Comunidade Filhos do Céu: As comunidades novas
As Comunidades Novas
O Espírito de Deus que sempre orientou e sustentou toda a história da Igreja, suscita nos tempos de hoje novas formas de consagração e vida evangélica. Assim como as diversas formas de vida consagrada e comunitária surgidas no decorrer dos vinte séculos do cristianismo, as "comunidade novas" ou "novas fundações" são, por um desígnio da divina providência uma resposta para as necessidades da Igreja e do mundo de hoje.
As "comunidades novas" respondem a tais necessidades, em primeiro lugar, pela fidelidade ao chamado específico que o Senhor faz a elas e como consequência dessa fidelidade através de uma autêntica vida litúrgica; da formação e do engajamento do laicato; de um amor incondicional pela hierarquia, de modo especial pelo Papa; de uma sólida vida espiritual (ascese e mística); de uma fé purificada; de uma vida moral no Espírito; e de modo especial através de uma força evangelizadora e pastoral que penetra nas realidades atuais e no coração do homem contemporâneo.
Tratando da realidade das "comunidades novas" o instrumentum laboris do sínodo dos bispos afirma: "quanto ao estilo de vida evangélica, muitas vezes se destingue por uma forte austeridade de vida, intensa oração, resgate de formas sãs de devoção tradicional, divisão dos trabalhos domésticos e manuais pela parte de todos os membros. Sob o aspecto apostólico, é forte o impulso missionário, rumo aos distantes e rumo àqueles que nunca receberam o Evangelho; o empenho na nova evangelização, a ecumênica; a aproximação dos pobres e dos marginalizados".
"O Espírito, que ao longo dos tempos suscitou numerosas formas de vida consagrada, não cessa de assumir a Igreja, quer alimentado nos institutos já existentes o esforço de renovação na fidelidade ao carisma original, quer distribuindo novos carismas a homens e mulheres do nosso tempo, para que deem vida a instituições adequadas aos desafios de hoje. Sinal desta intervenção divina são as chamadas "Novas Fundações". Com características de algum modo originais relativamente às tradicionais.
A originalidade destas novas comunidades consiste frequentemente no fato de se tratar de grupos compostos de homens e mulheres, de clérigos e leigos, de casados e solteiros, que seguem um estilo particular de vida, inspirado as vezes numa ou noutra forma tradicional ou adaptação às exigências da sociedade atual. Também o seu compromisso de vida evangélica se exprime em formas diversas, manifestando-se como tendência geral, uma intensa aspiração à vida comunitária, à pobreza e à oração. No governo, participam clérigos e leigos, segundo as respetivas competências e o fim vai ao encontro das solicitações da nova evangelização.
As novas formas (de vida evangélica) são um Dom do Espírito, para que a Igreja siga o seu Senhor, num impulso perene de generosidade, atenta as apelos de Deus que se revelam através dos sinais dos tempos. Assim, ela apresenta-se ao mundo diversificado nas suas formas de santidade e de serviço, como "sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo gênero humano". Os antigos institutos, muitos deles acrisolados por provas duríssimas suportadas com fortaleza ao longo dos séculos, podem enriquecer-se entrando em diálogo e troca de dons com as fundações que surgem no nosso tempo.
Desse modo, o vigor das várias instituições de vida consagrada, desde as mais antigas até as mais recentes, e ainda vivacidade das novas comunidades alimentarão a fidelidade ao Espírito Santo, que é principio de comunhão e de novidade perene de vida"(JOÃO PAULO II, Exortação apostólica Vita Consecrata).
"Na Igreja, tanto hoje como no passado, novas formas de vida comunitária exprimem a fecundidade de Espírito e do Evangelho de Jesus. Como pastor, entrei em contato com várias destas novas formas de consagração. Ainda não disponho de dados precisos acerca da extensão deste fenômeno, mas calcula-se que as "novas" comunidades já se possam contar em centenas no mundo. Este é um sinal dos tempos, que exige uma abertura e um atento discernimento. Parece-me que, embora na diversidade dos caminhos e dos carismas, e dentro dos limites próprios de cada experiência esta novas formas de vida evangélica estejam assinaladas por alguns elementos e algumas características mais ou menos comuns.
