O QUE DEVEMOS ENTENDER QUANDO ENTRAMOS NA IGREJA
A IGREJA NÃO É UM CLUBE FECHADO
Como novo-convertido, quando entrei na Igreja e isso já há muitos anos, eu tive alguns choques bastante sérios, por falta de entendimento. Imagine um novo-convertido que não sabe absolutamente sobre como funciona uma Igreja, era eu assim. Onde morei na época, havia mais próximo uma Assembleia de Deus, então foi lá que aceitei a Jesus, porém essa Igreja tinha dois cultos que nós, que estávamos de fora acreditávamos que por causa disso, a Igreja era uma espécie de clube fechado, onde só os Vips entravam. Isso porque também tínhamos uma ideia equivocada sobre o que era ser cristão. Nas terças-feiras a Igreja tinha o Culto de Doutrina, que era um culto de estudo bíblico e também quase como uma enorme reunião, onde o pastor pregava sobre os problemas que a Igreja estivesse enfrentando. O outro culto era o de oração nas sextas-feiras, onde também tínhamos a ideia de que era só para gente Vip, ou escolhidos para orar. Também os que estão de fora não têm ideia do que seja a oração e nem para que serve.
Mas logo descobrimos, ao entrar na Igreja que a Igreja não é um clube fechado só para os escolhidos, mas antes um organismo de portas abertas para que todos que queiram venham aceitar a Jesus e serem por ele convertidos e salvos. Existe uma barreira quase palpável, entre os que estão de fora da Igreja e os que estão dentro dela. Nós, que fazemos parte da Igreja precisamos ser conscientes disso e nunca colocar dificuldade alguma aos que por essas portas querem entrar. Da mesma forma os que querem conhecer a Igreja precisam se esforçar e deixar essa timidez inicial e vir ver como funciona. Existem diferentes denominações e diferentes maneiras de cultuar. As Igrejas não são iguais, então é necessário conhecer a maneira do trabalho de cada uma, até escolher uma.
CRENTES TODOS SANTOS
O segundo grande choque, foi entender – muito cedo na fé, aliás – que os cristãos não era gente perfeita e nem santa, como ao olharmos do lado de fora chegamos a pensar. A ideia era de que os crentes não tinham problemas como o resto da raça humana, como desemprego, ou doenças. Imaginava que todos os crentes eram educados e solicitos, pacientes e amigos e que não existiam rixas de espécie alguma dentro da Igreja.
Foi um choque já nos primeiros meses descobrir que não era bem assim. Hoje eu sei que posicionalmente os crentes são santos lutando contra o pecado, com as armas da Graça, que são oração, jejum, a leitura da Palavra, adorar e congregar, com a orientação cosntante do Espírito Santo. Uma grande dificuldade para que eu aceitasse a Jesus era que haviam os crentes que nos davam a impressão de que só os já perfeitos aceitavam a Jesus. De alguma maneira obscura grudou-se à minha mente, que só quando estivesse perfeito era que iria me converter ao cristianismo. Hoje sabemos que é exatamente o contrário. Sabemos que somos imperfeitos e necessitados e por isso vamos à Igreja. A Igreja é como um grande hospital que recebe doentes todos os dias, com doenças físicas ou espirituais.
DESCOBRI UM PECADOR
Um dos maiores choques da minha vida demorou a acontecer bastante tempo, foi quando me vi pecando depois de mais de alguns anos dentro da Igreja. Eu já era cristão há alguns anos e um dia caiu a ficha de que eu era um pecador e que o pecado morava dentro de mim. Quando estamos no mundo não temos consciência a respeito do pecado e a impressão que temos é que o pecado nem existe, muito menos imaginar que o nosso problema é o pecado. Se eu nem sabia o que era pecado e nem que o pecado existia, como é que o pecado poderia ser um problema para mim? Foi a Igreja quem me ensinou o que era o pecado e depois conheci na Palavra o assunto do pecado, para hoje saber com exatidão que Jesus veio nos salvar dos nossos pecados e que a obra do Espírito Santo é justamente nos converter dos nossos pecados.
