Errar é humano, mas reconhecer o erro também o é.
Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? (Gên 3:11). Eis aqui o princípio de uma confabulação entre Deus, Adão e, Eva logo após eles terem cometido o pecado da desobediência. Não atendo-me as divergências teológicas, mas sim a mensagem que nos ensina a vencer o desejo escapista que trazemos dentro de nós.
Se faz certo que desde o princípio dos tempos o instinto primário do ser humano foi culpar a outros por seu próprio erros e pecados. Nos versículos acima vemos o escritor relatar o primeiro pecado no jardim do Éden. E quando Deus repreendeu a Adão por seu pecado, a resposta deste foi: “A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi.” (Gên 3:12). Até um tempo atrás ela era a escolha perfeita para vida dele, mas para escapar de suas responsabilidades ela acabara de se tornar a agente ativa de sua corrupção. E sequência Deus repreende a Eva por sua ação, ela responde: “A serpente me enganou, e eu comi. (Gên 3:13). Mas quando lemos o relato vemos que ela comeu do fruto por vontade própria, a serpente só a estimulou: Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. (Gên 3:6).
Seguindo o raciocínio vemos que Adão disse: “Não me culpe, a culpa é da Eva.” E na sequência Eva disse: “Não me culpe; a culpa é da serpente” (Gênesis 3:12-13). Aqui vemos que o ser humano sempre foi um perito em evasões. A culpa é lançada sobre Deus, sobre o próximo, culpam às circunstâncias; culpam à maneira em que são feitos, em vez de reconhecer o erro. É por isso que Jesus nos chama ao arrependimento: “Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento. (Luc 5:32).” Arrependimento palavra no grego metanoia, que entre outros significados têm o de mudança de vida pensamento e ação, ou seja, uma conversão no caminho. Mas para que isso aconteça precisamos nos autoconhecer. Quando buscamos a nos autoconhecer damos o primeiro passo a conhecer o mecanismo que gira a roda da vida. E entenderemos que reconhecer o erro é o primeiro passo para uma mudança. Também ao assumir a nossa parcela no erro fica muito mais fácil perdoar, e a facilidade do perdão coloca o amor em ação. Eis o princípio da vida eterna enquanto vida de Deus. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).