O CRENTE INFANTIL E O CRENTE MADURO

Eu olho para o passado e me lembro de muitos dias que agi com Deus de forma infantil na fé. Com o tempo a gente aprende a ser mais maduro e nossas atitudes mudam. Uma coisa que aprendi foi que o que é não vai mudar assim de uma hora para outra. Dito de outra maneira: O mundo não vai mudar porque eu sou cristão agora. As tentações continuarão a vir, no mundo ainda haverá doenças, desemprego, dor, sofrimento, pessoas ruins, como pessoas boas. Não é porque eu sou cristão agora que o mundo vai se transformar de um dia para o outro e tudo vai ficar cor-de-rosa. Talvez o contrário seja bem verdade e as coisas tendam a piorar um pouco, antes da vitória.

Quantas situações no nosso dia a dia, nós ainda respondemos com nervoso, gritarias, duvidas, falta de fé, como se Deus não fosse nos ajudar? Quantas situações nos ocorrem e a gente fica tão perdido, ou mais, do que aquele que não tem Deus? O crente infantil não escuta direito, não entende direito, não responde a Deus direito. Sua vida é aquém, menos, do que se espera de um crente. E as bênçãos de um crente imaturo, infantil, também são menores em quantidade do que as bênçãos de alguém maduro. O crente maduro tem qualidades que o infantil não tem.

Uma frase que ouvi ontem, que foi o motivador dessa mensagem é: “Quando decidimos, eu e o meu marido, a deixarmos de sermos infantis na Igreja, com Jesus, na fé, e ir com tudo pra cima, decididos a sermos os crentes que Deus imagina que somos, a nossa vida mudou.” Essa é a questão: Ser um crente decidido. Mas pra isso vamos meditar juntos

TRÊS COISAS QUE O INFERNO QUER FAZER CONOSCO PARA NOS DEIXAR INFANTIS NA FÉ

NOSSAS OPÇÕES

Opção é poder escolher entre várias coisas aquela que se pode ou se deseja ter, ou preferir. O Diabo quer nos fazer ter opções erradas. Ouvir o Diabo é escolher opções que um dia nos farão mal. As opções da carne ou do Diabo são opções malignas e inspiradas pelo Inferno. Mas como saber o que escolher corretamente? Orando até obter uma resposta do Espírito Santo, ou seja, precisamos de revelação. Ler a Bíblia procurando respostas às nossas necessidades, assim como ir para uma Igreja onde a pregação possa ser forte o suficiente para nos empurrar para mais perto de Deus.

SIMULAÇÃO

É Fingir o que não é, aparentar, reproduzindo e imitando certos aspectos de situações ou processos, de modo mais ou menos aproximado e controlado. O inferno faz de tudo para roubar a nossa autenticidade, nos levando a simular determinadas situações. É como brincar, por exemplo, de casinha, papai e mamãe ou ter um amiguinho imaginário. Hoje em dia, Muita gente apenas simula uma relação com Deus, brincando de ser crente.

A questão da simulação vai um pouco mais longe, porque existe a ideia de que a sociedade e a Igreja local exigem de um cristão e o que realmente somos. É muito fácil aparentar ser um cristão, mas é diferente de ser. Vestir roupas, ou ter regras e leis, não fazem um cristão e isso é de competência da Igreja onde vamos. O pastor é a pessoa diretamente responsável em fazer cristãos na Igreja, mas não é o único, todos nós somos responsáveis uns pelos outros.

Uma parcela grande de crentes infantis é gerado pela pregação infantil. Lugar onde se tem pregação fraca, vai gerar cristãos infantis, que não sabem como reagir às mínimas crises. E uma crise não necessariamente precisa ser algo ruim, mas algo diferente do dia a dia. O nascimento de um filho pode gerar uma crise enorme a pessoas não preparadas. Casar é uma crise. O desemprego pode gerar crise, ou não. Uma pessoa pode ficar doente de uma doença muito séria, como câncer e passar por cima da crise e sair vitorioso. Assim como alguém pode pegar um resfriado e o mundo dela ruir completamente. Ou seja, não basta parecer cristão, tem que ser cristão.

