos a tal ponto, exercitados nos problemas da fé, que, mesmo convidado a pregar, esperamos que alguém possa se levantar e parar a nossa pregação.
Todas as promessas da Bíblia são para serem vividas pelos filhos de Deus. Entretanto tenho notado o ministério de cada um e algumas renúncias ou situações Deus permitirá a todos nós. Uma das maiores provas, porém básica, primária, onde Deus usa como meio de aprimoramento dos seus filhos é a vida financeira ruim. Não consigo enxergar um meio mais eficaz de acabar com um ego inflamado do que deixá-lo na miséria financeira. Para outros, a sua fé será testada numa doença que Deus vive prometendo que vai curar, mas que a cura tarda. Ninguém fala, mas na maioria dos dizimistas, sua vida é difícil, suas contas são pagas meio que no limite. Pensamos que ser cristão é ser isento de perseguição, tribulação, vida sofrida, falta de uma roupa melhor, de um lazer mais fácil.
Mas eu tenho notado também o escape de Deus. Conquanto Deus permita a tribulação de um lado, do outro ele prove meios de escape que talvez nunca conhecêssemos se não passarmos pela tribulação. “Pois ele fere, mas dela vem tratar; ele machuca, mas suas mãos também curam.” Jó 5.18.
O tratamento de Deus caminha em caminhos opostos ao ego. Paulo teve o que ele chamou de espinho na carne, que era um problema tão sério que ele orou três vezes a Deus e não foi resolvido, sendo que Deus ainda responde que o que ele tinha, o seu problema era devido à qualidade das suas revelações. Quem quer ser um verdadeiro cristão e se deixa tratar por Deus verá seu ego ser destruído e isso vai ser feito da forma mais dolorosa possível. A meta de Deus não é acabar com a nossa pessoa, mas fazer nascer um novo homem, melhor, sem o ego atrapalhando, sem o eu querendo ser maior do que Deus. Na maioria do tempo a disputa de egos inflamados na Igreja atrapalha a obra de Deus. Quer ver uma Igreja onde Deus está preocupado em abençoar todo mundo? É a Igreja que está passando por provas severas. Uma família piedosa que está sofrendo e gemendo de forma dolorida, não pense que foi abandonada por Deus, jamais, diria até que o amor Dele está sendo maior nessa peleja do que você pensa. Deus para fazer nascer uma pessoa boa, amorosa, cristã, vai abalar todas as nossas estruturas e sem dó nem piedade vai retirar de nossos olhos aquilo que poderia nos atrapalhar, mesmo sem querer.
A RETIRADA DA DELICIA DOS OLHOS DO PROFETA
É com dó, se compreendermos direitinho o que aconteceu, que lemos que Deus retirou “a delicia dos olhos de Ezequiel” (Ezequiel 24). De manhã Deus revelou que retiraria a delicia dos olhos de Ezequiel, a sua esposa, que morreria num instante.
“Homem mortal, vou tirar-te a tua mulher, que é o teu encanto. De repente, morrerá. Mas não deverás mostrar pesar algum. Não chores; não deixes que te corram as lágrimas. Poderás lamentar-te, mas só em silêncio. Não deixes que haja gemidos à beira da sepultura. Não andes de cabeça destapada nem descalço; não aceites ofertas de comida que os amigos te possam trazer em sinal de simpatia.” Disse estas palavras de manhã ao povo, e pela tarde a minha mulher morreu. Na manhã seguinte fiz tudo como o Senhor me disse.” Ezequiel 24.16-18
O preço do ministério de Ezequiel foi a linda mulher que ele tinha e que para ele era tão boa que a chamava de delicia dos meus olhos. Deus retirou a delicia de Ezequiel e dai em diante o seu ministério foi sem que esse amor estivesse com ele.
Alguns nessa passagem decifram como Deus sendo o mandante da vida e da morte, e faz nascer, ou morrer quem quer. Por essa visão Deus é o pior carrasco de todos. Mas eu entendo que Deus sabia que naquele dia a mulher de Ezequiel teria algum problema físico e morreria. O que Deus fez foi revelar que ela morreria. Mas ainda assim Ezequiel não sabia quando isso aconteceria e talvez não tenha associado que Deus falava dele, sendo um exemplo e sinal para Israel. Antes que acabasse o dia a “delicia dos seus olhos” morreu, acabou, e ele foi proibido por Deus de se lamentar, ou de chorar em publico.
Eu tenho por mim que o profeta ainda verá a sua esposa na vinda de Jesus e viverá com ela a eternidade. No fim vai dar certo, mas no momento, aquilo parecia a pior das coisas. Alguns de nós sentem claramente que a sua vida poderia ter seguido um rumo muito diferente, mas Deus decidiu por nós e a nossa vida é o que é e somos o que somos, por Deus.
