O RIO DA VIDA CRISTÃ - Ezequiel 47
INTRODUÇÃO
Durante o mês de novembro de 2017 fiquei com a revelação dessa Palavra para pregar, mas não a preguei. Já iniciando dezembro, uma tarde, já próximo à Igreja, entendi que o Espírito Santo me dizia que o tempo de pregar essa mensagem para essa Igreja, nesse momento, passava. Eu tenho por costume acreditar que se não preguei, ou se outro não pregou, é porque não era ele, ou eu, o melhor escolhido por Deus para pregar nesse tempo. As variáveis são muitas. Pode ser que o pregador não tenha alcançado o nível de santidade mínima para pregar essa mensagem específica, pois acredito que cada mensagem deve ter um nível de espiritualidade a ser alcançada, para surtir o efeito desejado. Por exemplo: Se qualquer pessoa pregar o Sermão do Monte, nunca vai alcançar a espiritualidade e nem o impacto que Jesus causou. Pode ser que o teor da mensagem não seja o da revelação que temos no momento e ai Deus pode usar alguém que fale menos bonito, ou mais bonito, só que com a mensagem certa, correta.
É bom se observar, entretanto, que Deus nunca é pego de surpresa e um exército está nos bancos prontos a trabalhar, se vier a faltar alguém da posição atual. Deus nunca é pego de surpresa e a obra não vai acabar por nossa causa. Aliás, isso deve ser motivo de aprimoramento da parte dos titulares, pois os reservas estão só aguardando a sua vez para mostrar serviço. O titular bobeou, o reserva entra e toma a posição. Sempre foi assim. Deus tinha Moisés, mas preparava um Josué. Deus tinha Jesus, mas preparava os Doze. Deus tinha Pedro, mas preparava Paulo. Deus tinha Elias, mas preparava a Eliseu.
A pergunta mais óbvia então a surgir é: Se não vou pregar essa mensagem e Deus me fala que o tempo dessa mensagem acabou (sendo que Deus nem precisava avisar isso, se não quisesse), então qual é a nova mensagem? Isso me trouxe expectativa. Que grande palavra e revelação está surgindo, primeiro para mim, o pregador, pois se a palavra não impactar o pregador, não vai impactar os ouvintes tampouco. A Palavra que Deus me deu, depois de alguns dias em oração é: O que significam os números 12 em Marcos 5, na passagem que fala da filha de Jairo e da mulher com Fluxo de Sangue? Essa, que é a próxima mensagem a escrever já tem título: “Veronica e Talita, a história da Igreja”.
PRIMEIRA PARTE – O MICRO E O MACRO
Existem várias maneiras de se observar as verdades contidas em Ezequiel 47. Por exemplo. Quando o anjo manda Ezequiel andar nas águas, essas mesmas águas batem nos pés do profeta, que aqui significa o crente raso, sem profundidade. As águas nos joelhos também significam o raso. As águas no peito demonstram o crente que tem medo de se jogar nos braços do Espírito, ou que tem restrições a isso, como o pecado e não consegue nadar, ou alcançar uma espiritualidade perfeita. Além dessas existem outras leituras, mas eu desejo pensar numa mais difícil e pouco mais complicada.
O MICRO E O MACRO
Uma forma de fazermos a leitura da Bíblia pode ser através do que chamo de micro e macro. O micro seria observar o livro de perto, de dentro, numa interiorização. O macro é observar o livro de forma mais panorâmica, como um avião rasante passando por um campo. Olhando de cima poderemos observar nuances que não conseguiríamos de muito próximo.