FRUSTRAÇÃO

É uma emoção que ocorre nas situações onde algo obstrui o alcance de um almejo pessoal. Quanto mais importante for o objetivo, maior será a frustração. É comparável à raiva. Para que não sejamos sempre frustrados, temos que ter a percepção correta do que Deus quer de nós. Diariamente ouvimos muitas profecias de bênçãos e fatos que Deus quer fazer, mas precisamos entender que nem tudo é para nós. Precisamos orar e adquirir uma percepção correta em Deus para saber o que é para nós e o que não é. Precisamos aprender a orar até que seja claro as revelações que são para nós e as que não são. Precisamos ler a Bíblia com responsabilidade e saber o que Deus está falando conosco e o que não é para nós. Não precisamos passar um minuto de frustração na vida com Deus, é só orar até que Ele nos revele o que Ele quer de nós e o que Ele vai fazer por nós. Podemos orar praticamente por tudo, mas nem tudo é para todos nós, ou será feito através de nós. Deus tem um propósito para cada um de nós diferenciado. Somos parte de um todo, precisamos agora saber qual parte nos cabe.

O CAMINHO DA MATURIDADE ESPIRITUAL

Ao pensar sobre a maturidade espiritual, uma frase me veio à mente: “A experiência e o tempo, trazem a sabedoria”.

A EXPERIÊNCIA

Falar de maturidade é falar de saber decidir com mais exatidão e errar menos. Para que nós possamos errar menos e termos decisões mais acertadas na vida, isso demanda experiência e a experiência vem por erros e acertos, por ensinamento e no caso cristão por revelação. O cristão, principalmente, nem deveria se preocupar em ter experiências com Deus. Desde o momento em que aceitamos a Jesus, o Senhor vai nos promover, nós querendo ou não. Deus vai nos dando experiências e chamados do Espírito para avançarmos. O segredo de avançar com Deus é a fé. Sempre Deus vai nos desafiando pela Palavra a termos fé. Devemos lembrar que o crente anda de fé em fé. Alguns desafios de Deus vamos achar no momento enormes e até impossíveis, mas conforme vamos crendo Deus vai nos levando para outro nível e outro nível e outro e outro e assim por diante, até o restante das nossas vidas nessa Terra.

Chamamos a essas experiências de provações e desertos. Quando Deus dá dons é porque Ele confia em nós que podemos exercer aquele dom. A mesma coisa é quando Deus levanta a algum cargo ministerial, Deus confia em nós e vai nos ajudar a exercer o cargo que ele deu. Além da revelação pela palavra e pela oração, ainda temos a profecia, que Deus usa para falar conosco. Uma coisa é certa, Deus nos dá experiências, as mais diversas possíveis. Através dos desertos, do entendimento da Palavra, das provas e até das tentações, Deus vai nos levando à maturidade.

O TEMPO

A maturidade vem a todos, com o tempo. O jovem, por falta de experiência erra muito, o que é normal. Para que o jovem não erre muito, ele necessita de orientação dos mais velhos. Nós, os mais velhos, erramos em não orientar em todas as coisas os mais jovens e o jovem erra em não ouvir os mais velhos. Sobre o crente, nós dizemos que o crente nasce só quando aceita a Jesus como seu salvador, então tem crente velho, mas criança na fé, portanto infantil, imaturo, por falta de experiência e tempo e tem crente novo de idade mas experiente na fé. Algo, difícil para muitas pessoas são as provas do tempo. Algumas vezes Deus nos prova com situações que parece que não vão acabar mais nunca, para a nossa mentalidade afoita que quer tudo pronto, para ontem. A meta de Deus sempre é nos fazer dependentes Dele.

A SABEDORIA DIVINA

Sabedoria não é acumulo de conhecimento, é o ato de interpretar, ou perceber pela razão ou pela experiência, os fatos que nos ocorrem diariamente e saber escolher o melhor. Mas ainda assim não estamos falando de sabedoria humana, mas a sabedoria que vem de Deus.