Eu perdi algumas coisas na vida, mas reconheço que hoje sou uma pessoa melhor e agradeço a Deus por isso. Algumas pessoas, querendo serem melhores cristãos não entendem corretamente o Evangelho. Deus está muito preocupado em nos salvar e se para nos salvar tiver que nos deixar na miséria, é isso que Ele fará. Para nós isso vai doer sobremaneira, mas o que hoje reputamos como ruim, pode ser o caminho da vitória. Eu que tenho estudado a vida no Espírito fazem alguns anos, reconheço que deixar Deus trabalhar em nós, ou o Espírito nos transformar em novas criaturas, é destruir, completamente o nosso ego, para que possa ressurgir uma nova pessoa em Cristo.
A LINHAGEM SACERDOTAL
João, sendo da linhagem sacerdotal, poderia ter sido levantado e ser o sumo sacerdote da nação e ter de alguma maneira ajudado, a nosso ver, melhor o ministério de Jesus. À época de João, havia dois sumo sacerdotes, sendo que a palavra sumo sacerdote já signifique o primeiro sacerdote, o chefe dos sacerdotes, portanto deveria ter só um. O sumo sacerdote tinha um cargo religioso e politico, em Israel, a ponto de o compararmos a ser presidente do país. Na falta de um rei, o sumo sacerdote poderia estar a frente do povo. João tinha todas as qualificações para ser esse sumo sacerdote, mas Deus o chamou para ser, além de sacerdote, profeta. Espiritualmente Anás e Caifás, que exerciam os dois ao mesmo tempo, o cargo de sumo sacerdotes, eram ilegítimos, sendo espiritualmente comprovado que o cargo de sumo sacerdote escolhido por Deus era o de João. João Batista era o sacerdote usado por Deus para chamar toda a nação ao arrependimento. João chacoalhou a nação de Israel com o seu jeito de ser. João era o sumo sacerdote reconhecido pelo povo e por Deus.
A APARÊNCIA ESTRANHA DE UM PROFETA
João era sacerdote e ungiu, ou batizou o cordeiro para o sacrifício. Teologicamente João foi quem ofereceu Jesus para Deus, como sacrifício, recebendo-o no batismo nas águas. Nessa época, o serviço sagrado estava contaminado pela corrupção, hipocrisia e briga de egos. Paraque João cumprisse o seu chamado, alguém que poderia ter morado em palácios, foi morar no deserto. Sua residência fixa era o deserto, para ficar longe dos religiosos de Israel.
A religiosidade é algo que Deus não gostaria que tivesse acontecido. Quando se coloca em primeiro lugar o como fazer, do que o porque fazer, algo está errado. A religião obedece as festas religiosas de Israel, mas não entende porque elas existem. A religiosidade obedece o sábado, mas teima em não compreender que Jesus é o nosso descanso, agora, em Deus. Jesus é o nosso sábado. A religiosidade ora pedindo obreiros, mas não aceita os que Deus manda. A religiosidade pode até falar bonitinho de Jesus, mas sem o Espírito Santo.
João veio vestindo roupas de pele de camelo, uma cinta, comendo gafanhoto e mel silvestre.
As suas vestes, feitas de pele de camelo, um animal tido como imundo pelos judeus era uma afronta. O camelo é reconhecido pelo seu temperamento hostil. As roupas grosseiras de joão Batista mostravam o quão hostis os homens eram ou estavam. As roupas de João mostravam o pecado de israel, a sua hostilidade era com Deus e com o próximo. João que poderia ter se vestido como um rei, usava roupas grosseiras, feias, com um simbolismo agravante.
O camelo ainda tem outra característica profética que é ficar bastante tempo sem beber água. Jesus disse posteriormente “Toda a pessoa que bebe desta água, voltará a ter sede. Mas aquele que beber da água que eu dou nunca mais terá sede. A água que eu dou se tornará numa fonte de água viva dentro dele. Ela lhe dará a vida eterna.” João 4:13-14
A falta de beber água todo dia, continuamente, demonstrava para Israel que eles não estavam indo na fonte de água viva e que não se importavam com isso. Hoje não é diferente, temos pessoas que se dizem cristãos, mas que não se importam mais de irem à Igreja, nem de evitarem o pecado. Quando eu entrei no ministério, era frisado muito o ensinamento de Timóteo, onde o obreiro deveria ser casado e homem. Hoje temos pastoras, mulheres, solteiras, à frente da obra. Não tenho nada contra mulheres na obra, mas só estou mostrando como deturparam o ensino bíblico. Muitos crentes vivem hoje uma vida marital, sem se importarem em casar. Alguns, por acreditarem numa imunidade não sei da onde, divorciados, ou separados, fazem sexo como se fossem do mundo. Não importa mais a pureza cristã.
