CONSIDERAÇÕES (CRUZADA – 34)
Na 35ª aula realizada na Cruzada dos Militares Espíritas, foi abordado o tema das transformações positivas ocorridas na Natureza, com o este título: Considerações.
É colocado um tipo de consciência em cada aspecto da Natureza, mesmo que seja inerte, para ilustrar o que se quer alcançar. Por exemplo, a semente enterrada no solo, pode dizer: “que será de mim esmagada neste abismo de sombra e morte”. Porém, mais adiante ela renasce como árvore frondosa, com sombras, flores e frutos. Como ela podia pensar que aquele sofrimento anterior, cheio de trevas e pressão, era necessário para esta nova condição?
A lâmina de ferro, retorcida em brasa viva entre o malho e a bigorna, pode murmurar sem oferecer resistência: “o que me acontece com essa tortura que me aniquila, desrespeitando as minhas forças?” Porém, submetida à vontade do metalúrgico, converteu-se em segurança numa ponte grandiosa. Como ela podia pensar, que sairia de uma situação de ociosidade para uma tão grande utilidade na união entre povos?
A flor, picada pela abelha diligente e operária, pode reclamar dessa forma: “Por que me roubam pólen e néctar levando-me à extinção em violenta morte prematura?” todavia, enquanto isso acontece, fecunda-se e, ao morrer na haste, revive na forma de outra planta e no mel que atende a colmeia feliz mais adiante.” Como ela podia pensar que esse sofrimento era necessário para o ressurgimento de uma nova vida (ou seria ela mesma, em outras conjugações) e nutrição para milhares de outras?
O carbono cristalizado pela passagem das eras, é retirado da confortável furna em que se enclausurava e grita sob vigorosos golpes a reclamar: “Destroem-me, levando-me a nada, eu, que venho da poeira dos milênios em transformações intermináveis.” Como ela podia pensar que essa lapidação habilidosa seria necessária para a engastar em precioso adereço, fulgente, iridescente e valorizado?
Assim somos nós que estamos submetidos à forças da Natureza, do Criador, muitas vezes sem ter a consciência do que está acontecendo, mas que tudo serve a um propósito final positivo e harmônico com a evolução que acontece ao longo de toda a eternidade.
O impositivo da disciplina é um fator primordial nessa luta continua por evolução, e, para nós, que atingimos a condição de humanos, vamos encontrar o programa de educação em família o primeiro passo. Podemos considerar que o mundo está miniaturizado no lar, a família é a sociedade em embrião, o indivíduo é o próton do átomo social: quando o lar desarmoniza, a sociedade cambaleia.
Devemos respeitar os impositivos do respeito à ordem, à valorização do caráter, da honra, pois sem isso, se tornam inúteis quaisquer arregimentações doutrinárias desta ou daquela filosofia que procura um mundo melhor ou uma sociedade mais feliz.
Lembremos do código recebido por Moisés no Sinai, os Dez Mandamentos. Não podemos duvidar, como os hebreus fizeram ao pé do monte, dentro da loucura ao redor, sem freios, levando de roldão aspirações superiores e condutas inatacáveis, justificando a criminalidade e a degenerescência por toda a parte. Essa situação parece muito próxima ao que vemos hoje em nossa sociedade, e mais do que nunca o código trazido por Moisés, com toda a sua objetividade e a rigidez do “olho por olho e dente por dente” merece ser mais uma vez aplicado.
O código trazido pelo Cristo, bem mais evoluído que o código trazido por Moisés, deve ser aplicado à pessoas também evoluídas. O cristão não se deve permitir vaidades e aspirações rocambolescas, com pitadas de hipocrisia, querendo considerar um humano que ainda vive sob as leis da selva, com aqueles que já atingiram a compreensão do Amor Incondicional, que defendem para todos o desarmamento para não matar os irmãos, mas no entanto andam de carros blindados e seguranças, com a total proteção contra os “irmãos” que eles nem suas leis dão o mesmo direito ao restante do povo.
O cristão verdadeiro se renova interiormente a cada dia para melhor, com uma mentalidade mais elevada em relação a si e aos outros. Segue a bússola ensinada pelo Cristo para não sairmos do caminho reto: “Amai ao próximo como a si mesmo”. O referencial do amor somos nós mesmos, e se alguém tenta nos destruir por motivos selvagens, como qualquer fera, nós podemos e devemos nos proteger dos seus ataques até a última legítima defesa: a destruição do agressor.
É no clamor dessa batalha do dia-a-dia que iremos evoluir em direção ao Criador, mesmo que não tenhamos a devida compreensão do que iremos encontrar no próximo passo evolutivo para o qual nos dirigimos.