Mártires brasileiros do Rio Grande do Norte
MÁRTIRES BRASILEIROS DO RIO GRANDE DO NORTE
Miguel Carqueija
Os chamados protomártires brasileiros, 30 homens, mulheres e crianças exterminados em 1645, no Rio Grande do Norte, durante a invasão holandesa, foram beatificados em 5 de março de 2000 pelo Papa João Paulo II (hoje também reconhecido como santo) e canonizados agora, dia 15 de outubro passado, pelo Papa Francisco, que também canonizou João Paulo II.
Convém esclarecer — porque muita gente, a começar pela mídia leiga, confunde as coisas — que ninguém “vira” santo numa canonização, que é simplesmente o reconhecimento oficial, pela Igreja Militante, que aquela pessoa durante a vida praticou heroicamente as virtudes cristãs e hoje estão no Céu, na Visão Beatífica.
Ocorreram dois massacres: o primeiro em 16 de julho de 1645 na Capela Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, município de Canguaretama, quando a missa foi interrompida por duzentos soldados holandeses e índios pitiguares, e cerca de 70 pessoas inocentes foram chacinadas porque, sendo católicas, recusaram-se a aderir ao calvinismo trazido pelos invasores. O segundo foi em 3 de outubro do mesmo ano, quando mais 80 pessoas foram exterminadas em Uruaçú, São Gonçalo do Amarante. Entre os mártires os padres Ambrósio Francisco Ferro e André de Soverale o camponês Mateus Moreira, que teve o coração arrancado pelas costas e morreu exclamando “Louvado seja o Santíssimo Sacramento!” (a Eucaristia, que os protestantes não aceitam).
Vejam a que ponto chegou, naquela época, a intolerância religiosa de nossos irmãos calvinistas. Sob esse aspecto vivemos em tempos bem melhores, embora novas atrocidades estejam sendo cometidas pelos fanáticos do Estado Islâmico.
Por que só canonizaram 30 pessoas, se foram umas 150? Por faltar a exata identificação. A Igreja só canoniza pessoas de identidade perfeitamente estabelecida. Os documentos da época (inclusive dos cronistas) permitiram identificar trinta, mas os demais também são santos mártires embora de nomes desconhecidos. Deus sabe os seus nomes. Existe a excessão dos Santos Inocentes, os bebês que Herodes mandou matar, mas são santos do Evangelho, e morreram no lugar do Menino Jesus.
Numa das ocasiões em que esteve no Brasil o saudoso João Paulo II declarou (como lembrou por esses dias o Professor Felipe Aquino na “Escola da Fé” da TV Canção Nova) que o Brasil precisa de santos, “muitos santos”. Já tínhamos alguns, Santa Paulina, São Frei Galvão, São José de Anchieta. Agora ganhamos mais 30 de uma vez. Isso, os santos canonizados, é claro. Mas Deus sabe quantos santos brasileiros estão lá no Céu em sua presença, intercedendo por nós. Os mártires do Rio Grande do Norte, esses são santos especiais, de sangue: deram o sangue para não renegarem a Igreja de Jesus Cristo.
Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2017.
imagem: Arquidiocese do RN
MÁRTIRES BRASILEIROS DO RIO GRANDE DO NORTE
Miguel Carqueija
Os chamados protomártires brasileiros, 30 homens, mulheres e crianças exterminados em 1645, no Rio Grande do Norte, durante a invasão holandesa, foram beatificados em 5 de março de 2000 pelo Papa João Paulo II (hoje também reconhecido como santo) e canonizados agora, dia 15 de outubro passado, pelo Papa Francisco, que também canonizou João Paulo II.
Convém esclarecer — porque muita gente, a começar pela mídia leiga, confunde as coisas — que ninguém “vira” santo numa canonização, que é simplesmente o reconhecimento oficial, pela Igreja Militante, que aquela pessoa durante a vida praticou heroicamente as virtudes cristãs e hoje estão no Céu, na Visão Beatífica.
Ocorreram dois massacres: o primeiro em 16 de julho de 1645 na Capela Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, município de Canguaretama, quando a missa foi interrompida por duzentos soldados holandeses e índios pitiguares, e cerca de 70 pessoas inocentes foram chacinadas porque, sendo católicas, recusaram-se a aderir ao calvinismo trazido pelos invasores. O segundo foi em 3 de outubro do mesmo ano, quando mais 80 pessoas foram exterminadas em Uruaçú, São Gonçalo do Amarante. Entre os mártires os padres Ambrósio Francisco Ferro e André de Soverale o camponês Mateus Moreira, que teve o coração arrancado pelas costas e morreu exclamando “Louvado seja o Santíssimo Sacramento!” (a Eucaristia, que os protestantes não aceitam).
Vejam a que ponto chegou, naquela época, a intolerância religiosa de nossos irmãos calvinistas. Sob esse aspecto vivemos em tempos bem melhores, embora novas atrocidades estejam sendo cometidas pelos fanáticos do Estado Islâmico.
Por que só canonizaram 30 pessoas, se foram umas 150? Por faltar a exata identificação. A Igreja só canoniza pessoas de identidade perfeitamente estabelecida. Os documentos da época (inclusive dos cronistas) permitiram identificar trinta, mas os demais também são santos mártires embora de nomes desconhecidos. Deus sabe os seus nomes. Existe a excessão dos Santos Inocentes, os bebês que Herodes mandou matar, mas são santos do Evangelho, e morreram no lugar do Menino Jesus.
Numa das ocasiões em que esteve no Brasil o saudoso João Paulo II declarou (como lembrou por esses dias o Professor Felipe Aquino na “Escola da Fé” da TV Canção Nova) que o Brasil precisa de santos, “muitos santos”. Já tínhamos alguns, Santa Paulina, São Frei Galvão, São José de Anchieta. Agora ganhamos mais 30 de uma vez. Isso, os santos canonizados, é claro. Mas Deus sabe quantos santos brasileiros estão lá no Céu em sua presença, intercedendo por nós. Os mártires do Rio Grande do Norte, esses são santos especiais, de sangue: deram o sangue para não renegarem a Igreja de Jesus Cristo.
Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2017.
imagem: Arquidiocese do RN