As novas comunidades não se identificam com as atuais formas de vida consagrada. Apresentam-se com frequência como "famílias eclesiais", porque , ao redor de um comum carisma de fundação bem definido, convergem leigos, clérigos, pessoas solteiras e casadas que, no respeito dos diferentes estados de vida, se consagram a um idêntico ideal evangélica, como membros igualitários de um único corpo, com diversos níveis de pertencer.
Normalmente, podem-se verificar as seguintes características:
a) A unidade da obra e da presidência;
b) Uma certa radicalidade evangélica;
c) A unidade entre a consagração e a missão, compreendida como carisma particular;
d) Um forte sentido comunitário com o evidente primado do ser comunhão sobre o fazer;
e) O exercício da autoridade vivido em conformidade com a comunhão;
f) O desejo de evita a identificação entre a sacerdócio e autoridade, a fim de respeitar e promover a laicidade;
g) Uma clara aceitação da pobreza e do abandono à Providência;
h) Uma vida de oração intensa. Tanto pessoal como comunitária;
i) Um vivo Fervor missionário.
Exortação Apostólica Pós-Sinodal Vita Consecrata nº12
"A perene juventude da igreja continua a manifestar-se também hoje: Nos últimos decênios, depois do concílio ecumênico Vaticano II, apareceram formas novas ou renovadas de vida consagrada. Em muitos casos, trata-se de Institutos semelhantes aos que já existem, mas nascidos de novos estímulos espirituais e apostólicos. A sua vitalidade deve ser ponderada pela autoridade da igreja, a quem compete proceder aos devidos exames, quer para comprovar a autenticidade da sua finalidade inspiradora, quer para evitar a excessiva multiplicação de instituições análogas entre si, com o consequente risco de uma nociva fragmentação em grupos demasiadamente pequenos. Nos outros casos, trata-se de experiências originais, que estão à procura de sua própria identidade na Igreja e esperam ser reconhecidos oficialmente pela Sé Apostólica , a única a quem compete o juízo definitivo. Estas novas formas de vida consagrada, que vêm se juntar às antigas, testemunham a constante atração que a doação total ao Senhor, o ideal da comunidade apostólica, os carismas de fundação continuam a exercer mesmo sobre a geração atual, e são sinal também da complementariedade dos dons do Espírito Santo. Mas o Espírito não se contradiz na inovação. Prova-o o fato de que as novas formas de vida consagrada não substituíram as antigas. Numa variedade tão grande de formas, pôde-se conservar a unidade de fundo graças ao chamamento sempre idêntico a seguir, na busca da perfeita caridade, Jesus virgem, pobre e obediente. Este Chamamento, tal como se encontra em todas as formas já existentes, assim é requerido naquelas que se propõem como novas.
Exortação Apostólica Pós-Sinodal Vita Consecrata nº62
Sinal desta intervenção divina são as chamadas novas Fundações, com característica de algum modo original relativamente às tradicionais.
A originalidade destas novas comunidades consiste frequentemente no fato de se tratar de grupos compostos de homens e mulheres, de clérigos e leigos, de casados e solteiros, que seguem um estilo particular de vida, inspirados às vezes numa ou noutra forma tradicional ou adaptado às exigências da sociedade atual. Também no compromisso da vida evangélica se exprime em formas diversas, manifestando-se, como tendência geral, uma intensa aspiração à vida comunitária, à pobreza e à oração.
No governo, participam clérigos e leigos, segundo as respectivas competências, e o fim apostólico vai ao encontro das solicitações da nova evangelização. Se, por um lado, há que se alegra perante a ação do Espírito, por outro, é necessário proceder ao discernimento dos carismas. Principio fundamental para se poder falar de vida consagrada é que os traços específicos das novas comunidades e formas de vida se apresentem fundados sobre os elementos essenciais, teológicos e canônicos, que são próprios da vida consagrada.
Este discernimento torna-se necessário tanto a nível local como universal, com o fim de se prestar a uma obediência comum ao único espírito. Nas Dioceses, o Bispo examine o testemunho de vida e a ortodoxia dos fundadores e fundadoras dessas comunidades, a sua espiritualidade, a sensibilidade eclesial manifestada no desempenho de sua missão, os métodos de formação e os modos de incorporação na comunidade; avalie com prudência eventuais pontos fracos, aguardando com paciência a prova dos frutos (cf. Mt 7,16), para poder reconhecer a autenticidade do carisma. De modo especial, é-lhe pedido que estabeleça, com bases em critérios claros, a idoneidade daqueles que, nessas comunidades, pedem para ter acesso às Ordens sacras.