SE VOCÊ AMA O POVO, VOCÊ PREGA, MAS SE VOCÊ AMA A IGREJA, VOCÊ A DOUTRINA
E ainda acho que isso vem do púlpito. A mensagem da cruz, que expõe a feiura do pecado, e o juízo de Deus não é pregada mais. A doutrina do pecado sumiu de nossas Igrejas. Muitas Igrejas só tem o discurso de prosperidade. “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue?” Romanos 10:14
Temos ido à Igreja, mas a palavra que tem vindo é fraca, ruim, alimento que não alimenta. A gente come e come, ou ouve e ouve, mas esse alimento não sacia, falta a vitamina chamada Espírito Santo. Os pregadores hoje em dia não elaboram mais os seus discursos com choro e lágrimas em oração. A Igreja que será ministrada não é apresentada mais durante os dias anteriores à mensagem. Não se gastam mais tempo para meditar na Palavra e ouvimos até pastores dizerem – com a maior cara de pau do mundo – que nao tiveram tempo para estudar a palavra que vai ser a pregação oficial do culto. Ou seja, pessoas na carne tem pregado para nós e nós temos aceitado. Não choram mais aos pés de Jesus pedindo a mensagem. Não se importam com o povo, mas com sua performance. Decidiram não querer mais pregar doutrinas em suas Igrejas, pois isso é só para cursos teológicos, indo contra o ensino de Paulo a Timóteo:
“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências.” 2 Timóteo 4:2,3
Nós estamos nesse tempo, onde temos amontoado doutores da palavra, que não pregam a palavra. Paulo disse assim: Pregue a palavra, fala na hora certa ou na hora errada, redarguas (argumente), repreendas, exorte, com toda longanimidade (suportar com firmeza) e doutrina.
Uma Igreja que me diz que não prega doutrina, pra mim tem alguma coisa errada, isso não é o que fomos orientados pela Bíblia. A pregação é para o momento. Como entendemos hoje, a pregação é uma palavra inspirada, portanto profética. A profecia serve para hoje, para o momento. A doutrina por outro lado é o estudo sistemático da Bíblia, os ensinos dela. O sustentáculo da Igreja não é a palavra profética, mas a doutrina. O que leva a Igreja pra frente não é a pregação, mas a doutrina. O que faz com que a Igreja esteja avançando no tempo é o ensino a respeito das doutrinas dela.
Se você ama o povo, você prega inspirado por Deus. Mas se você ama a Igreja você ensina a doutrina para ela. Se você prega, mas não ensina a doutrina, então você não ama a Igreja.
CINTO DE COURO
Usado em torno dos lombos, fazia os homens lembrarem de sua opressão que o jugo causava nos bois que serviam como animais de carga. Não havia como não se constranger olhando João paramentado daquela forma. Eles se enxergavam rebeldes em função da pele de camelo, e se enxergavam subjugados pelo pecado através do cinto de couro que João usava em torno dos lombos.
Sabado estavamos numa Igreja em São Paulo, onde foi dito que a Igreja foi entregar marmitex no Cemitério da Cachoeirinha, bairro de São Paulo. Os irmãos constataram que muitas pessoas drogadas, homens e mulheres estão dormindo e morando nas covas do cemitério. Constataram aindaque trafega por ali muitas crianças, fruto desses pais drogados. A opressão é tão grande que eles dormem nas covas dos mortos e isso não os abala mais.
O pecado tem essa característica de entorpecimento ante o pecado, onde se acredita que o pecado não é tão feio como aparenta.
Tivemos em São Paulo a Parada Gay, onde milhares de pessoas gays ou simpatizantes vão comemorar. A Parada Gay é uma festa, com vários eventos afirmativos para a classe. As fotos, constrangedoras mostram homens feios, horríveis, vestidos de mulher, ou um arremedo do que seja uma mulher, assim como mulheres masculinizadas ou não, aos beijos e abraços com outras mulheres. Isso é passado para a sociedade como normal e aceitável. Algumas fotos são constrangedoras de tão feias que são. Alguns homens, vestidos de mulher são ridículos. Algumas mulheres tentando se masculinizar são ridículas.
Esses não compreendem que há uma cegueira agindo neles, onde forças malignas, ou o pecado interior deles, faz com que gostem e digam que amam o mesmo sexo. Eles não conseguem enxergar a opressão que vivem. Estão cegos e impulsionados por demônios e nem sabem disso. O bêbado não se enxerga como um opresso, um doente, um amaldiçoado. Pra ele a bebida é algo normal. Para o corrupto roubar é normal. Para as pessoas que tem um espírito pessoal de prostituta – não um espírito maligno, mas o seu pecado maligno - namorar gato e cachorro é normal. Não pense que tudo é o diabo, na maioria do tempo não é.