Um exemplo de micro é o livro de Josué. Destaco duas passagens aqui. Uma delas é a entrada de Israel na Terra Prometida, onde foi dito aos sacerdotes que quando seus pés pisassem as águas do Jordão esse se abriria, como ocorreu no mar Vermelho com Moisés. Nisso observamos que era necessário pisar nas águas, mas vemos Deus falar muitas vezes e de várias maneiras e as pessoas fazem diferente do que Deus orientou a fazer. Imaginemos que os sacerdotes chegassem até a margem do Jordão e começassem a jejuar, ou orar, ou fazer uma campanha, ou um ajuntamento, ou qualquer outra coisa que não o que Deus mandou fazer, a águas não vão se abrir, pois não estão fazendo o que Deus mandou, mas o que Deus não mandou e ai nada acontece.
Outro exemplo micro, ou uma situação interiorizada dentro do livro de Josué, é a Conquista de Jericó. Deus mandou rodearem a cidade muitas vezes e de diferentes maneiras, com a promessa de que eles conquistariam a cidade.
Mas onde está o macro em Josué? O macro, ou a vista panorâmica, de cima, observando o livro anterior e o posterior é o testemunho que o próximo livro, Juízes, faz do livro de Josué. Juizes diz que a geração imediata após Josué, não conhecia o Senhor. Olhando de muito próximo, Josué é um livro de conquistas e vitórias, mas outro livro atesta que a geração de Josué foi negligente, fraca, inepta a ensinar os seus filhos e filhas e a geração imediata após o tempo de Josué não conhecia a Deus. Josué falhou só numa coisa: no principal, que era ensinar a próxima geração.
Isso me fala de muito próximo a pastores (conheço alguns assim), que ao tentar fazer a obra sozinho, falha em ensinar a próxima geração. Hoje em dia temos muitas Igrejas que apesar de pregarem todos os dias, algumas até várias vezes por dia, não pregam doutrinas, em momento algum, ficando numa palavra superficial, que mal serve como reflexão para a semana. Me lembro do tempo em que ouvíamos uma Palavra e ela ficava martelando em nossas mentes durante meses. Um crivo importante que os pregadores deveriam observar é acabado de pregar, perguntar aos ouvintes, em particular, o que alguns acharam da pregação. Alguns que se acham a ultima bolachinha do pacote, ou, “o que seria de Deus sem a minha pessoa”, podem se surpreenderem com as respostas.
O MICRO E O MACRO EM EZEQUIEL
Mas onde está o micro e o macro em Ezequiel? O micro, ou o que lembramos imediatamente ao ser mencionado o livro de Ezequiel pode ser Ezequiel 2.1: “Filho do homem, fica de pé, pois falarei contigo”.
Existem três posicionamentos que entendemos que o cristão pode estar vivenciando. O cristão pode estar de pé, isso é, na posição de trabalho, ou de ser usado por Deus. Ele pode estar deitado, ou caído da fé. E ele pode estar também sentado, que não é nem lá e nem cá. Ele nem está de pé e nem está caído totalmente.
Sendo assim, a primeira leitura que muita gente faz, de forma superficial, é que Ezequiel deveria estar logicamente caído da fé, para Deus falar com ele nesses termos. “Fica de pé”, sinal que ele não estava de pé. E na nossa leitura se não estava de pé, então concluímos que estava caído, desviado, sem fé, na carne. Porém esse é o capítulo 2 de Ezequiel e se lermos corretamente o capítulo 1, vãos entender que Ezequiel teve visões enormes. Ezequiel viu a glória de Deus, anjos, o trono e outras visões que até hoje tentamos interpretar. É tão complexo Ezequiel 1 que daria uma mensagem a explicação do capítulo. E como é que alguém pode então supor que Ezequiel estava caído, com as enormes revelações do cap. 1? Ou não é essa a interpretação correta a fazermos do versículo 2.1? Ficar de pé para Ezequiel não era uma questão de que ele estava caído, mas sim que Deus lhe daria novas revelações. Fica de pé para receber novas revelações – é isso!
E onde está o macro, ou a vista panorâmica em Ezequiel? Onde está o fato, ou assunto que ultrapassa o próprio livro e tem por si só voz profética? O macro é o templo. Ezequiel é dividido em duas partes claras. A partir do cap 40, até o final, o 48, o livro só fala de um Templo, que não existe. Que templo é esse?