Em virtude do referido princípio de discernimento, não podem ser incluídas na categoria específica da vida consagrada, aquelas formas de compromisso, se bem que louváveis, que alguns esposos cristão assumem em associações ou movimentos eclesiais, quando, com a intenção de levarem à perfeição da caridade o seu amor, "como que consagrados" já no sacramento do matrimônio, confirmam com um voto o dever de Castidade próprio da vida conjugal e, sem transcurar os seus deveres para com os filhos, professam a pobreza e a obediência. A necessária especificação a respeito da natureza desta experiência não quer subestimar este particular caminho de santificação, ao qual não é certamente alheia a ação do Espírito Santo, infinitamente rico nos seus dons e inspirações.
Face a tanta riqueza de dons e impulsos inovadores, parece oportuno criar uma Comissão para as questões referentes as novas formas de vida consagradas, com o objetivo de estabelecer critérios de autenticidade, que sirvam de ajuda no Discernimento e nas decisões. Entre outras tarefas, deverá essa Comissão avaliar, à luz da experiência destes últimos decênios, as novas formas de Consagração que a autoridade eclesiástica pode, com prudência pastoral e proveito comum, reconhecer oficialmente e propor aos fiéis desejosos de uma vida cristã mais perfeita.
Estas novas associações de vida evangélicas não são uma alternativa às anteriores instituições, que continuam a ocupar o lugar insigne que a tradição lhes conferiu. Também as novas formas são um dom do Espírito, para que a Igreja siga o seu Senhor, num ímpeto perene de generosidade, atenta aos apelos de Deus que se revelam através dos sinais dos tempos. Assim ela apresenta-se ao mundo, diversificada nas suas formas de santidade e de serviço, como "sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano". Os antigos Institutos, muitos deles acrisolados por provas duríssimas suportadas com fortaleza ao longo dos século, podem enriquecer-se entrando em diálogo e troca de dons com as fundações que surgem no nosso tempo".
Discurso do Papa João Paulo II aos Participantes do Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais
«Subitamente ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram, então, aparecer umas línguas à maneira de fogo, que se iam dividindo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios de Espírito Santo» (At 2, 2-3).
Caríssimos Irmãos e Irmãs!
1. Com estas palavras os Atos dos Apóstolos introduzem-nos no coração do evento do Pentecostes; apresentam-nos os discípulos que, reunidos com Maria no Cenáculo, recebem o dom do Espírito. Realiza-se assim a promessa de Jesus e inicia o tempo da Igreja. A partir daquele momento o vento do Espírito levará os discípulos de Cristo até aos extremos confins da terra. Levá-los-á até ao martírio para o intrépido testemunho do Evangelho.
Aquilo que aconteceu em Jerusalém, há dois mil anos, é como se hoje à tarde se renovasse nesta Praça, centro do mundo cristão. Como outrora os Apóstolos, também nós nos encontramos reunidos num grande cenáculo de Pentecostes, desejando ardentemente a efusão do Espírito. Queremos professar aqui, com a Igreja inteira, que «o Espírito é o mesmo..., o Senhor é o mesmo... é o mesmo Deus que opera tudo em todos» (1 Cor 12, 4-6). Este é o clima que desejamos reviver, implorando os dons do Espírito Santo para cada um de nós e para o inteiro povo dos batizados.
2. Saúdo e agradeço ao Cardeal James Francis Stafford, Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, as palavras que quis dirigir-me, também em vosso nome, no início deste encontro. Com ele saúdo os Senhores Cardeais e os Bispos presentes. Dirijo um pensamento de particular gratidão a Chiara Lubich, Kiko Arguello, Jean Vanier e Mons. Luigi Giussani pelos seus comoventes testemunhos. Juntamente com eles, saúdo os fundadores e os responsáveis pelas novas comunidades e movimentos aqui representados. É-me grato, por fim, dirigir-me a cada um de vós, Irmãos e Irmãs que pertenceis aos distintos movimentos eclesiais. Acolhestes com prontidão e entusiasmo o convite que vos fiz no Pentecostes de 1996 e preparastes-vos com cuidado, sob a guia do Pontifício Conselho para os Leigos, para este encontro extraordinário, que nos projeta para o Grande Jubileu do Ano 2000.
