A HISTÓRIA DA IGREJA A PARTIR DE ADÃO E EVA – PRIMEIRA PARTE
DO QUÊ SOMOS SALVOS?
“Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus.” Romanos 3:22-24
Romanos 3 é muito claro ao nos relatar que não distinção, não há preferidos, não há quem se defenda, não há quem fuja disso, todos pecaram e estão destituídos da Glória de Deus.
E a palavra destituído significa deposto de uma função ou cargo, desempossado, demitido, despedido, afastado, privado de algo, desprovido, desguarnecido. Paulo usa a palavra correta para poder nos dizer que um dia tínhamos a glória de Deus e um dia a perdemos.
Quando ele diz que todos pecaram, esse movimento é passado, universal e todos carecem da glória de Deus. Todos pecaram é passado. Um dia no passado todos pecaram, não é algo que se faça de novo, ou vai se fazendo. E é universal, engloba a todos nós, em todos os tempos.
Sempre ao pensar nesse assunto me lembro que um dia um jovem foi me evangelizar e me disse que Cristo me salvaria, e eu, que já tinha um ou dois anos de cristão lhe perguntei - só para testar o rapaz – do quê Cristo me salvaria e porque eu deveria ser salvo de alguma coisa. O jovem se enrolou todo e eu acabei falando pra ele, segundo o conhecimento que tinha à época.
Mateus 1.21 é muito claro, em detrimento a tanta coisa que falam por ai, sem a base bíblica adequada: “Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados".”Mateus 1:21
Nós temos a necessidade de sermos salvos dos nossos pecados. Mas conforme já exposto, todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus. Como ser salvo é a grande pergunta pessoal, que deveríamos nos fazer.
Comumente a palavra grega hamartia ( pecado ) é entendida como errar o alvo. Sendo assim todos erramos o alvo, sem exceção alguma.
VIVENDO SOB A MORTE
Baseados na história de Adão e Eva, no capítulo 3 de Gênesis, percebemos que a maioria das pessoas trata o pecado como um simples problema de desvio moral. Havia no Jardim duas árvores, a da ciência do bem e do mal e a árvore da vida, consequentemente da eternidade. E desde sempre as pessoas vêem o pecado como algo moral. Moral é algo aceitável pela sociedade. Só que o que uma sociedade aceita como moral, ou aceitável entre seus cidadãos, pode não ser aceitável em outra e ai não se tem uma regra geral e universal. Então tratar o pecado como algo moral é inválido.
As pessoas não percebem, mas vivem os mesmos dramas de Adão e Eva e restringem o pecado a algo bom, ou a algo ruim. E sem saber essa definição por si só é o pecado. Viver sob o signo, o peso, da árvore da ciência do bem e do mal, já é o mal em si, o pecado em si.
Assim como as pessoas se preocupam muito com a cura física, que é apenas um remendo, pois a pessoa vai morrer um dia e esse remendo não mais vai ter validade, sendo que o que ela deveria ter buscado sempre era salvação, assim é com o pecado, pois imaginam que ele é um desvio na moral da pessoa, e não é.
Atos 17.28 num dos versículos mais básicos e exigíveis de conhecermos da Bíblia, diz que “Nele vivemos, nos movemos e existimos”. Pecado é sair de debaixo da proteção de Deus e ir para outro lugar sem Deus. Pecado é sair da vida e caminhar pra fora da vida. Se sairmos de Deus, onde Nele vivemos, nos movemos e existimos, o que vai nos restar? A morte.
Pecado para as pessoas é definido em termos de isso é bom e isso é ruim e o que é ruim é pecado, o que é bom não é pecado. E até os 10 Mandamentos fica reduzido a uma simples menção moral, perdendo a força espiritual que tem, por falta da nossa compreensão já nos níveis básicos do assunto. Se moral são regras, pra muita gente pecado é quebrar a Lei. OU seja, o dia em que começar a tratar a vida entre o em e o mal, vocês vão morrer. O assunto fica restrito e gravado na mentalidade de muita gente em termos de comer do fruto da árvore certa, ou comer do fruto da árvore errada. Se comeu da fruta certa você vai viver, se comeu da fruta errada você vai morrer.
A MORTE
Alguns falam de tal jeito que parece até que a morte é outra vida e deveria ser requerida essa outra morte, para fugir dessa vida; mas a morte não é outra vida, mas perder a vida que tem. Morrer é o fim e não o começo.
A minha idéia, ao escrever esses assuntos, é que eles sejam replicados e que você pegue mesmo eles e os pregue na sua Igreja. Falando desse assunto de maneira fácil, legível, vamos analisar rapidamente Gênesis 3.8-13.
Depois do pecado, ouvindo que Deus vinha conversar com eles esconderam-se de Deus. Taí um principio que como um loop temporal sempre volta: Pessoas que pecam fogem de Deus. A partir daqui, nós vemos o homem inventando um monte de coisas, que o afastam de Deus. A Torre de Babel, que é uma representação muito clara do homem se defendendo do homem, pois eles fizeram uma torre muito alta, num lugar alto, para se defenderem de Deus dar de novo um dilúvio universal. A Torre de Babel é a tentativa frustrada do homem se defender de Deus, portanto é abominável. E demonstra também o quanto eles não entendiam nada de Deus. Depois do pecado começou a fuga de Deus e isso persiste até hoje. Isaías 59.2 diz que o nosso pecado nos afasta de Deus. Não é Deus que se afasta de nós, mas somos nós que nos escondemos de Deus.