Israel teve o Templo de Salomão, o mais bonito e magnifico Templo já feito. Luxuoso e visitado pelo Espírito Santo, era espetacular. Destruído pelos Babilônios, o segundo Templo, reconstruído por Esdras e Neemias, tendo o Josué, o sumo-sacerdote, ao ser visto pelos anciãos, esses choraram de tristeza, comparando com o de Salomão. Nessa época é que Deus usou Ageu para dizer que a glória da segunda casa seria maior do que a da primeira.
Nessa época um certo Josué era o sumo-sacerdote e Deus chamou Satanas e testificou dele. Só vemos Deus testificando de duas pessoas no Céu, para Satanás: Jó e esse Josué. Sobre Jó, Deus permitiu Satanás tocar em todas as suas coisas, que se lermos corretamente os ataques seguiram uma ordem como os ponteiros de um relógio. Em Jó o ataque foi em todos os pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste. Jó foi atacado na vida financeira, o gado. Na vida espiritual, as ovelhas. Na mobilidade, os camelos. Na vida sentimental, a família.
(Você pode ler isso em detalhes num outro estudo meu: As cinco atitudes vencedoras de Jó. https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-religiao-e-teologia/3630363)
Em Zacarias 3 lemos que Satanas estava acusando o sumo-sacerdote Josué e Deus testificou de Josué, dizendo eu ele era um tição tirado do fogo e não permitindo que Satanas falasse alguma coisa, diferente do que aconteceu com Jó, Deus manda um anjo trocar as vestes de Josué, que estava manchada, suja, encardida. Essas manchas, ou sujeiras significam o pecado e Deus trocava a roupa de Josué e mandava que novas vestes limpas, santas viessem sobre o sacerdote, para ele poder fazer a obra de Deus.
Mas o que significava então que a glória da segunda casa seria maior do que a da primeira? A profecia de Ageu não era exatamente sobre o templo da época de Esdras, apesar de que uma enorme limpeza santa ocorreu nessa época e cumpriu-se parcialmente a profecia. O templo que Ageu falou era o templo do Espírito, ou seja nós. No Novo Testamento nós somos o Templo do Espírito. O Espírito Santo mora em nós. “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” I Corintios 6.19.
Todos os templos representam o Céu. Mas o Templo de Ezequiel, a partir do cap 40 até o 48 não existe. Imaginamos que esse templo poderá vir a ser o Templo do final dos tempos, ou do Milênio.
O TEMPLO DO MILÊNIO
Como você vai observar claramente na interpretação da mulher do fluxo de sangue e da moça que morreu e ressuscitou, em Marcos 5, a mulher significa o antigo Israel, que sangrava, com seus vários sacrifícios e a moça é a Igreja que morreu e ressuscitou. Quando a mulher foi curada, quando Israel foi curado de sua cegueira, cessando o sacrifício de sangue, abrindo-se os seus olhos, a Igreja morreu. A Igreja que morreu volta glorificada. Então o período da profecia da mulher e da menina que morre falam da cegueira de Israel e do arrebatamento da menina, a Igreja. Na época conhecida como Tribulação, que será de três anos e meio, lembre-se, de suposta paz mundial e prosperidade, um novo Templo será reerguido em Israel e o Anticristo sentará no Trono e requererá adoração como se fosse Deus e ai serão abertos olhos de Israel e a Igreja será arrebatada, para voltar glorificada. Isso ocorrerá no Templo do Milênio, pois assim que Satanas for preso durante mil anos, Jesus reinará na Terra como Rei. Ezequiel fala desse Templo? Tenho lá minhas duvidas, mas mesmo assim, quantas lições Ezequiel nos revela?
SEGUNDA PARTE – O RIO DA VIDA CRISTÃ
Depois disto me fez voltar à porta da casa, e eis que saíam águas por debaixo do umbral da casa para o oriente; porque a face da casa dava para o oriente, e as águas desciam de debaixo, desde o lado direito da casa, ao sul do altar.
