SANTO ANTÔNIO: FÉ CRISTÃ E PLENITUDE

Estamos em junho com suas tradicionais festividades. Dentre elas, sobressai-se a de Santo Antônio de Pádua (ou de Lisboa). Personalidade que figura entre as falanges de pessoas canonizadas pela Igreja Católica como modelos no seguimento de Cristo. Santo Antônio é famoso na devoção popular como advogado diante de Deus para solucionar questões de encontrar desde a pessoa amada até coisas perdidas. Conhece-se o taumaturgo de Pádua por milagres extraordinários como o dos dos peixes que acorreram para ouvir seu pregão a beira mar frente a rejeição dos hereges, fato imortalizado no Sermão do Padre Antônio Vieira; por ter apresentado a hóstia consagrada como presença sacramental de Cristo e um jumento se prostrar diante do sacramento perante a incredulidade do dono do animal; também é popular por ter estado em mais de um lugar ao mesmo tempo ou por acolher os desvalidos e os nutrir.

Por tais narrativas, Frei Antônio é bem quisto pelo povo católico; no entanto, poucos se interessam por conhecer sua biografia. Filho da Família nobre dos Bulhões nasceu em Lisboa no ano 1191, recebendo o nome de Fernando. Ingressou na ordem dos Cônegos Regulares onde foi ordenado padre e dedicou-se ao estudo da Sagrada Escritura e das literaturas clássica e patrística. Na época, o movimento fundado por São Francisco de Assis e Santa Clara, a Família Franciscana, estava emergindo e crescendo ligeiramente por toda a Europa. O Cônego Fernando foi visitar, nesse ínterim, a urna com os restos mortais de cinco frades que foram trucidados pelos islãos do Marrocos por tentarem levar a fé cristã aquele povo; comovido pela heroicidade de total entrega a Cristo, também se fez franciscano, recebendo o nome de Frei Antônio, almejando repetir o feito. Chegou a embarcar rumo ao martírio, mas um naufrágio o devolveu a Europa. Deus lhe chamava para outra missão.

Transferido para Pádua, descobriu-se seu dom para a oratória sacra e, empreendendo desde então sua batalha de fé nos sermões em templos e prédicas nas praças públicas difundiu o Evangelho de Cristo e a doutrina católica, combatendo as heresias dos Valdenses e Albigenses e propagando a doutrina social cristã contra a avareza e a injustiça para com os pobres. Santo Antônio tanto meditava e orava com a Sagrada Escritura, que o papa Gregório IX lhe deu a alcunha de “Arca do Testamento” e “Martelo contra os hereges”, afirmando que se toda a Bíblia fosse banida do mundo, Antônio a reescreveria fielmente, pois guardava as sagradas letras na mente e no coração.

Antônio, missionário, viajou a pé diversas estradas da Europa, pregando nas vilas e cidades, curando enfermos, recebendo doações que distribuía aos menos abastados e, com as bênçãos de São Francisco, ensinando Teologia aos frades. Antônio faleceu em 1231 em Pádua, enfermo, porém sereno com uma visão da Virgem Maria. No ano seguinte por seus milagres e vida cristã ilibada, foi canonizado e, em 1946, foi declarado doutor da Igreja. Os tomos com as pérolas dos seus sermões estão publicados por editora portuguesa, ainda assim são pouco conhecidos.

Por ser tão egrégia figura, Antônio vem inspirando movimentos que se dedicam a evangelização e serviço humano para com os necessitados. Em Belém, é conhecido a os Antonianos que, junto aos frades, levam a frente a “Casa do Pão anexa a Igreja dos Capuchinhos” promovendo formações e serviços de saúde e alimentação para 320 idosos carentes, contando com o serviço de 25 voluntários e distribuição bimestral de cestas básicas. Assim, de 31 de maio a 13 de junho ocorre na Igreja dos Capuchinhos o festejo ao santo, com missas, trezena e bênção nos horários de 6:45, 12:00 e 18:30, também arraial na quadra da paróquia no turno da noite, com renda convertida para a manutenção do trabalho social da Casa do pão dos Capuchinhos.