É inegável que estamos na Era da Informação. Nunca foi tão fácil ter qualquer tipo de informação através de tantas mídias que nos cercam. Mas muito do que ouvimos diariamente é cultura inútil, que não nos serve para nada, ou porque já conhecemos ou porque não diz nada mesmo. Podemos ficar horas nas redes sociais sem ler nada, ou escrever nada, que seja importante para nós ou para quem nos lê. Mas existe uma outra “cultura inútil”, que temos nas Igrejas e nem notamos.

O nosso livro texto é a Bíblia. Quantos livros tem a Bíblia? 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo, ou 66 livros. Se pregássemos uma mensagem baseada em um livro da Bíblia a cada domingo, levaríamos mais de 16 meses pregando algo diferente a cada domingo, o que faria com que o leque de mensagens ficasse mais abrangente para quem nos ouve. Poderíamos pregar um milagre de Jesus por domingo, ou uma doutrina de Paulo, por exemplo. Mas o que vemos é uma repetição de assuntos que não levam a Igreja para frente, para mais. Acabamos com o tempo tendo um acumulo de conhecimento bíblico pregado de tal forma que vira conhecimento inútil.

Quando sabemos muito de oração, mas isso não nos leva a orar, ou sabemos muito sobre a Bíblia, mas isso não me faz ler a Bíblia, algo está errado.

Como deveria ser. A Bíblia é um livro que é escrito de forma que seus ensinamentos são progressivos. Gênesis, em comparação com Romanos é um livro infantil. Sair de Gênesis e chegar em Romanos, compreender os conceitos de Romanos demanda aprendizado, ensinamento, uma boa interpretação, além de revelação, que é o Espírito Santo nos deixando andar um pouco no espiritual. Nossas pregações na Igreja precisam ser melhor direcionadas, conforme a visão da Igreja. Tem Igrejas que estão a muitos anos, até mesmo na TV, mas o seu discurso é mais do mesmo, sempre. Ninguém cresce dessa forma.

Mas sabedoria divina não é só cultura ou conhecimento secular, ou até mesmo bíblico, mas antes conhecimento de Deus no Espírito. Sabedoria divina é sabedoria das coisas de Deus. Qualidade inspirada por Deus para saber julgar ou discernir corretamente. Prudência, moderação, temperança, sensatez, reflexão. Conhecimento justo das coisas.

Precisamos ter em mente que tudo o que aprendemos com Deus, não é para ficar restrito na Igreja, mas é para a vida, porque tem crente que acha que foi chamado por Deus só no ambiente da Igreja. Quando nos tornamos cristãos, Deus nos dá sabedoria Nele, através Dele, para discernirmos bem todas as coisas, sabendo julgar corretamente, para que a nossa vida vá bem. Uma coisa que tenho visto, por exemplo, é gente tola fazendo festa em épocas de crise, ou fazendo dividas enormes a prestação em época de juros altos. Isso chama-se imprudência. Em épocas de pouco dinheiro gasta-se pouco. Com uma pessoa nervosa não se discute. Não respondemos as tolices do tolo. Não andamos com quem nos leva pra baixo. Segredo não se compartilha com ninguém. Não é todo mundo que deixamos ir na nossa casa e por ai vai. Mas essas coisas e outras se aprendem aos poucos.

CONCLUSÃO

Todos precisamos saber como reagir às diversas situações que nos cercam todos os dias. Quando não temos a experiência, a prova do tempo e a sabedoria de reagir a tal acontecimento, as chances de ser infantil são muito grandes. O deserto - viver no mundo -, é a experiência de todos nós, mas assim como Israel saindo do deserto na direção de Moisés, uns reagiram tão bem que foram promovidos e entraram na Terra Prometida, na região da Palestina, mas uma geração inteira não.

O deserto é o mesmo para todos, mas nem todos reagem bem aos desertos da vida. Estamos numa época de muito desemprego no Brasil e tem gente enlouquecendo, assim como tem gente sendo coluna, baluarte, firmeza em suas famílias, mesmo numa época dessas.

Será que nossas atitudes tem nos mostrado que estamos sendo infantis em nossas reações? Ou será que nossas reações aos problemas apresentados tem sido tratados com mais moderação, paz, calma, mais reflexão, ou seja, mais maturidade? Reflita você.

Amém!?

Paulo Sergio Larios

pslarios
Enviado por pslarios em 24/07/2017
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