E ele me fez sair pelo caminho da porta do norte, e me fez dar uma volta pelo caminho de fora, até à porta exterior, pelo caminho que dá para o oriente e eis que corriam as águas do lado direito.
E saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; e mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos.
E mediu mais mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; e outra vez mediu mil, e me fez passar pelas águas que me davam pelos lombos.
E mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar.
E disse-me: Viste isto, filho do homem? Então levou-me, e me fez voltar para a margem do rio.
E, tendo eu voltado, eis que à margem do rio havia uma grande abundância de árvores, de um e de outro lado.
Então disse-me: Estas águas saem para a região oriental, e descem ao deserto, e entram no mar; e, sendo levadas ao mar, as águas tornar-se-ão saudáveis.
E será que toda a criatura vivente que passar por onde quer que entrarem estes rios viverá; e haverá muitíssimo peixe, porque lá chegarão estas águas, e serão saudáveis, e viverá tudo por onde quer que entrar este rio.
Ezequiel 47:1-9
Ezequiel viu numa de suas visões proféticas, um rio saindo de debaixo do Templo e indo em direção ao Oriente. Um homem com uma corda, ia medindo o caminho, ou soltando a corda. Imagino Ezequiel se agarrando a essa corda, que o homem ia na frente soltando. O homem mediu mais ou menos 500 metros e as águas batiam nos PÉS, mediu mais 500 e as águas batiam nos joelhos, mediu mais 500 e as águas batiam nos ombros, mediu mais 500 e não se podia nadar, fazendo o anjo Ezequiel voltar para a raia, que agora gerava vida.
AS ÁGUAS IAM EM DIREÇÃO AO ORIENTE
Essa direção das águas nos remetem imediatamente a Deus ao visitar o Tabernáculo de Moisés. Saídos Israel da escravidão no Egito, foram levados imediatamente à encruzilhada de Pi-Hairote. Pí-Hairote era um beco sem saída. De um lado haviam montanhas, do outro o deserto, à frente o Mar Vermelho e atrás, perseguindo-os estava o Faraó e seu exército.
Passado Pi-Hairote em três meses Israel estava na entrada da Terra Prometida em Cades-Barnéia, mas duvidaram e Israel ficou quarenta anos dando voltas no deserto. Cades-Barnéia é o local do recebimento imediato da promessa e local de prova. Se passar na prova entra na Terra sem sofrer muito e sem demora, se duvidar, vai demorar até voltar a esse mesmo lugar e começar de novo.
Um outro local muito parecido com o que significa Cades-Barnéia é o chamado de Abraão em Gênesis 12.1-5. Observe o verso 5: “Levou sua mulher Sarai, seu sobrinho Ló, todos os bens que haviam acumulado e os seus servos, comprados em Harã; partiram para a terra de Canaã e lá chegaram.” Partiram para a Terra que Deus o chamou para o abençoar e lá ele chegou. Entretanto, lemos que Abraão ficou quarenta anos dando voltas nessa terra. Porquê? O verso seguinte, o 6 nos diz que Abraão chegou na terra, mas que haviam cananeus ali. Isso fala muito conosco. Apesar de Deus nos levar a uma terra, temos a escolha de ali não ficar, se acharmos melhor. A vontade de deus é que Abraão entrasse num enfrentamento com os cananeus, que significavam a carne, ou a velha natureza e ele não fez isso.
No deserto eles montavam o tabernáculo, que era uma tenda desmontável, móvel. O interessante é que de vez em quando vinha a nuvem de Deus e eles diziam que Deus chegou. Oi! Chegou! Como assim? Oi! Hein!
