OS PRIMEIROS MÁRTIRES DO CRISTIANISMO
Desde o surgimento do cristianismo no primeiro século, a Igreja sempre foi alvo de grandes perseguições (At 8.1-3). Certamente que o ódio era apenas uma das razões para tantas crueldades contra o povo de Deus, mas independente disso, Deus sustentava Sua Igreja de maneira "viva e operante" (At 9.31; 12.24; 16.5; 19.20). As cruéis perseguiçoes aos cristãos primitivos não foram capazes de impedi-los de anunciar a Cristo, pois em meio a tantas perseguições o Senhor expandia ainda mais a Sua Igreja. Outro fator que contribuiu e muito para o martírio dos cristãos, está no fato deles não negarem o Senhor Jesus, o qual eles amavam, obedeciam, serviam e adoravam. Para as autoridades judaicas e os imperadores romanos, isso era um "insulto", porém, aqueles cristãos estavam mesmo dispostos a serem martirizados pela causa de Cristo e do Evangelho, se preciso fosse. "E, chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem nem ensinassem em nome de Jesus. Mas Pedro e João, respondendo, lhes disseram: Julgai vós se é justo diante de Deus ouvir-nos antes a vós do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido". (At 4.18-20).
Mas, o Senhor Jesus já havia lhes advertido que estas coisas aconteceriam. "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia". (Jo 15.18,19). "E sereis odiados de todos por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo". (Mt 10.22). "Mas antes de todas essas coisas vos hão de prender e perseguir, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, e conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome". (Lc 21.12). "Enquanto eles estavam falando ao povo, sobrevieram-lhes os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, doendo-se muito de que eles ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dentre os mortos, deitaram mão neles, e os encerraram na prisão até o dia seguinte; pois era já tarde". (At 4.1-3).
Resgistros históricos apontam que no primeiro século da era cristã, milhares de cristãos foram perseguidos, presos, torturados e brutalmente assassinados com requintes de crueldade por judeus e romanos. Por não negarem sua fé no Filho de Deus, e anunciarem o Evangelho da Verdade por onde eles passavam, suas vidas foram ceifadas.
ESTEVÃO
Estevão, homem cheio de fé e sabedoria foi o primeiro mártir a padecer. Seu martírio foi ocasionado pela fidelidade com a qual pregou o Evangelho aos traidores, entregadores e matadores de Cristo. "Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; como o fizeram os vossos pais, assim também vós. A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que dantes anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e homicidas, vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes". (At 7.51-53). As verdades do sermão de Estevão incitou enorme fúria das autoridades judaicas que o expulsaram para fora da cidade, apedrejando-o até matá-lo. Mas, Estêvão orando, dizia: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito. E pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. Tendo dito isto, adormeceu". (At 7.59).
TIAGO O MAIOR
O segundo mártir que encontramos no relato segundo Lucas escreveu, no livro dos Atos dos Apóstolos, é Tiago, filho de Zebedeu, irmão mais velho de João. Tiago era um pescador, mas quando o Senhor Jesus o chamou para ser Seu discípulo, ele abandonou sua profissão, seu barco e sua família para segui-lo. Segundo a cronologia bíblica, Tiago foi martirizado aproximadamente dez anos depois da morte de Estevão. Naquela época Herodes Agripa foi designado governador da Judéia e, com o propósito de conciliar-se com os judeus, suscitou uma intensa perseguição contra os cristãos, decidindo dar um golpe eficaz, e lançando-se contra seus dirigentes. Por ordem de Herodes Agripa, Tiago foi preso e decapitado em Jerusalém, por volta do ano 44 d.C. "Por aquele mesmo tempo o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja, para os maltratar; e matou à espada Tiago, irmão de João". (At 12.1,2). Foi ele o primeiro apóstolo a experimentar aquele cálice que ele mesmo tinha dito ao Senhor Jesus que estava disposto a beber (Mc 10.35-40).
FILIPE
Era natural da cidade de Betsaida na Galiléia, foi um dos primeiros a ser chamado pelo Senhor Jesus, a quem trouxe seu amigo Natanael, dizendo que havia encontrado Aquele de quem Moisés e os profetas haviam escrito, ou seja, o verdadeiro Messias. Historiadores afirmam que em Heliópolis, na Frígia, Filipe foi açoitado, encarcerado e depois crucificado, no 54 d.C.