O cinto artesanal, feio, que João Batista usava falava da opressão que o jugo do pecado era na vida deles e que eles não tinham como sair disso, a não ser pelo arrependimento. Não há outro modo de ser abençoado por Deus, se não começar pela compreensão que precisamos de arrependimento.
UM PROFETA PARA OS PROFETAS
A profecia, como entendemos que era no Antigo Testamento não existe mais. Não temos mais visto um profeta nacional, aos moldes dos grandes profetas da Bíblia, no Antigo Testamento, em país algum. Vez ou outra alguém quer e dizer ser o tal, mas não são. Esse ministério, como compreendemos acabou. O que ficou no lugar é superior. Enquanto que havia um único homem, em todo Israel que era a presença de Deus na Terra, hoje temos milhares de pessoas, que tem a inspiração dada a cada um para pregar, ensinar e doutrinar. Segundo a medida de entendimento de cada um.
João Batista assume o papel daquele pregador que aparece numa Igreja moribunda, quase afundando na religiosidade, onde Deus quer levantar a Igreja, mas a sua fala é tão diferente do restante que desconfiasse se esse profeta foi mandado mesmo por Deus. Porém esse profeta paa os profetas, é alguém que vai chacoalhar, pegar pelos colarinhos, a doutrina da Igreja, o ensino, a musica, a dança, os pregadores, a pregação e acordar, assim como fez João, a Igreja. Nós precisamos de profetas que nos peguem pelo colarinho, que nos desafiem, que nos façam enxergar que precisamos de arrependimento e que Deus quer nos usar para mais na obra da salvação. É um desafio dar o pulpito para um cara desses, mas é ele o escolhido por Deus para acordar a Igreja. João Batista tirou da letargia, com seu jeito grosseiro, seu dedo em riste, suas roupas extravagantes, a nação inteira de Israel. Era impossível negar a presença do profeta bravo, com voz vociferante, que aos gritos, apontava o dedo na cara de todo mundo e dizia: Arrependa-se pecador, pois senão em breve virá o seu julgamento.
“Onde não há profecia, o povo se corrompe.” Provérbios 29:18 Nós precisamos, vez ou outra de profetas que nos acordem e acorde a nossa Igreja e até isso provém do Senhor.
JOÃO COMIA GAFANHOTOS
João que poderia ter sido sumo sacerdote, morado no palácio, se casado com uma linda esposa, entrado para a classe média alta da sociedade de israel, foi impulsionado pelo Espírito Santo a morar no deserto e a comer gafanhotos. Independente do valor nutritivo que poderia ter o animalzinho, o gafanhoto era um dos maiores simbolos de desgraça que Israel conhecia. Malaquias chama o gafanhoto de devorador e o compara com demônios. Joel nos fala dos gafanhotos.
O gafanhoto é um inseto que comia a plantação. Para uma nação agrícola como era a nação de Israel no Antigo Testamento, o gafanhoto era uma desgraça. A plantação destruída era sinônimo de penúria, miséria, falta de dinheiro, de emprego, de bençãos, de alimento. João ao aparecer comendo gafanhotos, mostrava que Deus era com ele e que Deus ia retirar essa maldição de Israel. A vida financeira destruída seria agora mudada por Deus. E se você crer, a sua vida financeira será mudada. Se você acabou lendo isso, é porque Deus queria que você recebesse essa benção. Você não chegou até aqui à toa. Numa Internet tão carregada de tantas coisas, você vir justo aqui e ler no finalzinho dessa mensagem isso, é porque isso é pra você. Creia. Me sinto autorizado a dizer isso.
No simbolismo de João Batista, onde ele come o símbolo de miséria de Israel, Deus nos fala a nós, assim como falou para toda a nação de Israel: Aqui está quem é maior do que qualquer maldição. Deus voltou a falar com seu povo.
JOÃO COMIA MEL
João se alimentava, além do gafanhoto, de mel silvestre. O mel além das características terapêuticas, usado na medicina, adoça o alimento. O mel é um ingrediente que aponta para Jesus, pois o maná tinha gosto de mel. “A casa de Israel deu-lhe o nome de maná. Era como semente de coentro; era branco, e tinha o sabor de bolos de mel.” Êxodo 16:31
O maná é símbolo de prosperidade por excelência. A Bíblia o chama de pão caído do céu. Esse alimento que vem do céu, aponta para a provisão diária de Deus para com seu povo. O maná fala conosco que apesar de qualquer situação adversa, Deus proverá o seu alimento, as suas finanças. Diariamente era derramado, por quarenta anos, o maná no deserto. Deus alimentou Israel e os manteve vivos, apesar da falta clara de alimento no deserto. Hoje Deus fala conosco assim:
“Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal.” Mateus 6:34
Amém.
Paulo Sérgio Lários