A nuvem de Deus de vez em quando era vista pousando ou entrando no tabernaculo e ai as pessoas diziam que Deus chegou. Espera ai. Eles tinham uma nuvem especifica que andava na cabeça deles durante o dia. Israel tinha uma nuvem visível por outros povos, que os protegia do calorzão do deserto, e que só eles tiveram em toda a história humana. A nuvem que os protegia do calor do dia, se transformava numa coluna de fogo à noite e ficando no meio do arraial israelita, dava-lhes calor á noite, além de iluminação. Isso era visível a todos. Imaginem os outros povos olhando isso. E ai de vez em quando a nuvem vinha em forma visível e pousava ou entrava no tabernáculo e eles diziam que Deus chegou. Como assim Deus chegou. Deus está com vocês estes quarenta anos, todo o tempo, todos os dias, todas as horas e o povo acha que Deus só chega quando veem a nuvem.
O mesmo acontece com aqueles que só acreditam que Deus ouve a oração quando ele fala em línguas, ou quando chora, ou sente alguma coisa. Deus está ai, tu não esta vendo a proteção não? Qual parte que você não entendeu ainda? Quer que a gente desenhe?
Nessa história do Tabernáculo, é interessante que quando Deus vinha de forma visível ( o eterno entrando na história humana), ele sempre vinha dos lados do Oriente. O Tabernáculo seria montado e desmontado muitas vezes nesses quarenta anos, mas sempre estaria com a sua porta vltada para o Oriente, que é de onde Deus sempre vinha.
Ezequiel quarenta mostra que o rio ia em direção ao Oriente, ou seja ,em direção a Deus e o anjo que tinha uma corda de medir e o profeta deveriam caminhar em direção ao Oriente, ou seja, para receber a revelação, ou a transformação de vida Ezequiel, que aqui representa a Igreja, caminhava em direção a Deus e Deus caminhava em direção à Igreja. É A Igreja indo até onde Deus está e Deus vindo em direção á Igreja.
O que nos leva imediatamente a pensar na Volta de Cristo. A Igreja vai subir em direção a Cristo e Jesus não esperando, ansioso a sua noiva, vai sair do Céu e vai vir em direção à Igreja para recepciona-la. Ao mesmo tempo que queremos ir a Deus, Deus vem a nós. Isso é glorioso.
Quanto mais nos aprofundarmos no rio da vida, mais espirituais seremos e mais perto de Deus estaremos.
O HOMEM COM A CORDA
Enquanto tinha essa visão, Ezequiel viu que aquele homem tinha uma corda de medir e andou 500 metros e as águas agora batiam nos pés. Essa medição que o profeta se refere poderíamos chamar de julgamento. “Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo.” 1 Coríntios 11:32 Tai um dos motivos das muitas provações que nós passamos. Quando somos julgados estamos sendo disciplinados, quer dizer ensinados, ou transformados pela situação externa a nós e pelo Espírito interno em nós.
Esse homem, aqui representa o Espírito Santo. Ezequiel deve seguir o homem com a corda. Eu imagino o Espírito Santo indo à frente de Ezequiel com um rolo de corda e conforme ele vai soltando a corda, Ezequiel vai se agarrando a ela, primeiro com uma mão e depois com a outra. Essa ideia de seguir o Espírito Santo me lembra o Salmo 23. “O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará.” Como é que o Senhor nos leva a águas verdejantes frente a esse mundo tão difícil e complicado. Como saber que monstro se esconde na próxima esquina? Se imaginarmos o mundo como uma densa floresta tropical, chegar a águas claras e cristalinas será um desafio. Onde estão os pastos verdejantes? Como encontra-los? Onde está a bussola? Imagino o Espírito Santo nos guiando por essa floresta densa a águas cristalinas. “Siga em frente três árvores e depois vire a direita e siga até a terceira pedra grande e ai siga me frente duas horas e quando chegar lá eu falo com você de novo. Mas pra isso somos nós que devemos abrir a trilha, ou melhor, uma picada a facões, nessa floresta escura e cheia de perigos. Siga o homem com a corda é a ideia que Ezequiel nos traz.
