A RESTAURAÇÃO DA ADORAÇÃO

A CONFIRMAÇÃO DO SACERDÓCIO DA TRIBO DOS LEVITAS

Deus quando chamou Israel do Egito lhes fez uma promessa: “Vós, vos tornareis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa.” (Êxodo 19.6) A idéia aqui era que toda a nação estaria envolvida no sacerdócio, na adoração santa, mas não foi isso que aconteceu.

Depois que Deus fez a promessa chamou Moisés para subir o monte, pois La eEle lhe daria os Dez Mandamentos. Moisés ficou quarenta dias no monte com Deus, até que Deus mandou que ele descesse e fosse ver o que estavam fazendo. Deus a essa altura tinha lavrado, quer dizer: preparado, duas pedras retangulares, alisadas e pranchadas, num tamanho tal que caberiam dentro da Arca da Aliança. Deus escreveu pessoalmente nessas duas pedras os Dez Mandamentos. A Bíblia chama de duas Tábuas da Aliança a essas duas pedras, preparadas de forma que se pudesse ler o que nelas estavam escrito, tanto de um lado, quanto do outro.

Diferente do que alguns imaginam, não estavam escritos cinco mandamentos de um lado e cinco de outro, de forma que se lessem cinco e se virassem a pedra para ler o outro lado. O mistério dessas primeiras Tábuas da Aliança era que estavam escritos os Dez mandamentos de um lado e estavam escritos os Dez mandamento do outro lado, de forma que se pudesse ler dos dois lados, mas não se lia invertidas as letras, mas se lia corretamente de qualquer lado que se estivesse. A outra questão não era que estavam escritas algumas leis em uma pedra e outras leis na outra pedra, se completando as duas para se ler os Dez mandamentos completos, mas eram duas Tábuas da Aliança, escritas dos dois lados. Ou seja, havia os Dez mandamentos escritos numa tábua de um lado e do outro e os Dez mandamentos escritos em outra Tábua, também dos dois lados.

Essa figura de duas tábuas alisadas, preparadas, escrito de um lado e do outro é facilmente compreensível agora, como era outrora. Um acordo se faz com duas partes. No acaso da Aliança de um lado estava Deus e do outro lado estava a nação de Israel. Vamos dizer que havia uma pedra original e a outra era a cópia. As notas fiscais que temos hoje como são? Uma copia da Nota fica com quem vendeu e a outra cópia com quem comprou. A gente diz que há um original, a folha um e a cópia, a folha dois, eu são exatamente a mesma coisa. Então uma das pedras era o “Contrato de Deus” e a outra era o “Contrato do seu Povo”.

As tábuas tinham a singularidade de poderem ser lidas tanto de um lado, quanto do outro. Essa singularidade pode ser definida como um fácil acesso à leitura. Deus facilita o máximo possível, para que até quem estivesse andando, com pressa, pudesse ler de um lado ou de outro. O Evangelho, na verdade é fácil de seguir, o que o faz pesado são os fardos que os homens colocam sobre ele. Deus é acessível.

Quando Moisés desce do Monte Sinai o povo tinha feito um bezerro de ouro e o estavam adorando. Moisés irado jogou as duas Tábuas da Aliança no chão e elas se quebraram. Israel entendeu na hora o que Moisés fizera: Vocês romperam o acordo, pois então Deus também rompe com vocês. O acordo está quebrado. As Tábuas da Aliança estão quebradas.

Moisés então faz uma pergunta crucial para o nosso estudo: Quem não se contaminou e está comigo? A Tribo de Levi em peso disse que não se contaminara e estava com Moisés. Moisés mandou matar então os homens e mulheres que estavam bêbados, sacrificando ao Bezerro de Ouro. Por causa disso só uma Tribo agora era de Sacerdotes, a Tribo de Levi, as outras Tribos perderam o privilégio.

Deus tinha um projeto original para todo o Israel: Todo mundo teria um ministério sacerdotal perante ele, mas isso foi quebrado devido ao pecado, Deus manda Moisés subir novamente o Monte Sinai e ele daria uma chance para Israel, mas essa chance seria em outros moldes agora. Moisés era quem iria lavrar as pedras. Ele iria prepará-las para que pudessem ser escrito nelas. Deus ditaria e Moisés escreveria. Só que agora as Tábuas que Moisés escreveu perdeu em unção e milagres. Nós não sabemos como eram as duas Tábuas originais e aparentemente quando se lia de um lado e do outro as Leis escritas, não era uma questão de estar escrito de um lado e do outro a Leis, ma sim eu se dava para ler dos dois lados as mesmas Leis escritas de um lado só, porém legível do outro. Nós podemos imaginar um aparelho transparente, parecido com um tablet, visível de um lado e do outro, porém ao se escrever de um lado, veríamos as letra ao contrário do outro lado, mas no caso das Tábuas elas eram perfeitamente legíveis de um lado e do outro. Essas primeiras Tábuas tinham um mistério que perdeu-se com a quebra da aliança. Nós não sabemos como eram essas Tábuas e nem os milagres que elas continham.

“Primeiro, as pedras onde foram escritos os Dez Mandamentos desceram do céu, Deus não mandou Moisés alisar e pranchar as pedras, elas desceram do céu. Segundo, foi o próprio Deus quem esculpiu as letras nas pedras, não foi uma cópia, Deus não ditou as palavras para Moisés copiar nas pedras. Terceiro e mais surpreendente, era perfeitamente possível ler os Dez Mandamentos de ambos os lados das tábuas de pedra. As palavras eram vazadas na pedra, elas atravessavam a pedra, porque foram talhadas, cortadas. Assim as palavras eram legíveis dos dois lados, porém outro milagre aconteceu: dos dois lados se lia as palavras escritas por Deus sem a distorção do inverso.