O evento de hoje é deveras inédito: pela primeira vez os movimentos e as novas comunidades eclesiais encontram-se, todos juntos, com o Papa. É o grande «testemunho comum» por mim desejado para o ano que, no caminho da Igreja rumo ao Grande Jubileu, é dedicado ao Espírito Santo. O Espírito Santo está aqui conosco! É Ele a alma deste admirável acontecimento de comunhão eclesial. Na verdade, «este é o dia que o Senhor fez, alegremo-nos e nele exultemos» (Sl 117, 24).
3. Em Jerusalém, há quase dois mil anos, no dia de Pentecostes, diante de uma multidão estupefata e zombeteira por causa da inexplicável mudança notada nos Apóstolos, Pedro proclama com coragem: «Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós... a Este matastes, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa. Mas Deus ressuscitou-O» (At 2, 22-24). Nas palavras de Pedro manifesta-se a autoconsciência da Igreja, fundada sobre a certeza de que Jesus Cristo está vivo, atua no presente e transforma a vida.
O Espírito Santo, já operante na criação do mundo e na Antiga Aliança, revela-Se na Encarnação e na Páscoa do Filho de Deus, e como que «explode» no Pentecostes para prolongar, no tempo e no espaço, a missão de Cristo Senhor. O Espírito constitui assim a Igreja como fluxo de vida nova, que circula dentro da história dos homens.
As Novas Comunidades e o Documento de Aparecida
Postado em 24 setembro 2010. Tags: aparecida, documento, episcopal, novas comunidades, Pantokrator, Papa Bento XVI, V conferência
É sabido que dos dias 13 a 31 de maio de 2007 houve, aqui na cidade de Aparecida, a quinta conferência do CELAM – Conferência Episcopal Latino Americana e do Caribe. Todos sabemos que essa Assembleia foi o motivo principal da vinda do Papa Bento XVI ao Brasil, no mês de maio daquele ano. O Santo Padre abriu a conferência com uma Missa, demonstrando a sua acolhida e a importância que tinha essa reunião para a Igreja latino-americana. As quatro assembleias anteriores aconteceram no Rio de Janeiro (em 1955), Medellín – Colômbia (em 1968), Puebla – México (em 1979) e Santo Domingo – República Dominicana (em 1992). Cada Conferência trouxe uma colaboração especial para o seu tempo. A V Conferência, que aconteceu em Aparecida, dentre muitas colaborações que trouxe, apresentou os movimentos eclesiais e novas comunidades como uma riqueza para a Igreja, reconhecendo-os como sujeito eclesial. Isso significa que o fiel católico, ao participar de um Movimento ou Nova Comunidade, vive plenamente a Igreja, ele é Igreja.
“Valoriza-se a presença e o crescimento dos movimentos eclesiais e novas comunidades que difundem sua riqueza carismática, educativa e evangelizadora” Documento de Aparecida, 99.
É a primeira vez que um documento do Magistério universal traz referências diretas às Novas Comunidades. E isso é algo histórico e de muita importância no contexto histórico e atual das Novas Comunidades na Igreja.
“Os movimentos eclesiais e Novas Comunidades são um dom do Espírito Santo para a Igreja. Neles, os fiéis encontram a possibilidade de se formar na fé cristã, crescer e se comprometer apostolicamente até serem verdadeiros discípulos missionários”, diz o parágrafo 311 do Documento de Aparecida. Neste parágrafo, a Conferência dos Bispos da América Latina e Caribe reconhece a graça e o papel que as Novas Comunidades têm no contexto de Igreja que vivemos hoje em nosso mundo.
