Apóstolo Paulo
A semente havia sido lançada, mas o joio crescia junto com o trigo, pois os ensinamentos do mestre, ainda se confundiam e se mesclavam com os costumes e tradições religiosas judias.
Cientes de que a doutrina deixada pelo Cristo, não era apenas mais uma das inúmeras seitas já existentes e temendo que o cristianismo, que tantos problemas já havia criado para a administração, pudesse se expandir, muitos líderes judeus e romanos começaram a perseguir os cristãos para evitar a sua propagação.
A perseguição já durava mais de trinta e cinco anos, quando emerge das hostes militares romanas aquele que mais tarde se transformaria no apóstolo Paulo.
Chamado originalmente de Saulo, São Paulo, era um soldado, que enquanto militar e súdito da coroa romana, prendeu, matou e encaminhou muitos cristãos para a morte nos espetáculos bárbaros das arenas.
Seguindo a frente de uma patrulha, que se dirigia para Damasco, onde pretendia efetuar novas prisões de cristãos, Paulo ouve um estrondo e uma voz do céu lhe disse: “Saulo, Saulo, por que, me persegues”. Meio atordoado, cai do seu cavalo e temporariamente cego, é guiado até Damasco onde foi curado por Ananias. Ali mesmo se converte ao cristianismo, muda radicalmente de vida e começa a pregar á um povo atônito, acostumado a vê-lo como perseguidor.
A partir desse momento, agora como pregador do cristianismo passa também a ser perseguido. Fugindo de Damasco, chega á Jerusalém, onde conhece São Pedro e São Tiago.
No Concílio de Jerusalém, em 49, surgiram duas correntes, uma sob a liderança de Tiago, que pretendia impor os costumes e a tradição judaica aos gentios convertidos e outra liderada pelo, agora, apóstolo Paulo, que desejava uma abertura imediata da fé cristã ao mundo greco-romano, inclusive livre dos preceitos judaicos como a circuncisão. São Pedro, na condição de chefe e mediador, optou por uma abertura mais prudente.
Descendente da tribo de Benjamim (Rm.11-1, Paulo, embora não judeu é considerado de origem judia. Essa “dupla nacionalidade” muito lhe valeu, principalmente quando por causa da sua pregação foi perseguido ou questionado.
Mesmo tendo sido educado dentro dos padrões mosaicos, desde cedo Paulo, entendeu que a Doutrina do Cristo, já não contemplava os ensinamentos religiosos até então pregado pelos fariseus e doutores judeus. Era preciso separar o joio do trigo e graças a São Paulo, o cristianismo, se libertou definitivamente dos liames do judaísmo e se tornou de fato uma Doutrina pura.
Apesar do reconhecido trabalho de todos os demais apóstolos e discípulos, foi São Paulo, o grande baluarte e o principal responsável pela divulgação da doutrina cristã pelo mundo.
Por onde passava São Paulo, deixava uma comunidade mais ou menos organizada as quais denominava igrejas, assim foram fundadas igrejas na Síria, Chipre, Cilícia, Macedônia e Atenas. Nessa época também se criaram igrejas em vários outros locais e cidades como Corinto, Éfeso, Filipos, Galácia, Colossos, inclusive em Roma.
São Paulo foi preso várias vezes, mas graças a sua habilidade como orador e ao título de cidadão romano sempre se desvencilhava das algemas e das acusações.
De qualquer forma, a expansão do cristianismo praticamente tudo deve a esse mártir, visto que imbuído do Espírito Santo, não conheceu fronteiras nem obstáculos capazes de esmorecer ou barrar sua fé e tenacidade na propagação do Evangelho no mundo da sua época.
Além da sua pregação, Paulo se destaca neste ministério, por dar nova interpretação aos textos bíblicos e a real dimensão dos ensinamentos de Jesus.
Através de suas correspondências para as igrejas e comunidades distantes, expõe com clareza a nova mensagem, sempre exortando os crentes a perseverarem na fé e manterem-se unidos em Cristo.
Seus ensinamentos, Cartas e Epístolas formam um verdadeiro tratado sobre a nova Doutrina, e mesmo tendo sido escritos e dirigidos especialmente aos convertidos da época, foram incorporados aos livros da bíblia e até hoje orientam os povos cristãos no caminho do Evangelho.
Em 66 São Paulo é preso em Roma, onde é executado anos mais tarde.