DICOTOMIA

Este artigo poderia levar outro título, mas preferi este, pois traça, de forma genérica, os dois lados de uma questão.

Poderia ter levado em conta o secularismo x sacralização (de lugares ou tempo), ou seja, quando alguém tem uma forma de ver ou conceituar um lado de sacrossanto e o outro de secular. Isto é uma dicotomia: dois lados de uma questão, quando, para outros, não existem estes dois lados, porque ambos são um ou são duas formas de ver ou de se aproveitar duas verdades – narrando uma e ilustrando com outra verdade, para esclarecer idéias que se quer publicar.

Um certo, amigo, o JB, disse que ficava escandalizado quando ouvia um certo orador sacro falar de futebol, em pleno púlpito da Igreja, mais especificamente antes de começar o culto (ou durante, não sei).

Ouvindo, outro dia, um outro orador sacro, em seu templo, me veio à mente esse mesmo amigo “escandalizado”, pois esse segundo orador (pastor MS), também fez menção, em seu púlpito, no domingo próximo passado, mais especificamente, dia 26 de fevereiro de 2017, a um time de futebol! E daí, não pode? É proibido?

MORAL: A escala de valores desse amigo “escandalizado” é menor ou se trata da denominada “microética”, pois todos os oradores sacros ou pregadores procedem desta forma, descontraindo (no início de sua explanação) ou ilustrando (no meio de um sermão).

É um erro querer condenar ou se escandalizar diante de tal procedimento, porque o apóstolo Paulo, em alguns textos bíblicos, faz menção da movimentação dos atletas, correndo ou lutando nos estádios olímpicos ou em seus espaços próprios, na sua época, tais como: 1ª Coríntios 9.24; 2ª Timóteo 4.7. Até mesmo, lá, no VT (Velho Testamento) o autor do Eclesiastes (Ec 9.11) menciona diversas ações seculares, para ensinar, ilustrando, tudo aquilo que observava a sua volta, em seu dia a dia!

Tudo isso é feito a título de ilustração, para esclarecer as idéias em curso, de quem fala ou descontrair, simplesmente!

Ontem, na casa da senhora JHL, após haver ilustrado minha fala, fazendo menção de um magistrado em audiência, esse mesmo amigo “escandalizado”, rebateu-me, dizendo que o assunto versava “sobre as coisas de Deus” e eu estava “misturando com as coisas da terra!”

Ora, ora! Isto é uma verdadeira sacralização, espiritualização do texto ou dicotomia!

Tive que lembrar-lhe que Jesus fez menção de magistrado terreno, quando contou a Parábola do Juiz iníquo! Lembrei-lhe também que Jesus também ensinou por um “áudio visual”, pois usou as expressões “Olhai os lírios do campo!”

Afinal de contas, a linguagem precisa ser enriquecida de imagens tiradas do nosso dia a dia, para que todos possam entender o ensino que se quer passar para outras pessoas, que querem ouvir e aprender, deixando de lado o “pietismo”.

Rive (ES), 01 de março de 2017

Fernandinho do forum