O tema desta Conferência foi “Discípulos e missionários de Jesus Cristo – para que nEle tenham vida”. O Papa Bento XVI, em seu discurso de abertura da V Conferência, quis deixar evidenciado que não podem existir discípulos e missionários de Cristo sem que tenha havido um encontro verdadeiro com Ele. “O discípulo, fundamentado assim na rocha da Palavra de Deus, se sente impulsionado a levar a Boa Nova da salvação a seus irmãos. Discipulado e missão são como as duas caras de uma mesma moeda: quando o discípulo está enamorado de Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele nos salva (cf. At 4,12)” (Bento XVI, em discurso de abertura da V Conferência).
E é justamente aí que reside a missão própria dos movimentos eclesiais e novas comunidades: “O Documento de Aparecida insiste do começo ao fim nesta experiência viva, transformante, com a Pessoa de Jesus Cristo, no anúncio do Carisma, numa formação que leve em conta esta experiência em toda a dimensão da moral cristã que é necessária”.
O papel das Novas Comunidades e movimentos eclesiais no contexto atual, como foi descrito no Documento de Aparecida, é justamente favorecer que os fiéis cresçam no conhecimento e experiência da fé cristã – crescimento esse que os levará à missão, ao compromisso com o serviço do Reino.
Tamanho reconhecimento das Novas Comunidades e movimentos eclesiais por parte da V Conferência traz-nos também uma grande missão. “O Documento de Aparecida nos traz uma responsabilidade, nós devemos ser os primeiros divulgadores, os primeiros a testemunhar, difundir, fazer acontecer, favorecer com que a Igreja absorva, viva e frutifique a experiência de Aparecida”.
“Os movimentos e novas comunidades constituem uma valiosa contribuição na realização da Igreja local. Por sua própria natureza expressam a dimensão carismática da Igreja: ‘na Igreja não há contraste ou contraposição entre a dimensão institucional e a dimensão carismática, da qual os movimentos são uma expressão significativa, porque ambos são igualmente essenciais para a constituição divina do povo de Deus’ (Papa Bento XVI, em discurso do dia 24/03/2007). Na vida e na ação evangelizadora da Igreja, constatamos que no mundo moderno devemos responder a novas situações e necessidades da vida cristã. Neste contexto também os movimentos e novas comunidades são uma oportunidade para que muitas pessoas afastadas possam ter uma experiência de encontro vital com Jesus Cristo e, assim, recuperar sua identidade batismal e sua ativa participação na vida da Igreja. Neles podemos ver a multiforme presença e ação santificadora do Espírito”. Documento de Aparecida, parágrafo 312
Como descrito acima, a Igreja espera que as Novas Comunidades contribuam eficazmente na evangelização, pois, na sua índole carismática, se forem dóceis ao Espírito, serão capazes de fazê-lo pela notável ação do Espírito em meio a essas comunidades.
“Para aproveitar melhor os carismas e serviços dos movimentos eclesiais no campo da formação dos leigos, desejamos respeitar seus carismas e sua originalidade, procurando que se integrem mais plenamente na estrutura originária que acontece na diocese. Ao mesmo tempo, é necessário que a comunidade diocesana acolha a riqueza espiritual e apostólica dos movimentos. É verdade que os movimentos devem manter sua especificidade, mas dentro de uma profunda unidade com a Igreja local, não só de fé mas de ação. Quanto mais se multiplicar a riqueza dos carismas, mais os bispos serão chamados a exercer o discernimento espiritual para favorecer a necessária integração dos movimentos na vida diocesana, apreciando a riqueza de sua experiência comunitária, formativa e missionária. Convêm dar especial acolhida e valorização àqueles movimentos eclesiais que já passaram pelo reconhecimento e discernimento da Santa Sé, considerados como dons e bens para a Igreja universal”. Documento de Aparecida, parágrafo 313.
A nossa missão, enquanto movimentos e Novas Comunidades, além de testemunhar a graça que nos é específica e de difundir a experiência de Aparecida, é também a de unirmos com maior intensidade às dioceses em que estamos. A missionaridade a que chama o Documento de Aparecida deve levar-nos a nos gastarmos em nossas dioceses, a atendermos os pedidos de nossos bispos, que são quem melhor sabem das necessidades de suas dioceses. “Só quem reconhece Deus, conhece a realidade e pode responder a ela de modo adequado e realmente humano”, disse o Santo Padre no discurso de abertura da V Conferência. É tempo de fazer cada vez mais de nossa experiência de Deus verdadeira e generosa missão.