TIAGO O MENOR
Era "irmão" de nosso Senhor Jesus Cristo. Filho de José e Maria, conforme diz as Escrituras (Mt 13.55,56; Mc 6.3). Estas passagens comprovam que Maria teve filhos e filhas, além do nosso Salvador. Tiago, foi escolhido para supervisar as igrejas de Jerusalém, e foi o autor da Epístola a Tiago, um dos 66 livros canônicos das Escrituras. Segundo registros que contam a história do cristianismo, no ano 62.d.C, Tiago tinha a idade de noventa e nove anos, quando foi espancado e apedrejado pelos judeus, e finalmente abriram-lhe o crânio com um cacetete.
BARNABÉ
Era de Chipre, porém de ascendência judia. Barnabé e Saulo foram os primeiros missionários da Igreja Primitiva. Vendeu seus bens, para ajudar os apóstolos na missão de pregar o Evangelho, tornou-se um dos grandes companheiros de Paulo em muitas viagens missionárias. Supõe-se que sua morte teve lugar por volta do 73 d.C. Segundo a história nos conta, Barnabé foi torturado, arrastado por uma corda amarrada ao seu pescoço e depois queimado vivo.
MARCOS
Seus pais eram judeus da tribo de Levi. Supõe-se que foi convertido ao cristianismo por Pedro, a quem serviu como secretário, e sob os cuidados do apóstolo escreveu em grego koinê o primeiro dos quatro evangelhos. Marcos foi arrastado pelo populacho de Alexandria, ao ponto de ser despedaçado em grande solenidade de seu ídolo Serápis, acabando sua vida em suas implacáveis mãos.
PEDRO
Entre muitos outros santos, o bem-aventurado apóstolo Pedro foi condenado a morte e crucificado, como alguns escrevem, em Roma; embora outros, e não sem boas razões, tenham dúvidas a esse respeito. Hegéssipo diz que Nero buscou razões contra Pedro para dar-lhe a morte; e que quando o povo percebeu, rogaram-lhe insistentemente que fugisse da cidade. Segundo a história nos fala, Pedro, diante da insistência deles, foi finalmente persuadido e se dispôs a fugir. Porém, chegando até a porta viu o Senhor Jesus Cristo acudindo a ele e, adorando-o, lhe disse: “Senhor, aonde vais?” Ao que ele respondeu: “A ser de novo crucificado”. Com isto, Pedro, percebendo que se referia a seu próprio sofrimento, voltou à cidade. Jerônimo diz que Pedro foi crucificado de cabeça para abaixo, com os pés para cima, a pedido dele mesmo, porque considerava indigno de ser crucificado da mesma forma que Seu Senhor.
PAULO
O apóstolo Paulo, que antes se chamava Saulo, após seu enorme trabalho e obra indescritível para promover o Evangelho de Cristo, sofreu também sob esta primeira perseguição a mando o imperador Nero. Diz Obadias que quando se dispôs sua execução, Nero enviou dois de seus cavaleiros, Ferega e Partémio, para que lhe dessem a notícia de que ia ser morto. Ao chegarem a Paulo, que estava instruindo o povo, pediram-lhe que orasse por eles, para que eles acreditassem. Ele disse-lhe que em breve acreditariam e seriam batizados diante de seu sepulcro. Feito isso, os soldados chegaram e o tiraram da cidade para o lugar das execuções, onde, depois de ter orado, deu seu pescoço à espada. Mas, apesar do martírio, suas epístolas continuam vivas testificando da verdade do Evangelho até os dias de hoje.
ANDRÉ
Irmão de Pedro, pregou o Evangelho a muitas nações da Ásia; mas ao chegar à cidade de Acaia, foi preso e crucificado numa cruz cujos extremos foram fixados transversalmente no chão em forma de (X). Daí então, a origem do termo a Cruz de Santo André.