Ai Deus chamou do Jardim e Adão responde que ouviu os passos de Deus e ficou com medo, por estar nu e se escondeu. E Deus pergunta a ele, quem lhe disse que estava nu e o homem acusa a mulher e a mulher acusa a serpente.
Perdemos a comunhão com Deus, perdemos unidade entre nós quando pecamos. O homem passa a acusar a mulher e a mulher passa a acusar a serpente. É um acusando o outro, o que demonstra que os laços foram rompidos. O homem vivia em paz no planeta, conectado com os animais e as árvores e o universo e agora perdeu a comunhão com o planeta. Entramos em um estado de guerra, acusando-nos, empurrando o problema no colo do outro. Com o tempo, o desvio mostra que perdemos a noção da nossa sexualidade. Passamos a ter vergonha de nós mesmos. Um tem vergonha do outro e o outro tem vergonha do um. A outra tem vergonha da outra e o outro tem vergonha do outro. E todo mundo tem vergonha de Deus. Laços forma rompidos. Perdemos a confiança em Deus e passamos a fugir de Deus.
O homem perde a noção de como se vive. Tanto isso é claro que as pessoas ainda não entenderam que ser cristão não é, de forma alguma ser espiritualizado e falar diferente, com voz de pregador, mas ser gente que volta pra casa. Adão e Eva foram expulsos de casa e a tentativa enorme, colossal de Deus, conosco é nos fazer voltar pra casa. Tanto é que numa das histórias mais interessantes da Bíblia, justamente sobre os filhos de Adão e Eva, Abel, o segundo filho faz um culto e a definição de culto é basicamente voltar pra casa. Voltar pra Deus. Culto é voltar pra Deus. O homem não sabe mais viver hoje em harmonia com o outro ser, ou com ele mesmo e nem com Deus. O homem morreu.
O homem entrou em uma crise de identidade enorme, pois onde o papel de homem e mulher era bem definido, um complementando o outro, agora entra em choque e um é contra o outro. O papel de marido e de esposa está em crise. E a crise é tão aprofundada que Deus teve que se manifesta em Paulo que escreveu que a mulher deve ser submissa e o marido deve amar. Ou seja, a mulher rebela-se contra o homem e o homem perdeu a capacidade de amar a mulher. Isso vem do pecado original.
Esse desvio gerou uma enorme crise de sexualidade, onde o papel masculino é agora indefinido e o papel feminino está em juízo. O masculino não sabe mais ser masculino eo feminino não sabe se portar mias como feminino e o desvio vai crescendoconforme os dias vão seguindo. Quanto mais longe estivermos dos pais originais, mais vamos notar o desvio na sexualidade. Nós perdemos a noção de humanidade. Perdemos a noção de como se vive, de como se é gente e estamos em crise.
Passamos a nos esconder uns dos outros, criando muros, biombos, pontes, dificuldades, barreiras as mais diversas, por simples medo do outro, que outrora um complemento, agora é um inimigo, ou um desafeto. O meu medo é que eu fiz o que não devia e ao invés de ir lá e pedir perdão a Deus, preferimos nos esconder. O nosso medo é que acusamos-nos um ao outro e nos escondemos do outro que eu acusei e fui acusado. Tenho medo dele, tenho medo dela, tenho medo do outro e juntos temos medo de Deus.
Antes éramos abertos um ao outro. O masculino aberto ao feminino e vice-versa, agora estamos fechados e cheios de segredos. Viviamos em plena comunhã, sem desconfiança. Não tínhamos vergonha. Nos víamos como extensão, um complemento um do outro e em comunhão com o planeta e com os animais. Não tínhamos medo de Deus e até esperávamos o moment que Deus viria conversar conosco com ansiedade. Agora passamos a nos esconder, a nos vestir. A nossa vestimenta é uma tentativa de criar um muro entre nós e o outro, ou entre nós e a outra e entre Deus. A nossa vestimenta é um muro. Estavamos nus e não tínhamos vergonha. Estamos agora vestidos e com vergonha.
De repente a gente foi se vestir para se esconder um do outro, uma da outra e de Deus. Porque a gente não sabia mais o que a gente estava mostrando e nem o que a gente estava vendo. Isso significa que entramos numa disfunção, numa crise. Perdemos a nossa co-relação de sexualidade. Além de não compreender a minha sexualidade não reconheço mais a do outro ou da outra. Nossa mente entrou em parafuso.
Viver em relação ao bem e ao mal é o pecado em si. Viver em função de qual fruto eu vou comer é o pecado. Ter pecado é viver em relação entre o bem e o mal, isso é bom e isso é ruim e o que é ruim eu não posso. Mas se não temos mais o parâmetro de Deus e nem do próximo, o nosso parâmetro de certo e errado somos nós mesmos e isso é pecado.
E a grande pergunta é: Porquê?
FIM DA PRIMEIRA PARTE
Como o assunto é extenso, vamos dividir esse assunto em três partes simples e compreensíveis. A partir de Adão e Eva: A morte, A vida e a Solução de Deus.
Amém, por enquanto, leia o restante do assunto.
Paulo Sergio Larios