JACOB RABBI, o responsável pelos massacres de Cunhaú e Uruaçu.
O mercenário alemão JACOB RABBI, integrante da esquadra de Maurício de Nassau foi considerado na opinião unânime dos historiadores que relatam o período da ocupação flamenca, como a figura mais detestada na Capitania do Rio Grande do Norte.
A serviço dos holandeses, Rabbi viveu quatro anos entre os tapuias, assimilando a sua língua e os seus costumes bárbaros. Como intérprete tratou de consolidar a amizade entre os índios e os invasores flamencos. É considerado o mais cruel e inescrupuloso que a história norte-riograndense registra.
Rabbi acumulou grande fortuna em joias, dinheiro, gado e terras saqueando e roubando. Foi ele o grande responsável pelo massacre de Cunhaú e Uruaçu.
Sob a alegação de que teria um importante comunicado a fazer, em 15 de junho de 1645, convocou a população de Cunhaú a estar presente na missa de domingo, dia 16, na Capela Nossa Senhora das Candeias. Na manhã seguinte, quando o padre André de Soveral celebrava a missa, surgiram os guerreiros que, aos gritos de guerra, mataram, saquearam e incendiaram a povoação de Cunhaú. Foram mortas setenta pessoas.
E não ficou por aí. Na vila de Uruaçu também mataram dezenas de pessoas cruelmente. Entre os mortos estavam o padre Ambrósio Francisco Ferro e João Lostão Navarro, sogro de Joris Garstman, comandante do forte, fazendo nascer no militar um forte desejo de vingança.
Em abril de 1646, Jacob Rabbi foi morto em Natal, a tiros e golpe de espada. Garstman foi acusado de mandante do crime e os holandeses instauraram inquérito para apurar.
Os índios tapuia, através do chefe Janduí, que ficou muito consternado com a morte do amigo, exigiram das autoridades a entrega de Garstman, com o objetivo de fazer justiça com as próprias mãos, o que não foi concedido.
A maioria dos historiadores defende que a morte de Jacob Rabbi foi planejada pela Companhia das Índias Ocidentais, com o intuito de dar um basta nas atrocidades do alemão.