1º NÍVEL – ÁGUA NOS PÉS – SALVAÇÃO
O homem com a corda de medir, o Espírito Santo, andou 500 metros e chegaram no primeiro nível espiritual, a águas nos pés. Ninguém fala do espaço inicial 0 até os 500 metros, ou até chegar ao primeiro nível. Durante todo o tempo o Espírito está nos provando, julgando e disciplinando. Quando nós falamos de níveis espirituais, nós imaginamos que só haverá prova ao chegarmos no local onde vamos avançar ou não. Em Atos 13.2 lemos que Paulo e Barnabé foram separados pelo Espírito para a obra missionária. Paulo e Barnabe estavam ensinando a Palavra em Antioquia da Siria a pelo menos um ano, quando foram chamados para essa obra. Quer dizer, Paulo e Barnabé já estavam fazendo a obra quando foram confirmados para a obra. Tem namoros que estão precisando de confirmação de Deus, assim como existem até mesmo casamentos que ainda não tiveram a confirmação de Deus. Ezequiel por exemplo, foi chamdo no capítulo 2 de seu livro. Quanto tempo demorou das visões do cap 1 até o chamado no cap. 2? Isaías foi chamado no cap. 6 de seu livro. Uma coisa é ter aceitado Jesus como seu Salvador, outra é a confirmação do seu chamado.
No primeiro nível as águas estão batendo nos pés do profeta. Como é o inicio de andar no Rio do Espírito, então é o inicio da caminhada cristã. E no inicio da caminhada cristã o que nos impacta é a salvação. Devemos observar que salvação é um termo bíblico que vem atrelado a Jesus como cura e libertação. Salvação inclui a cura física, espiritual e libertação. Mas do que somos slavos? Mateus 1.21 diz que Jesus viria para nos salvar dos nossos pecados.
2º NÍVEL – ÁGUA NOS JOELHOS – RENDIÇÃO
O Espírito Santo caminhando mais quinhentos metros, seguido de perto pelo profeta, chegam até o segundo nível, onde as águas batem no joelhos. Água nos joelhos nos falam sobre oração e oração nos fala de rendição. E rendição nos fala sobre Batismo no Espírito Santo, ou antes, como eu prefiro imaginar: a capacitação para fazer a obra de Deus, que observe, pode ser mais de uma vez na vida, pois podemos receber unções diferentes para momentos diferentes. Essa rendição, seguida de capacitação nos fala sobre a capacitação dada pelo Espírito para vencermos os frutos da carne, que são os frutos do Espírito. E conforme vamos avançando recebemos os dons de poder e ministeriais para fazermos a obra na Igreja.
3º NÍVEL – ÁGUA NOS LOMBOS – SERVIÇO, DIACONIA (JOÃO 6)
As versões das Bíblias falam de águas na cintura, no peito, nos lombos, e nos ombros. A situação não muda e as águas nos lombos são as mais corretas, segundo a própria Bíblia. Na roupa do sumo-sacerdote, ele deveria ter uma pedra preciosa com os nomes em ordem de nascimento das primeiras seis tribos de Israel e na outra os nomes das ultimas seis tribos. Ou seja, o sumo-sacerdote deveria levar uma pedra preciosa em cada ombro, significando o nome de todas as tribos. Isso nos fala sobre o ministério. Literalmente o sacerdote leva nos ombros o ministério. Levamos nos ombros o trabalho a ser feito, portanto se você está se achando atarefado, a ideia é essa mesma. Água nos ombros fala de responsabilidade na obra. O símbolo máximo de serviço é o do menino que quando Jesus multiplicou os pães e os peixes, foi ele quem tinha a matéria prima para o milagre: cinco pães e dois peixes. (João 6).