Quando alguém talha palavras na madeira, ou na pedra, de um lado se faz a leitura normalmente, mas do outro lado as letras ficam invertidas e não dá para ler normalmente. As tábuas dos dez mandamentos eram legíveis dos dois lados.” http://sombradoonipotente.blogspot.com.br/2013/06/as-segundas-tabuas-da-lei.html

As Tábuas de Moisés, que foram colocadas na Arca, foram ditadas, portanto era uma cópia. Foram preparadas e escritas por um homem. Só dava para se ler de um lado, não havendo mais aquele sentimento de acesso fácil.

DAVI RESTAURA A ADORAÇÃO

Havendo uma guerra os filisteus invadiram a Palestina e levaram a Arca da Aliança, com as Tábuas da Aliança escritas por Moisés, dentro. O interessante é que nesse tempo, mesmo sem a Arca, que representa a presença de Deus, haviam sacrifícios em Israel. Esses sacrifícios, sem a Arca no Tabernáculo, significam a religião sem Deus. Dá pra fazer um culto com leis e regras, mas sem a presença de Deus? Parece que sim.

A Arca estando no acampamento filisteu causou doenças e pragas e eles a colocaram num carro de bois e a mandaram embora, indo os bois até o acampamento Israelita. A Arca ficou na casa de Abinadabe durante vinte anos, até que Davi subiu ao reinado e inspirado pelo Espírito Santo decidiu subir com a Arca, até a Cidade de Davi, que depois mudou o nome para Jerusalém. Um dos filhos de Abinadade morreu quando carregavam a Arca da maneira Filistéia, num carro de bois. A Arca ficou então na casa de Obede-Edom durante três meses, sendo esse e seu lar abençoados de tal forma visível que os servos avisaram a Davi sobre o ocorrido. Essa era a deixa para subir com a Arca até a Cidade de Davi.

Davi veio sacrificando o caminho todo e na cidade colocou a Arca numa tenda, no meio da Cidade, num local acessível ao povo, que vinha adorar ao Senhor.

Davi era realmente um homem diferenciado, pois o ato dele denuncia que ele conseguiu enxergar a visão original de Deus para Israel. A restauração de Davi tem peculiaridades interessantes, pois a Arca deveria ficar no Tabernáculo, mas Davi a deixou numa tenda, no meio da cidade. A Arca representa a presença de Deus e Davi conseguiu entender qe Deus precisa ser acessível a qualquer um. A Arca estava acessível, a adoração estava acessível, a poucos passos. 1 Reis 8.1 mostra que a Arca ficou na Cidade de Davi até que foi levada pelo filho de Davi, Salomão para o Templo que construíram. No tempo de Davi a Arca, ou a presença de Deus era acessível. Davi entendeu a visão original de Deus, todos adoravam e sacrificavam. No tempo de Davi Israel era espiritualmente um reino de sacerdotes perante Deus, apesar dos levitas terem a guarda do trabalho da Arca e do Tabernáculo, ainda assim a Arca estava ali, à mão, para todos.

O gesto de Davi era tão revolucionário que chegava a ser criticável. A Arca deveria ficar no lugar mais escondido do Tabernáculo e só seria vista uma vez por ano pelo Sumo-sacerdote, que atravessava uma grossa cortina, ou um véu. Davi colocou a Arca numa tenda, acessível a todos agora. Hebreus 9.1-9 nos mostra como era o sacerdócio. Mateus 27.50-51 nos diz que quando Jesus morreu na Cruz o véu do templo que tinha 12 centimetros de grossura, não sendo possível ser rasgado por cavalos que puxassem de um lado e do outro, se rasgou do alto a baixo. Vemos aqui nesse gesto do véu sendo rasgado o livre acesso, definitivamente a Deus, agora proporcionado por Jesus, pois Salomão, por melhor boa vontade de agradar ao Senhor, encerrou a Arca dentro de um lindo Templo, fazendo com que ela não ficasse acessível a todos, como no tempo de Davi. Mas graças a Deus que hoje temos, em Jesus, o acesso definitivo ao Pai.

CONCLUSÃO

Davi, inspirado pelo Espírito Santo teve a percepção do projeto original de Deus, de sua presença e Palavra ser acessível a todos, em todos os tempos. Quando me deparo com Igrejas que até se proclamam missionárias, mas que tem cursos para os novos convertidos, ou palestras ensinando como a Igreja funciona, ou cursos de Batismo nas Águas, ou cultos de portas fechadas, acessíveis apenas aos membros daquela Igreja, noto como o povo está longe do projeto de Deus, que é o Evangelho acessível a todos que queiram. Devemos tomar cuidado em colocar empecilhos para o povo vir adorar. Essa história de Davi, com a restauração do plano original de Deus, de tornar todos sacerdotes, portanto ministrantes santos, perante o Senhor, deve nos ensinar que o véu se rasgou de alto a baixo, quando Jesus deu sua vida por nós, sendo ressuscitado logo depois pelo Espírito Santo. O véu não se rasgou de baixo para cima, dos homens para Deus, mas do alto para baixo, de Deus para os homens.

Não são todos que entendem que alguns protocolos devem ser quebrados para Deus fazer a obra. Quem ordenou que a Arca ficasse dentro do Tabernáculo foi Deus, mas foi o Espírito Santo que direcionou Davi para levantar uma tenda, logo, extremamente comum à época, no meio da cidade, para servir de local de adoração ao Senhor.

Precisamos rasgar os véus dos nossos corações, não impedindo de que as pessoas venham adorar ao Senhor.

Amém!

Paulo Sergio Larios