Católicos, não se deixem perturbar
CATÓLICOS, NÃO SE DEIXEM PERTURBAR
Miguel Carqueija
Só o fato de que a Igreja Católica é a instituição mais perseguida e caluniada ao longo de vinte séculos (e continua sendo nos dias de hoje, talvez mais do que nunca) já prova a sua divindade, pois a mentira odeia a verdade. Porém, sempre respeitando quem pensa diferente, precisamos estimular o povo católico a estudar a fé que professa; e quantos o fazem?
O grande Papa Bento XVI alertou sobre a “ignorância religiosa” que é realmente uma praga. Infelizmente há católicos que não sabem nem dizer o que é a Missa, muito menos portanto estão credenciados a defender a Igreja dos ataques que ela recebe. Não é preciso fazer faculdade de Teologia, mas não custa nada procurar informar-se sobre a doutrina da Fé e a História da Igreja, em livros, revistas, na mídia ou consultando pessoas bem informadas, inclusive os sacerdotes.
A experiência da minha vida mostrou-me claramente que, em geral, os ataques à Igreja Católica ou são deslavadas mentiras ou desvirtuam alguns fatos, exageram outros, interpretam errada e maldosamente, e por fim, lançam contra nós, como terríveis acusações, coisas que assumimos como boas e certas, como os dogmas; que há de errado com os dogmas se são eles que nos dão paz e segurança? E se são eles que garantem o princípio de identidade da própria Igreja? Acusam-nos daquilo que nos ufana, coisa curiosa!
Para não me demorar — pois isto exige um estudo maior — citarei apenas um caso de minha experiência pessoal.
Ouvi de certa pessoa, uma vez, que nos enterros os padres recusam dar a extrema-unção aos ateus, a não ser que entre dinheiro.
Ora, o êrro é tão crasso que chega a ser ridículo. O que terá levado essa pessoa a tal delírio?
Primeiramente, não se usa mais a expressão “extrema-unção”. Ela foi substituída há décadas por “unção dos enfermos”. É um dos sete sacramentos e destinado a quem sofre de doença ou situação (como cirurgia de risco) que possa levar á morte. O termo antigo podia levar famílias a só chamar o sacerdote com o doente nas últimas. E no entanto a unção dos enfermos pode ter efeito curativo.
Mas esse não é o ponto mais importante. O mais importante no caso, e que mostra como a tal pessoa cometeu um êrro inacreditável, é que os sacramentos, todos eles, são administrados a vivos e não a mortos. Nada têm a ver, portanto, com enterros.
É óbvio que não se batizam pessoas mortas, não se crismam defuntos, não se ouve confissão de cadáver, não se dá a comunhão a morto, da mesma forma a Igreja não ordena defunto como sacerdote e não casa noivos cadáveres (noiva cadáver só existe em desenho mórbido de Tim Burton). Portanto, também não ministra a unção dos enfermos a defuntos. Se portanto, num entêrro, alguém pedir a unção dos enfermos ao defunto ateu, o padre com certeza negará; mas não porque o defunto ateu é ateu, mas porque é defunto. Deu para entender?
Por fim, apelo aos católicos que vierem a ler estas linhas: se depararem com argumentos capciosos, mesmo eruditos, com citações de muitas obras etc. falando mal da Igreja Católica, da Bíblia, do Cristianismo, não se impressionem mesmo que não possam, por desconhecimento de causa (ninguém é obrigado a saber tudo), desmontar as acusações, tenham bem em mente que a Igreja a tudo estuda e analisa e que ela jamais ficou sem resposta às acusações e às contínuas campanhas de difamação que lhe movem. Lembrem-se de que também os eruditos se enganam, se não fosse assim não existiriam polêmicas entre eles. E como diz o Professor Felipe Aquino, 99% das pessoas que odeiam a Igreja Católica odeiam na verdade o que julgam ser a Igreja; se de fato a conhecessem, inúmeros inimigos se tornariam católicos.
Termino recomendando a leitura de um livro extraordinário: “A descoberta do outro”, onde o grande pensador brasileiro Gustavo Corção conta a comovente história da sua conversão ao Catolicismo.
imagem pixabay
Rio de Janeiro, 17 de maio de 2018.