Durante anos ouvi a pregação da Igreja dizendo que éramos pecadores, mas não adquiri esse entendimento até que um dia me vi fazendo pecados que usualmente não deveria fazer e busquei em oração entender de onde tinha vindo aquilo. A surpresa foi descobrir que o pecado estava dentro de mim, adormecido, como uma doença encubada, pronta para atacar a qualquer momento e que o pecado que estava cometendo era o meu pecado. Era eu - e isso me chocou demais. Depois de anos na Igreja, eu descobri que era um pecador e que precisava urgentemente da obra de salvação do Espírito Santo. Com o tempo descobri que haviam falhas na maneira de se pregar, pois o assunto não ficava exatamente claro na mente dos ouvintes a respeito do pecado. A Igreja tem uma tendência de enfeitar um pouco alguns assuntos que deveriam serem expostos na sua mais feia face. Todos somos pecadores. O pecado é a doença espiritual que passou para toda a humanidade. Todo ser humano precisa da salvação do seu pecado. O que leva a pessoa para o Inferno é o seu pecado. O pecado é tão grave que Deus destinou o seu filho para morrer por nós. O pecado matou o filho de Deus. O Espírito Santo o ressuscitou.
O DIABO EXISTE
O outro enorme choque que tive ao entrar na Igreja foi descobrir que existe um mundo espiritual e que o Diabo e os demônios existem e sempre existiram. No mundo, ou seja, antes de serem abertos os meus olhos para as verdades do Reino dos Céus, eu não tinha uma opinião sobre os demônios e nem sobre o Diabo. Aliás nem pensava nisso. No mundo vivesse sem consciência de que existe um mundo espiritual e que somos atacados todos os dias por demônios. Eu não tinha consciência disso. Só quando entrei na Igreja, através dos ensinamentos e da abertura dos olhos para as realidades espirituais é que fui vendo – literalmente – e aprendendo que existem demônios e que existe um ser chamado Diabo. No mundo eu não tinha consciência disso.
O tempo nos ensina a lutar contra as forças do mal. Uma das coisas que precisamos entender é que nós cristãos temos armas em Deus para combater o mal que ataca a todos. Vindo a doença, o desemprego, o roubo, a situação, nós vamos entrar em oração, jejum e numa busca de entendimento na palavra sobre o que está nos acontecendo. Oramos até recebermos a revelação para saber como agir a respeito desse ou daquele problema. Vamos aprendendo ue o crente não está isento de sofrer problemas, mas que o crente tem Deus para o ajudar a enfrentar a situação e lhe tirar dela. Hoje fico estupefato em entender o quão ignorante a respeito do mundo espiritual eu era e que só não fui destruído por que Deus não permitiu. Vemos todos os dias muitas pessoas sofrendo os mais variados ataques espirituais e gostaríamos mesmo de ajudar a todos, mas nem todos parecem querer serem ajudados. É muito difícil apresentar jesus para quem não o quer.
DEUS EXISTE
Mas a surpresa das surpresas, a mais surpreendente, foi descobrir que Deus existe. E isso foi me provado das mais diferentes maneiras. Por sonho, por uma revelação interior, pela Palavra, por visões, pela palavra, por profecias de coisas que eu pensei, pela confirmação de orações que fiz no mais particular da minha casa, quando morava sozinho, pela presença do Espírito Santo, por uma voz interior, por direcionamentos que segui e deram certos, por outros que não segui e me dei mau.
Quanto mais congregava, mais firme ia ficando na minha mente um ser especial: Deus, a Trindade, Jesus, o Espírito Santo. Eu mais ou menos segui essa ordem de compreensão, primeiro conheci Deus, depois Jesus, principalmente pela compreensão da Palavra e do transparecer de quem era jesus, mesmo pelas letras frias da Bíblia. Hoje tenho uma compreensão razoável de quem seja o Espírito Santo e que ele mora em mim, que sou templo do seu Espírito. Deus me impactou, pois o que me atrai ao Céu não são as ruas de ouro, ou os castelos, mas a presença de Deus.
O ESPÍRITO CONTINUA NOS CHOCANDO
Talvez você tenha outros choques, ao começar a andar com Deus. Uma coisa eu sei, o Espírito continua nos chocando, ou nos confrontando com nossas opiniões, nem sempre corretas a respeito do mundo espiritual.
Amém.
Paulo Sergio Larios