PAPAS E PAPAS

O Papa é o representante de Pedro, aquele que Jesus confiou para conduzir o ensino e a aplicação do Evangelho ao redor do mundo. Seria esperado que o pensamento de cada Papa seguisse com bastante verossimilhança o pensamento do Cristo, no entanto, apesar de ser esperado que cada um procure seguir exemplarmente as lições evangélicas, observamos ao longo da história muitos pensamentos divergentes até mesmo da moral cristã. Exemplo disso era o apoio da Igreja dado às incursões dos cruzados à Terra Santa, o apoio à Santa Inquisição, que promoveu a morte de milhares de inocentes, com requintes de crueldade.

Nos dias atuais, podemos observar dois pensamentos diferentes sobre o mesmo tema, um do Papa João Paulo II e outro do atual Papa Francisco.

O Papa João Paulo II disse em 1995 que “A legítima defesa não é apenas um direito, mas um sério dever para quem é responsável pela vida dos outros, dos bens comuns e do Estado”. “Em um mundo marcado pelo mal e pelo pecado, existe o direito à legítima defesa com armas e por motivos justos”.

O Papa Francisco em 2015 disse que: “Todos os que usam armas ou vivem do comércio de armas de fogo, não podem se dizer bons cristãos!”.

Observamos a diferença, mas qual o mais adequado ao nosso viver atual? Parece que o Papa João Paulo II está mais conectado com a realidade, talvez por que tenha sido vítima de uma tentativa de assassinato em 1981.

O Papa Francisco condena todos os que usam armas, e assim pensando condena os seus próprios soldados, uma força militar de elite com mais de 500 anos de história, composta de ex-soldados suíços treinados para proteger o líder da igreja católica. Além de bem treinados, eles têm uma das melhores coleções de armas de fogo do planeta para garantir a segurança de Sua Santidade.

Em 1527 a pequena força da Guarda Suíça segurou um ataque maciço à saqueadores que tentaram invadir a Basílica de São Pedro, tempo suficiente para que o Papa Clemente VII escapasse através de uma passagem secreta. Eles lutaram por oito dias antes de se render, e alguns viveram para contar a história. Quase 150 dos 189 guardas que serviam na época deram suas vidas pela sobrevivência do Papa.

Este mesmo comportamento dos guardas que trabalham no Vaticano, acredito que permanece... não serão bons cristãos?