PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 20,11-18)(03/4/18).
Caríssimos, nem sempre compreendemos os desígnios do Senhor, mas Ele nunca deixa de nos revelar a sua vontade, pois caminhamos na fé e não na nitidez do conhecer eterno onde tudo é claramente visível sem nenhum véu de compreensão. Na visita ao sepulcro Maria Madalena viu anjos, mas não percebeu claramente o que havia acontecido; viu Jesus Ressuscitado, mas não o reconheceu de imediato, é que a condição natural a impedia de tal reconhecimento e compreensão; somente quando Jesus a chamou pelo nome é que se descerrou o véu do seu entendimento e ela o reconheceu prontamente.
De fato, o tempo e a nossa naturalidade são como que a ante sala da eternidade onde nos preparamos e esperamos para termos a visão total do Senhor e do que nele somos. É verdade que algumas pessoas já tiveram o privilégio de uma visão antecipada da nova condição de ressuscitados, como por exemplo, os Apóstolos Pedro, João e Tiago que não Transfiguração do Senhor viram sua glória e Moisés e Elias presentes nela, como também ouviram a voz do Pai vinda do céu.
Com efeito, também São Paulo passou por tal experiência e nos deixou por escrito: "Conheço um homem em Cristo que há catorze anos foi arrebatado até o terceiro céu. Se foi no corpo, não sei. Se fora do corpo, também não sei; Deus o sabe. E sei que esse homem - se no corpo ou se fora do corpo, não sei; Deus o sabe - foi arrebatado ao paraíso e lá ouviu palavras inefáveis, que não é permitido a um homem repetir."
Caríssimos, todos os justos vivem essa dimensão eterna da vida conduzidos pelo Senhor em meio à fé e esperança que cultivam. Pois, "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." Com efeito, falando sobre isto, eis o que diz São Pedro: "Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Na sua grande misericórdia ele nos fez renascer pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma viva esperança, para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada para vós nos céus."
Conclusão: Alegremo-nos, então, com São Francisco de Assis que disse:"Filhos meus, grandes coisas prometemos a Deus, mas muito maiores são as coisas que Deus nos prometeu. Observemos aquelas que nós prometemos a Ele, e esperemos com segurança aquelas que ele nos prometeu. Breve é o prazer do mundo, mas eterna é sua pana. Pequena é a pena desta vida, mas a glória da vida eterna é infinita”. (FIORETTI, cap XVIII).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.