BARTOLOMEU
Um dos doze discípulos de Jesus, Bartolomeu é associado pela grande maioria de estudiosos da Bíblia, como sendo o mesmo Natanael. Ele pregou o Evangelho em vários países, e tendo traduzido o Evangelho de Mateus na linguajem da Índia, o expandiu naquele país. Finalmente foi cruelmente açoitado, esfolado vivo e crucificado pelos agitados idólatras na Armênia.
TOMÉ
Chamado Dídimo, era nativo da Galiléia. Conforme a tradição, Tomé pregou o Evangelho na Pérsia e Índia, onde por ter provocado a fúria dos sacerdotes pagãos, foi martirizado, sendo atravessado com uma lança.
MATEUS
Filho de Alfeu, também chamado de Levi, Mateus, nascido em Nazaré, foi cobrador de impostos. Os cobradores de impostos eram odiados pelos judeus, os quais consideravam essa profissão desonesta, pelo fato, de se sentirem obrigados a pagar impostos aos romanos. Certa feita Mateus estava cobrando impostos, Jesus o encontrou e lhe disse: “Segue-me”. Ele abandonou tudo e seguiu a Jesus (Lc 5.27,28). Supõe-se que Mateus escreveu seu evangelho na língua hebraica, que foi depois foi traduzido para o grego, por Tiago o menor. Os cenários de seus trabalhos evangelísticos foram na Judéia, Pérsia e a Etiópia, país no qual sofreu o martírio, sendo cravado na terra com uma lança na cidade de Nadaba no ano 60 d.C.
JUDAS
Irmão de Tiago, e meio irmão de Jesus, era comumente chamado Tadeu. Tradicionalmente ele é identificado como sendo o autor da epístola canônica que leva seu nome. Supõe-se que Tadeu, foi crucificado em Acaia, no ano 72 d.C.
SIMÃO
Apelidado de zelote, era um homem que pertencia a um grupo de pessoas rebeladas, revolucionados contra o governo de Roma. Pregou o Evangelho na Mauritânia, África, inclusive na Grã Bretanha, país no qual foi crucificado no fim da perseguição iniciada por Nero, em 74 d.C.
MATIAS
Pouco se sabe a respeito de Matias. No livro de Atos, existe apenas um registro a seu respeito, quando ele foi escolhido para preencher o lugar de Judas, a fim de ser uma das testemunhas da ressurreição de Cristo, junto com os demais apóstolos (At 1.20-26). Alguns historiadores, o acusam de ter blasfemado contra a lei e contra Moisés, por isso, sentenciado pelo sumo sacerdote a ser amarrado numa cruz e apedrejado em Jerusalém e depois decapitado.
LUCAS
O médico e evangelista Lucas, foi autor do Evangelho que leva seu nome e do livro de Atos. Viajou com Paulo por vários países a fim de anunciar as boas-novas aos perdidos. Diz a história que ele foi pendurado "enforcado" em uma oliveira pelos idólatras sacerdotes da Grécia.
JOÃO
O “discípulo amado” era irmão de Tiago o Maior. Quando Jesus o chamou, ele não hesitou em imediatamente deixar suas redes de pescador, o barco e seu pai, para seguir o Salvador. Foi um dos discípulos mais próximo do Senhor. Escreveu um evangelho singular, visando relatar a natureza divina e humana de nosso Senhor Jesus Cristo. As igrejas de Esmirna, Sardes, Pérgamo, Filadélfia, Laodicéia e Tiatira foram fundadas por ele. Foi enviado de Éfeso a Roma, onde se afirmam que foi lançado num caldeirão de óleo fervendo. Escapou milagrosamente, sem dano algum. O imperador Domiciano o desterrou posteriormente na ilha de Patmos, onde escreveu o livro do Apocalipse. Nerva, o sucessor de Domiciano, o libertou. Foi o único apóstolo que escapou de uma morte violenta, morrendo de velhice.
Apesar de todas estas contínuas perseguições e terríveis castigos, a Igreja crescia diariamente, e se espalhava por todo o império. Fundamentada e arraigada na doutrina dos apóstolos, os cristãos primitivos pregavam o Evangelho a judeus e gentios, e o Senhor Jesus estava com eles, de forma que muitos creram e se converteram a Cristo (At 11.19-21).
“O sangue dos mártires é a semente dos cristãos”. Tertuliano.
JESUS FAZ A DIFERENÇA