Religião e Espiritualidade
A maioria das pessoas não vive sem religião, e a considera a maneira mais eficiente de ter uma vida boa. Por outro lado, tem crescido nas últimas décadas, o número de pessoas que acreditam que a religião é um grande mal para a humanidade, de forma que gostariam que ela fosse extinta o mais rápido possível.
Quem tem razão? É claro que cada parte vai dizer que a verdade está com ela. Afinal, a religião é boa ou má? As duas coisas. Depende da direção que ela escolhe. Se ela segue o caminho da Espiritualidade, costuma trazer paz, sossego ao coração, e alimento para a alma; se adentra nos campos da ciência, da moral e da política, torna-se um desastre, provocando injustiças, dor e sofrimento a inocentes.
O que temos visto é que tem muita religião no mundo e pouca Espiritualidade, por isso há tantas pessoas desiludidas com a religião. É interessante nos fixarmos um pouco mais na palavra “Espiritualidade” (que segundo o dicionário Aurélio é a “Doutrina acerca do progresso metódico na vida espiritual”), porque é o que tem faltado na maioria das pessoas religiosas no mundo. E não é de hoje. Há dois mil anos, Jesus já denunciava os judeus que gostavam de alardear que eram bons crentes, mas no dia a dia, praticavam todo tipo de maldade e injustiça:
“Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão.”
Existem grandes diferenças entre a religião com espiritualidade e a religião sem espiritualidade. A religião com Espiritualidade tende a fazer as pessoas felizes; torna-as tolerantes, empáticas, desperta compaixão e o desejo de ajudar os que sofrem; consola a família quando perde um ente querido, pois sabe que um dia se reencontrarão no paraíso; dá esperança de cura aos enfermos; motiva os tristes a não desistir de lutar por um futuro melhor; transforma as pessoas para melhor, etc.
Do lado oposto, a religião sem Espiritualidade dá mais valor ao crer do que ao ser, isto é, julga mais importante obedecer às autoridades, acreditar em seus dogmas, seguir os rituais e pagar os tributos, do que o caráter da pessoa e de como ela atua no mundo; cria ódio e intolerância na sociedade; provoca medo e terror; ela cega e transforma os devotos em robôs programados a executar o que lhes é ordenado com resignação e sem questionar; endurece os corações, e retira qualquer vestígio de lucidez, compaixão e bom senso.
Existem muitos religiosos fazendo o bem, mas infelizmente grande parte daqueles que se dizem religiosos está mais preocupada com as coisas da terra, do que em ter uma vida mais espiritual e elevada, de forma que, por mais que busquem a paz interior, não a encontram, pois falta-lhes o essencial: a Espiritualidade.