CATÓLICOS, NÃO SE DEIXEM PERTURBAR
Miguel Carqueija
Só o fato de que a Igreja Católica é a instituição mais perseguida e caluniada ao longo de vinte séculos (e continua sendo nos dias de hoje, talvez mais do que nunca) já prova a sua divindade, pois a mentira odeia a verdade. Porém, sempre respeitando quem pensa diferente, precisamos estimular o povo católico a estudar a fé que professa; e quantos o fazem?
O grande Papa Bento XVI alertou sobre a “ignorância religiosa” que é realmente uma praga. Infelizmente há católicos que não sabem nem dizer o que é a Missa, muito menos portanto estão credenciados a defender a Igreja dos ataques que ela recebe. Não é preciso fazer faculdade de Teologia, mas não custa nada procurar informar-se sobre a doutrina da Fé e a História da Igreja, em livros, revistas, na mídia ou consultando pessoas bem informadas, inclusive os sacerdotes.
A experiência da minha vida mostrou-me claramente que, em geral, os ataques à Igreja Católica ou são deslavadas mentiras ou desvirtuam alguns fatos, exageram outros, interpretam errada e maldosamente, e por fim, lançam contra nós, como terríveis acusações, coisas que assumimos como boas e certas, como os dogmas; que há de errado com os dogmas se são eles que nos dão paz e segurança? E se são eles que garantem o princípio de identidade da própria Igreja? Acusam-nos daquilo que nos ufana, coisa curiosa!
Para não me demorar — pois isto exige um estudo maior — citarei apenas um caso de minha experiência pessoal.
Ouvi de certa pessoa, uma vez, que nos enterros os padres recusam dar a extrema-unção aos ateus, a não ser que entre dinheiro.
Ora, o êrro é tão crasso que chega a ser ridículo. O que terá levado essa pessoa a tal delírio?
Primeiramente, não se usa mais a expressão “extrema-unção”. Ela foi substituída há décadas por “unção dos enfermos”. É um dos sete sacramentos e destinado a quem sofre de doença ou situação (como cirurgia de risco) que possa levar á morte. O termo antigo podia levar famílias a só chamar o sacerdote com o doente nas últimas. E no entanto a unção dos enfermos pode ter efeito curativo.
Mas esse não é o ponto mais importante. O mais importante no caso, e que mostra como a tal pessoa cometeu um êrro inacreditável, é que os sacramentos, todos eles, são administrados a vivos e não a mortos. Nada têm a ver, portanto, com enterros.
É óbvio que não se batizam pessoas mortas, não se crismam defuntos, não se ouve confissão de cadáver, não se dá a comunhão a morto, da mesma forma a Igreja não ordena defunto como sacerdote e não casa noivos cadáveres (noiva cadáver só existe em desenho mórbido de Tim Burton). Portanto, também não ministra a unção dos enfermos a defuntos. Se portanto, num entêrro, alguém pedir a unção dos enfermos ao defunto ateu, o padre com certeza negará; mas não porque o defunto ateu é ateu, mas porque é defunto. Deu para entender?
Por fim, apelo aos católicos que vierem a ler estas linhas: se depararem com argumentos capciosos, mesmo eruditos, com citações de muitas obras etc. falando mal da Igreja Católica, da Bíblia, do Cristianismo, não se impressionem mesmo que não possam, por desconhecimento de causa (ninguém é obrigado a saber tudo), desmontar as acusações, tenham bem em mente que a Igreja a tudo estuda e analisa e que ela jamais ficou sem resposta às acusações e às contínuas campanhas de difamação que lhe movem. Lembrem-se de que também os eruditos se enganam, se não fosse assim não existiriam polêmicas entre eles. E como diz o Professor Felipe Aquino, 99% das pessoas que odeiam a Igreja Católica odeiam na verdade o que julgam ser a Igreja; se de fato a conhecessem, inúmeros inimigos se tornariam católicos.
Termino recomendando a leitura de um livro extraordinário: “A descoberta do outro”, onde o grande pensador brasileiro Gustavo Corção conta a comovente história da sua conversão ao Catolicismo.
imagem pixabay
Rio de Janeiro, 17 de maio de 2018.