O bem e o mal
O bem e o mal
Para muitos, os seres bonitos e bons, representam o bem, e os feios e ruins, representam o mal. Outros pregam o contrário, dizem que as coisas e pessoas boas, bonitas e desejáveis, sendo objeto de cobiça e de desejo, são encarnações do diabo.
Na luta entre o bem e o mal, ora um, leva vantagem, ora o outro, de forma que as duas forças antagônicas se alternam na condução das coisas e seres.
A cultura popular ensina, principalmente para as crianças, que o bem é representado por um bonito anjo de vestes brancas com grandes asas e uma espada, e o mal é um ser feio, com chifres, rabo e armado com um garfo.
Esses dois seres, que representam um universo de situações, estão em constantes lutas e no final o bem sempre vence o mal. Mas aí surge a pergunta, afinal, que final é esse? pois que o mal mesmo vencido aqui, logo ressurgi acolá e as fileiras do bem põem-se novamente ao combate.
Sob a ótica filosófica, entre o bem e o mal, não existe diferença, e a rigor eles tão pouco existem. Por exemplo, teríamos tanta dificuldade em tentarmos conceituar o bem, quanto teríamos para conceituar o mal, visto que o que para uns pode parecer um bem, para outros se torna um mal e vice versa.
Considerando que toda a ação provoca uma reação, se a ação for boa a reação será boa, porém se a ação é ruim a reação também será do mesmo quilate.
Assim, nós somos ao mesmo tempo, santos e diabos, porque podemos fazer tanto o que nos parece bem, quanto o que nos parece mal. E cada um, de acordo com sua consciência e vontade, pode se inclinar tanto para um lado, quanto para outro.
Essa inclinação, para o mal, ou para o bem, não é definitiva, porque a sua permanência ou retorno depende do grau de evangelização e de evolução do espírito. Aqui, a razão das religiões dizerem que o homem pode pecar quantas vezes quiser, e que Deus, sendo infinitamente bom sempre perdoa. Na verdade, o perdão não existe muito menos o perdão repetitivo, o que existe é a oportunidade que Deus dá ao espírito arrependido, de sempre poder reparar os seus erros e voltar ao bom caminho.
Dessa forma, o bem ou o mal são atos e não seres, pois assim como o bom pode praticar um ato ruim, o mau também pode praticar um ato bom. O que queremos dizer, é que, ser bom, ou ser mau, depende da evolução espiritual e da vontade da criatura. E tanto o vivo quanto o morto, permanece bom ou mau, enquanto o quiser.
Assim, nessa luta que parece ser eterna, na verdade ninguém vence ninguém, visto que a peleja é diuturna e contra atos e não contra seres, pois os seres poderiam ser eliminados, já os atos fazem parte da consciência do ser.
Portanto, os embates só terminarão quando todos os espíritos estiverem evoluídos.