4º NÍVEL – NADANDO NAS ÁGUAS DO ESPÍRITO – ENVOLVIDO PELO ESPÍRITO
Quero fazer minhas as palavras e Priscila Viégas:
“Em Ezequiel 47 nos versículos 3, 4 e 5, o profeta declara que passou por águas que davam nos tornozelos, nos joelhos e nos lombos, até que chegou numa profundidade maior e ficou submerso. O profeta foi movido a aprofundar-se nas águas do Espírito Santo. Infelizmente muitas vezes nos contentamos com o pouco da presença de Deus nas nossas vidas, nos contentamos em ficar na "beira-mar", no rasinho, enquanto há um oceano profundo que Deus quer revelar ao homem, o oceano da Sua presença. O Pai nos convida a mergulharmos no Seu Oceano e a conhecermos o Seu mundo, vivendo o sobrenatural dEle aqui nesta terra ("Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei" Is 55). Não raramente, muitos de nós têm receio de perder contato com a superfície e de serem livres no mar do Senhor, deixando-O nos levar para onde deseja. Muitos não querem perder o controle da sua vida, não querem nadar no mar porque tem medo de se afogar, medo de morrer. Mas a palavra de Deus diz que aquele que salvar a sua vida irá perdê-la, mas aquele que perdê-la, a encontrará. A vida eterna está em Deus, só nEle podemos encontrar a verdadeira razão de existir, a satisfação plena da nossa alma. Precisamos morrer para nós mesmos para vivermos a vida de Deus, para desfrutarmos da plenitude da Sua presença em nós. Quanto mais fundo quisermos ir no Rio de Deus, mais teremos que subjugar a nossa carne à vontade do Pai, fazendo coisas que certamente a carne não gosta. Mas ao darmos um passo de fé e nos dedicarmos a viver diariamente aos pés do Senhor, na Sua dependência, Ele nos fortalecerá e nos guiará a águas mais profundas. Precisamos zelar pela nossa vida espiritual, e não nos contentarmos em viver um pouco do Reino de Deus aqui nesta terra, conhecendo ao Pai apenas superficialmente. Devemos buscar o alimento sólido, e assim ir crescendo no Senhor diariamente, tendo uma experiência nova com o Pai a cada dia, entrando fundo no Rio. Existem tantas coisas lindas no fundo do mar, mas somente os corajosos e ousados, que se dispõem a saírem da superfície, é que ficarão conhecendo de perto aquilo que há lá dentro. "Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto" (Jo 12:24). Para vivermos o sobrenatural de Deus precisamos estar dispostos a abrir mão de certas coisas que nos agradam. Precisamos estar dispostos a aumentar o nosso estômago espiritual e a crucificar a carne com suas paixões. E assim como o grão de trigo que ao morrer dá muitos frutos, nós também daremos frutos ao nosso Pai celeste, vivendo uma vida que transborda da Sua presença e deixando Seu Rio fluir através de nós e saciar as almas sedentas que precisam de Jesus ("E junto do rio, à sua margem, de uma e de outra banda, nascerá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer. Não murchará a sua folha, nem faltará o seu fruto. Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário. O seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio." Ezequiel 47:12). “
http://pv-priscilaviegas.blogspot.com.br/2011/11/nadando-em-aguas-profundas.html
DEUS VAI USAR O CRISTÃO QUE PASSOU PELAS ÁGUAS.
Depois de nadar na águas do Espírito, o crente volta à margem e vê que uma cura está ocorrendo ali, a natureza se renova. O crente aqui, representado pelo profeta Ezequiel é a Igreja. A Igreja que passou pelo Rio do Espírito está pronta para ir agora e cumprir o IDE de Jesus. Onde essa Igreja cheia do Espírito passa ela vai trazendo cura e libertação. Podemos imaginar outros entrando nessas águas, muitos outros. Podemos imaginar muitos mergulhando na águas do Espírito, como alguém que pula de um trampolim. Podemos e devemos ainda imaginar um verdadeiro exército de homens, mulheres, velhos e crianças saindo dessas águas pingando e molhados indo em direção as margens para levar cura para as nações, cheios e transformados pelo Espírito Santo.
Amém!
Paulo Sergio Larios